Eflúvio telógeno pós quadro de dengue - relatos de casos

Autores

  • Maria Carolina Coelho Gozzano Acadêmica, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • Maria Beatriz Coelho Gozzano Pós graduada, Dermatologia, Instituto BWS
  • José Otávio Alquezar Gozzano Docente, Medicina, FCMS/PUC-SP

Palavras-chave:

eflúvio telógeno, dengue, alopécia, infecção

Resumo

Introdução: Eflúvio telógeno (ET) é uma forma de alopecia difusa caracterizada pelo aumento do número de fios na fase telógena, como resultado de uma mudança anormal no ciclo folicular, podendo ser crônica ou transitória. ET pode ser desencadeado por: febre, cirurgia, drogas, doenças sistêmicas, estresse, entre outros. Não existe explicação definitiva para o fenômeno, mas sabe-se que as alterações aceleram a entrada dos fios da fase anágena para a fase telógena. Geralmente o ET ocorre cerca de 2 a 3 meses após a ocorrência do fato que a gerou. Diagnóstico do ET é difícil pela ausência de sintomas ou características específicas; eventualmente o cabelo pode tornar-se mais fino e apresentar algum grau de rarefação; não há prurido, descamação ou inflamação; o teste de tração leve dos fios pode ser positivo e o tricograma apresentará mais do que 20% de fios telógenos. Tratamento do ET depende do fator desencadeante e seu controle, mas não há tratamento específico para o eflúvio telógeno. Objetivo: Relatar 11 casos de ET após quadro febril-infeccioso de dengue. Metodologia: Pacientes atendidos em ambulatório diagnosticados com ET, no período de junho a agosto de 2015. Resultados: 10 pacientes do sexo feminino e 1 masculino, referiram queixa de queda de cabelo após quadro de dengue, com início da perda dos fios variando de 1 a 5 meses após o quadro infeccioso (5 casos após 1 mês, 1 caso após 2 meses, 1 caso após 3 meses, 3 casos após 4 meses e 1 caso após 1 mês). Conclusão: ET geralmente é uma doença reativa e reversível. Muitas vezes, após um quadro febril-infeccioso, a queda se resolve de forma espontânea, mas causa grande preocupação pela intensidade e rapidez da instalação da queda. Portanto, identificar e corrigir possíveis causas subjacentes e tranquilizar o paciente são os componentes mais importantes no tratamento.