Rim displásico multicístico: relato de caso

Autores

  • Inês Maria Crespo G. Pardo de Alexandre Docente, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • Bianca Lara Teixeira Acadêmico, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • Charlene da Rocha Bragiatto Acadêmico, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • Matthaeus Faria Estrado Acadêmico, Medicina, FCMS/PUC-SP

Palavras-chave:

rim displásico multicístico, agenesia renal, ultrassonografia pré-natal

Resumo

Entre as malformações renais císticas congênitas, o rim displásico multicístico é a mais frequente, sendo diagnosticado ainda intra-útero por meio da ultrassonografia fetal. Sua incidência é estimada em 1:1.000 a 1:4300 de nascidos vivos. Sua etiologia, ainda é desconhecida. Pode estar relacionada à obstrução completa ou atresia do ureter proximal, levando à falha de desenvolvimento do parênquima renal. A ultrassonografia pode evidenciar envolvimento unilateral com cistos, quantidade variável de estroma hiperecogênico, ausência de córtex ou medula normal e contorno renal irregular. Ainda no período neonatal, pode ocorrer a regressão e reabsorção do rim acometido, resultando em agenesia renal unilateral. Pode estar associada a outras anormalidades urológicas, como as estenoses das junções urétero-pélvica (JUP) e urétero-vesical (JUV) e refluxo vésico-ureteral. Objetivo: Relatar caso de rim displásico multicístico e agenesia renal à direita. Metodologia: Estudo de caso de escolar encaminhada ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba, com hipótese diagnóstica de abdome agudo pós pieloplastia, sendo realizada a laparotomia de emergência. Relato de Caso: LRTSN, nascida em 05/01/2006, sexo feminino, branca, natural e procedente de Itapetininga-SP. Diagnosticada com agenesia renal direita no período intra-útero, realizando seguimento em Botucatu com posterior diagnóstico de rim displásico multicístico, causador da agenesia renal direita. Aos sete anos, paciente evoluiu para estenose da JUP à esquerda. Foi realizado conduta cirúrgica de colocação de cateter duplo J e posterior pieloplastia. Como complicação a paciente apresentou quadro de abdome agudo decorrente de vazamento da anastomose, sendo realizada laparotomia de emergência. Conclusão: Mostrou-se a importância do diagnóstico prévio de malformação renal, por meio de ultrassom pré-natal, possibilitando posterior seguimento clínico.