Co-infecção por HPV em paciente HIV positivo: relato de caso

Autores

  • Eduardo Borges Coscia Docente, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • Ricardo Cassago Filho Acadêmico, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • Francis Lino Vidotto Mantovaneli Acadêmico, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • Rodrigo de Oliveira Pierami Acadêmico, Medicina, FCMS/PUC-SP
  • Carolina Viscovini de Carvalho Sallas Acadêmico, Medicina, FCMS/PUC-SP

Palavras-chave:

co-infecção, hiv, hpv

Resumo

Introdução: O Brasil presencia aumento de doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS, favorecendo a correlação do vírus da imunodeficiência humana (HIV) com o papiloma vírus humano (HPV), pois os fatores de risco são similares. A relevância para a co-infecção se faz pela imunossupressão do HIV, possibilitando a infecção e a rápida evolução das lesões cervicais. Porém estudos indicam que pacientes soropositivas tratadas com a terapia antirretroviral de alta atividade apresentam história natural semelhante às mulheres soronegativas. O rastreamento segundo as Diretrizes Americanas e Brasileiras tem mesma recomendação: o citopatológico deve ser realizado em HIV-positivas após o início da vida sexual, semestralmente no primeiro ano e, se normais, anualmente. No entanto as Diretrizes Americanas indicam a realização de citologia e colposcopia a cada 6 meses em pacientes com CD4 < 200 células/mm. Descrição de Caso: E.P.S, feminino, 29 anos, HIV +, em uso de terapia antirretroviral. Foi encaminhada ao serviço por colpocitologia compatível com Lesão Intra Epitelial de Baixo Grau e biópsia compatível com NIC II, sendo indicado a conização para excisão e diagnóstico da lesão. Foi realizada Cirurgia de Alta Frequência (CAF). Houve a retirada de cone de colo uterino de dimensões 3,0x2,3x0,9cm. O anatomopatológico indicou: Lesão Intra Epitelial Cervical de Alto Grau (BETHESDA) com presença de margens livres. Discussão: A conduta da unidade primária está de acordo com as diretrizes brasileiras, que diz: em mulheres imunossuprimidas, qualquer anormalidade citológica deve ser realizada a colposcopia. A terapêutica para a NIC II é a conização. Um estudo mostra que o cone poderá variar de 10 a 14mm considerando-se percentuais de chance de margens livres de 84% a 97%, respectivamente. Na CAF realizada, o cone mediu 9 mm. A recorrência/ persistência de NIC ocorre mais frequentemente em mulheres com margens cirúrgicas comprometidas, a CAF da paciente não apresentou margens comprometidas . Segundo as diretrizes brasileiras o seguimento pós- tratamento, para imunossuprimidas, pode ser anual e deve incluir citologia e colposcopia por dois anos, passando a citológico anual após esse período. Em nosso ambulatório o seguimento é: citologia a cada 6 meses no primeiro ano e nova citologia 2 anos após a CAF, se sem anormalidades retorna para seguimento em unidade primária.

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Publicado

2016-10-07

Como Citar

1.
Coscia EB, Cassago Filho R, Mantovaneli FLV, Pierami R de O, Sallas CV de C. Co-infecção por HPV em paciente HIV positivo: relato de caso. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 7º de outubro de 2016 [citado 25º de abril de 2024];18(Supl.):25. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/29704