Análise da eficácia do tratamento pelo método de Ponseti no pé torto congênito idiopático

Autores

  • Luiz Agliberto Cury PUC-SP
  • Marina Itapema de Castro Monteiro CHS
  • Raquel Ferreira Sampaio PUC-SP
  • Giuliana Yukari Seo PUC-SP

Palavras-chave:

pé torto, anormalidades congênitas, deformidades congênitas do pé, aparelhos ortopédicos, órtese de abdução

Resumo

Objetivos: o pé torto congênito idiopático (PTC) é uma deformidade complexa que acomete mundialmente mais de 100.000 crianças por ano. O tratamento deve ser iniciado de forma precoce, nos primeiros 15 dias de vida. Dentre as opções terapêuticas, atualmente, a técnica clínica de eleição é a de Ponseti. A maior parte das recidivas ocorre por má adesão ao tratamento. Este estudo visa analisar a eficácia da correção do pé torto congênito idiopático pelo método de Ponseti, a importância do uso correto da órtese de abdução e sua relação com a recidiva no nosso serviço. Métodos: análise realizada em 92 pacientes com PTC idiopático atendidos no Ambulatório de Pé e Tornozelo de 2005 a 2014 no nosso serviço. Os resultados foram classificados como satisfatórios ou insatisfatórios. Foram consideradas deformidades residuais, flexibilidade e necessidade de cirurgia complementar. Com relação ao uso da órtese, os pacientes foram divididos em três categorias: uso correto da órtese, não a usaram e uso irregular da mesma. Resultados: os pacientes utilizaram em média nove gessos. Do total de 92 participantes, 87 foram submetidos à tenotomia do tendão do calcâneo. Obtivemos 71 resultados satisfatórios (77,17%) e 21 (22,82%) insatisfatórios. Dentre os 56 que usaram a órtese corretamente, 94,6% foram satisfatórios e 5,4 % insatisfatórios. Já os que não usaram a órtese, um apresentou resultado satisfatório (11,1%) e oito (88,9%) apresentaram resultados insatisfatórios. Quanto ao uso irregular da órtese, 63% foram satisfatórios e 37% insatisfatórios. Em pacientes que usaram adequadamente a órtese, o índice de recidiva foi de 14,3%; dos que não usaram a órtese, 77,8%; e dos que usaram irregularmente a órtese, 55,5%. Conclusão: a utilização da órtese de abdução de forma correta é essencial para o resultado satisfatório da correção do PTC idiopático pela técnica de Ponseti, assim como para minimização das recidivas desta patologia.

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Biografia do Autor

Luiz Agliberto Cury, PUC-SP

Professor do Depto. de Cirurgia FCMS/PUC-SP

Marina Itapema de Castro Monteiro, CHS

Médica ortopedista do Conjunto Hospitalar de Sorocaba

Raquel Ferreira Sampaio, PUC-SP

Acadêmica do curso de Medicina FCMS/PUC-SP

Giuliana Yukari Seo, PUC-SP

Acadêmica do curso de Medicina FCMS/PUC-SP

Referências

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Publicado

2015-03-28

Como Citar

Cury, L. A., Monteiro, M. I. de C., Sampaio, R. F., & Seo, G. Y. (2015). Análise da eficácia do tratamento pelo método de Ponseti no pé torto congênito idiopático. Revista Da Faculdade De Ciências Médicas De Sorocaba, 17(1), 33–36. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/20920

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Seção

Artigo Original