Hidrocefalia após meningite - relato de caso

Resumo

A malformação do sistema nervoso central é um dos fatores de risco para meningite no período neonatal, a qual se caracteriza pela ocorrência de um processo infeccioso nas meninges, ocorrendo entre o nascimento e o 28º dia de vida. As complicações mais frequentemente associadas á meningite neonatal são a ventriculite, síndrome convulsiva, síndrome da secreção impropria do hormônio antidiurético, hidrocefalia, abcesso cerebral, hemorragia intracraniana, leucomalácia e coleção subdural. O objetivo do presente relato é descrever um caso de um paciente portador de uma má formação do sistema nervoso central, que apresentou aos 28 dias de vida quadro de meningite bacteriana que evoluiu para uma hidrocefalia. Após abordagem cirúrgica para colocação de DVE, seguida de complicações e troca de DVP, paciente apresenta suspeita de hipertensão intracraniana, quadro de crises convulsivas e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. A meningite no período neonatal é considerada uma patologia grave, cuja mortalidade varia de 15 a 50%. Sua incidência varia de 0,3 a 1 caso por 1000 nascidos vivos. Dentre os sobreviventes cerca de 50 a 75% evoluem com deficiência auditiva, deficiência visual, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, retardo mental, convulsões e hidrocefalia. Desta forma fica evidente, devido ao diagnóstico clinico ser difícil, a necessidade de manejo e tratamento precoce a fim de minimizar o prognóstico e as dificuldades que poderá apresentar o paciente no futuro.