Ocorrência de gestação durante o tratamento de leucemia mielóide crônica
Palavras-chave:
leucemia mielóide crônica, cromossomo philadelphia, mesilato de imatinibeResumo
Introdução: A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é uma doença mieloproliferativa crônica clonal, caracterizada por leucocitose com desvio à esquerda, esplenomegalia e presença do cromossomo Philadelphia (Ph), gerando a proteína híbrida BCR-ABL, com atividade de tirosino quinase. A hiperatividade dessa proteína desencadeia liberação de efetores da proliferação celular e inibidores da apoptose, sendo sua atividade responsável pela oncogênese inicial da LMC. Diagnóstico ocorre entre os 55- 60 anos, portanto a LMC na gestação não é comum. O manejo clínico da LMC na gestação é complexo, devido aos potenciais efeitos danosos da terapia para o feto. Tratamento atual utiliza inibidores da tirosino quinase (TKI) como o mesilato de imatinibe (MI) que tem potencial efeito teratogênico. Já na gestação, pode ser utilizado o interferonalfa-2b (IFN) ou ainda, hidroxiureia como uma alternativa de tratamento após o segundo trimestre se não houver resposta com IFN. Objetivo: é relatar o caso de paciente com LMC que engravidou durante o tratamento. Metodologia: As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário. Relato de caso: Paciente de 40 anos, grávida do terceiro filho desde Janeiro 2016, diagnosticada com LMC há 04 anos e em tratamento com MI. Por conta do risco teratogênico do medicamento, até a internação para o parto, a conduta foi substitui-lo por IFN, com aplicações diárias, em associação com dipirona e, posteriormente, com paracetamol 750mg. Manteve o tempo todo, cerca de 100.000 leucócitos/mm3, com neutrofilia e desvio à esquerda escalonado. Com 38 semanas de gestação deu à luz um bebê normal, e, no dia seguinte ao parto, reiniciou o imatinibe e não procederá o aleitamento materno. Conclusão: Há possibilidade de controle da LMC durante a gestação, mas há prejuízo para a qualidade de vida e riscos de ocorrência da crise blástica.Downloads
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