O papel do obstetra e do psicólogo na depressão pós-parto

Autores

  • Luiz Ferraz de Sampaio Neto FCMS/PUC-SP
  • Lucas Bondezan Alvares Programa de Estudos Pós-Graduados Educação nas Profissões da Saúde. FCMS/PUC-SP

Palavras-chave:

depressão pós-parto, transtornos puerperais, papel do médico, psicólogos, pessoal de saúde

Resumo

As condições depressivas que acometem a mulher no período pós-parto são muito relevantes, quer seja pela elevada prevalência, quer seja pelo comprometimento na qualidade de vida que determinam para a gestante, seu concepto e demais componentes do núcleo familiar. A abordagem multidisciplinar dessas pacientes pode contribuir sobremaneira no diagnóstico precoce e no encaminhamento terapêutico, evitando que quadros mais brandos evoluam para situações graves como a psicose puerperal. A atuação harmônica de obstetra, pediatra, psiquiatra, enfermeiro e psicólogo será fundamental para reduzir o impacto das situações de depressão pós-parto (DPP). Ao obstetra cabe suspeitar daquelas gestantes que tenham fatores de risco para desenvolver a DPP, pelos seus antecedentes pessoais e familiares. O obstetra, o pediatra ou os demais componentes da equipe de saúde observarão, no período de puerpério, o comportamento da paciente, suspeitando das situações de DPP através de métodos objetivos de diagnóstico do quadro. O psicólogo é o profissional responsável pela definição final do quadro, tratamento psicoterápico e também tem fundamental importância em participar do preparo das gestantes durante o pré-natal para discriminação das pacientes de risco. O diagnóstico precoce propiciará encaminhamento para atendimento conjunto com o psicólogo, tratando e esclarecendo a paciente sobre a condição de DPP.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Luiz Ferraz de Sampaio Neto, FCMS/PUC-SP

Professor do Depto. de Cirurgia e do Programa de Estudos Pós-Graduados Educação nas Profissões da Saúde FCMS/PUCSP

Lucas Bondezan Alvares, Programa de Estudos Pós-Graduados Educação nas Profissões da Saúde. FCMS/PUC-SP

Pós-Graduando do Programa de Estudos Pós-Graduados Educação nas Profissões da Saúde FCMS/PUCSP

Referências

Zinga D, Phillips SD, Born L. Depressão pós-parto: sabemos os riscos, mas podemos preveni-la? Rev Bras Psiquiatr. 2005; 27:S56-64.

Schwengber, DDS, Piccinini, CA. O impacto da depressão pós-parto para a interação mãe-bebê. Est Psicol. 2003; 8:403-11.

Kerber SR, Falceto OG, Fernandes CLC. Problemas conjugais e outros fatores associados a transtornos psiquiátricos do pós-parto. Rev Bras Ginecol Obstet. 2011; 33:281-7.

Tostes JG, Silva FC, Barbosa DK, Freitas DL, Paula EC. Depressão pós-parto: correlações com suporte sócio-familiar e assistência no SUS. Rev Cienc Saúde 2011; 1:19-24.

Ruschi GEC, Sun SY, Mattar R, Chambô-Filho A, Zandonade E, Lima VJ. Aspectos Epidemiológicos da Depressão Pós-parto em Amostra Brasileira. Rev Psiquiatr RS. 2007; 29:274-80.

Halbreich U, Karkum S. Cross-cultural and social diversity of prevalence of postpartum depression and depressive symptoms. J Affect Disord. 2006; 91:97-111.

World Health Organization. Depression: mental health [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2006 [acesso em 13 out. 2012]. Disponível em: http://www.who.int/mental_health/management/depression/definition/en/

Morais MHC, Crepaldi MA. A clínica da depressão pós-parto. Mudanças. 2011; 19:61-7.

Organização Mundial da Saúde. CID 10 – Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados a Saúde. São Paulo: EDUSP; 2008. v. 1.

American Psychiatric Association. DSM IV. Manual de Diagnóstico e Estatística dos Distúrbios Mentais. 4ª ed. Lisboa: Cliempsi; 1994.

