Sinusopatia fúngica - relato de caso

Autores

  • Augusto Riedel Abrahão
  • Victor Martins Massari
  • Luciana Verissimo Fernandes
  • Carlos Chadi Junior
  • Ana Paula Berenguer Ribeiro da Silva

Resumo

Introdução: O relato visa à discussão das sinusopatias exclusivamente esfenoidais, sobretudo fúngicas, entidades raras com sintomatologia inespecífica, que constituem um  desafio diagnóstico na prática clínica. Relato do Caso: Paciente masculino, 80 anos, cefaléia em peso à esquerda e obstrução nasal há 3 meses. Diabetes não-insulino dependente controlada. Laboratoriais sem evidência de eosinofilia.Tomografia: esclerose e espessamento das paredes do seio esfenoidal e calcificações no seu interior à direita. Obliteração do recesso esfenoetmoidal direito. Realizada cirurgia endoscópica com acesso esfenoidal via transetmoidal. Retirada grande quantidade de material esverdeado compatível com fungo. Anatomopatológico: edema e infiltrado linfomononuclear de lamina própria. Pesquisa de fungos negativa. Paciente evolui com resolução da cefaléia no trigéssimo pós-operatório.Discussão: A rinossinusite   esfenoidal isolada é em sua maioria resultado de processo inflamatório crônico, sendo a bola fúngica a terceira etiologia mais frequente. A cefaléia é percebida em até 85% dos casos seguida por obstrução e gotejamento pós-nasal. Os achados tomográficos são inespecíficos, sendo   esclerose,  calcificação e opacificação completa dos seios achados sugestivos de bola fúngica. Conclusão: A perspicácia do otorrinolaringologista em suspeitar de rinossinusite esfenoidal isolada associada a sinais radiológicos e/ou endoscópicos são essenciais para o diagnostico precoce e, consequentemento, para o sucesso terapêutico da doença.