Estudo das indicações de partos cesáreas entre hospitais de atendimento ao Sistema Único de Saúde: baixo e alto riscos
Resumo
A alta incidência de partos cesáreas sem indicações precisas é motivo de preocupação mundial. As cesáreas sem indicações médicas estão associadas a maiores riscos maternos e fetais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) não há justificativa, para qualquer região do mundo possuir taxas de partos cesáreas maiores do que 10-15%. Este projeto investigou os fatores indicativos para a realização de partos cesáreas entre hospitais da rede SUS em Sorocaba-SP: Hospital Santa Lucinda – HSL (baixo risco) e Conjunto Hospitalar de Sorocaba – CHS (alto risco). Durante o período de 03/2014 a 03/2015 foi realizada análise retrospectiva de 300 prontuários das pacientes internadas nestes hospitais. Analisou-se parâmetros maternos sócio-epidemiológicos, reprodutivos, clínicos e indicações dos partos cesáreas. No CHS prevaleceu o tipo de parto cesárea (56,3%), enquanto no HSL a porcentagem do parto cesárea foi 32,4% (p<0,001). Em relação ao tipo de parto anterior, o número de pacientes com cesárea anterior prevalece no HSL: 77% (n=83) em comparação com o CHS: 56,4% (n=62), (p=0,0009). Em relação às indicações de cesárea, as mais prevalentes no HSL foram: sofrimento fetal agudo: 24% (n=36), falha na indução ao parto: 22% (n=33) e desproporção céfalo-pélvica: 18,7% (n=28). No CHS as maiores proporções foram: sofrimento fetal agudo: 35,3% (n=53) e iteratividade: 25,3% (n=38) (p<0,0001). A observação dos resultados demonstra a realização de partos cesáreas em porcentagens superiores àquelas preconizadas pela OMS. Sua redução poderá ser conseguida preparando-se e conscientizando-se melhor a mulher perante a futura parturição, com procedimentos precisos de indução ao parto, utilizando a aplicação de procedimentos analgésicos, e, ainda com a devida prática da extração baixa pelo fórcipe de alívio às parturientes.Downloads
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