Eberhard-Gran M, Eskild A, Samuelsen SO, Tambs K. A short-matrix version of the Edinburgh Depression Scale. Acta Psiquiatr Scand. 2007; 116:195-200.

Brum EHM, Oliveira DS. Depressão pós-parto: divergências conceituais. Rev Saúde Mental Foco CESUCA[Internet]. 2012 [acesso em 20 dez. 2012]; 1(1). Disponível em: http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/saudementalemfoco/article/view/17/13.

Schardosim JM, Heldt E. Escalas de rastreamento de depressão pós-parto: uma revisão sistemática. Rev Gaucha Enferm. 2011; 32(1):159-66.

Silva GA. Estudo longitudinal sobre prevalência e fatores de risco para depressão pós-parto em mães de baixa renda [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2008.

Duarte SJH, Andrade SMO. O significado do pré-natal para mulheres grávidas: uma experiência no município de Campo Grande, Brasil. Saúde Soc. 2009; 17:132-9.

Camacho RS, Continelli FS, Ribeiro CS, Contilino A, Gonsales BK, Braguittoni E, Rennó-Jr J. Transtornos psiquiátricos na gestação e no puerpério. Rev Psiquiat Clin. 2006; 33:92-102.

Cury AF, Volich RM. Segredos de Mulher: diálogos entre um ginecologista e um psicanalista. São Paulo: Atheneu; 2010.

Santos-Júnior HPO, Silveira MFA, Gualda DMR. Depressão pós-parto: um problema latente. Rev Gaúcha Enferm. 2009; 30:516-24.

Gomes LA, Torquato VS, Feitoza AR, Souza AR, Silva MAM, Pontes RJS. Identificação dos fatores de risco para depressão pós-parto: importância do diagnóstico precoce. Rev Rene. 2010; 11 (n.esp.):117-23.

Cantilino A, Zambaldi CA, Sougey EB, Renno-Jr J. Transtornos psiquiátricos no pós-parto. Rev Psiquiatr Clin. 2010; 37:278-84.

Cohen L, Wang B. Treatment of mood disorders during pregnancy and postpartum. Psychiatr Clin N Am. 2010; 33:273-93.

Cruz EBS, Simões GL, Faisal-Cury A. Rastreamento de depressão pós-parto em mulheres atendidas pelo Programa de Saúde da Família. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005; 27:181-8.

ACOG Committee on Practice Bulletins--Obstetrics. ACOG Practice Bulletin: Clinical management guidelines for obstetrician-gynecologists number 92, April 2008 (replaces practice bulletin number 87, November 2007). Use of psychiatric medications during pregnancy and lactation. Obstet Gynecol. 2008; 111(4):1001-20.

Matão MEL, Miranda DB, Campos PHF, Oliveira LN, Martins VR. Experiência de familiares na depressão pós-parto. R Enferm Cent O Min. 2011; 1:283-93.

Simonetti A. Manual de psicologia hospitalar. o mapa da doença. 6ª ed. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2011.

Lacan J. O Seminário: Os quatro conceitos Fundamentais da Psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar; 1988. Livro 11.

Winnicott D. Preocupação materna primária. In: Russo J, tradutor. Textos selecionados: da pediatria à psicanálise. Rio de Janeiro: Francisco Alves; 1978. p. 491-8.

Frizzo GB, Piccinini CA. Interação mãe-bebê em contexto de depressão materna: aspectos teóricos e empíricos. Psicol Estud Maringá [Internet]. 2005 [acesso em 17 dez. 2012]; 10(1). Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v10n1/v10n1a06.pdf.

Falceto OG, Fernandes CL, Kerber SR. Alerta sobre a depressão pós-parto paterna. Rev Bras Ginecol Obstet. 2012; 34:293-5.

Downloads

Publicado

2013-03-25

Como Citar

1.
Sampaio Neto LF de, Alvares LB. O papel do obstetra e do psicólogo na depressão pós-parto. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 25º de março de 2013 [citado 19º de abril de 2024];15(1):180-3. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/13171

Edição

Seção

Atualização