Perfil clínico do paciente diabético após internação devido a complicação por condição sensível à atenção primária

Cláudia Di Lorenzo Oliveira; Karine Siqueira Cabral Rocha; Eduarda Mendes Costa; Rony Costa Almeida; Mateus Lopes Faria; Jessica Azevedo Aquino; Hygor Kleber Cabral; Aurelino Rocha Barbosa-Júnior; Raquel Yumi Sakamoto; Clareci Silva Cardoso

doi:10.23925/1984-4840.2017v19i3a8

Autores

Cláudia Di Lorenzo Oliveira Universidade Federal de São João del-Rei
Karine Siqueira Cabral Rocha Universidade Federal de São joão del-Rei
Eduarda Mendes Costa Universidade Federal de São joão del-Rei
Rony Costa Almeida Universidade Federal de São joão del-Rei
Mateus Lopes Faria Universidade Federal de São joão del-Rei
Jessica Azevedo Aquino Universidade Federal de São joão del-Rei
Hygor Kleber Cabral Universidade Fderal de São joão del-Rei
Aurelino Rocha Barbosa-Júnior Universidade Federal de São João del-Rei
Raquel Yumi Sakamoto Universidade Federal de São João del-Rei
Clareci Silva Cardoso Universidade Federal de São João del-Rei

DOI:

https://doi.org/10.23925/1984-4840.2017v19i3a8

Palavras-chave:

diabetes mellitus tipo 2, alta do paciente, assistência ambulatorial, mortalidade, complicações do diabetes

Resumo

Objetivos: Avaliar clinicamente e classificar de acordo com o risco de novas complicações pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2 após internação hospitalar por condição sensível à atenção primária. Métodos: Foi conduzido um estudo transversal. Pacientes foram avaliados após 18 meses de internação. Foi aplicado um questionário com questões sociodemográficas e clínicas, avaliação clínica e laboratorial, além de eletrocardiograma. Um escore representado pelo somatório dos riscos cardiovascular, doença renal crônica e pé diabético foi elaborado. Um modelo de regressão linear foi ajustado para avaliar sexo e idade como fatores associados a uma maior probabilidade de aumento do escore. Resultados: Dentre os 98 pacientes elegíveis 37 foram entrevistados. A taxa de mortalidade observada 18 meses após a internação foi 32,6% (32/98). Sexo masculino e maior idade se apresentaram como fatores associados com um maior risco de complicações. Quando comparados, homens tiveram 3,89 mais pontos no escore do que as mulheres e a cada ano de idade representou um aumento de 16 pontos a mais. Discussão: Pacientes que foram internados por complicações sensíveis à atenção primária apresentaram alta mortalidade, avaliação clínica e quadro grave com alto risco para o desenvolvimento de novas complicações e piora das existentes. Conclusão: Os resultados apontam para uma situação de risco em que a hospitalização não representou uma mudança no acompanhamento clínico desses pacientes, mostrando a falta de diálogo entre a atenção terciária e a primária.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Cláudia Di Lorenzo Oliveira, Universidade Federal de São João del-Rei

Campus CCO/Curso de Medicina

Referências

Wild S, Roglic G, Green A, Sicree R, King H. Global prevalence of diabetes: estimates for the year 2000 and projections for 2030. Diabetes Care. 2004;27:1047-53.

International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas. 6ª ed. Brussels: IDF; 2013.

Wu Y, Ding Y, Tanaka Y, Zhang W. Risk factors contributing to type 2 diabetes and recent advances in the treatment and prevention. Int J Med Sci. 2014;11:1185-200.

Bertoldi AD, Kanavos P, França GVA, Carraro A, Tejada CAO, Hallal PC, et al. Epidemiology, management, complications and costs associated with type 2 diabetes in Brazil: a comprehensive literature review. Global Health. 2013;9:62.

Almeida-Pititto B, Dias ML, Moraes AC, Ferreira SR, Franco DR, Eliaschewitz FG. Type 2 diabetes in Brazil: epidemiology and management. Diabetes Metab Syndr Obes. 2015;8:17-28.

Schmidt MI, Duncan BB, Azevedo e Silva G, Menezes AM, Monteiro CA, Barreto SM, et al. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: carga e desafios atuais. The Lancet. 2011;377:1949-62.

Santos ECB. Direitos dos usuários com diabetes mellitus: do conhecimento à utilização dos benefícios na saúde [dissertação]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo; 2009.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da família no Brasil: uma análise de indicadores selecionados: 1998-2005/2006. Brasília: Ministério da Saúde; 2008.

Elias E, Magajewski F. A atenção primária à saúde no sul de Santa Catarina: uma análise das internações por condições sensíveis à atenção ambulatorial, no período de 1999 a 2004. Rev Bras Epidemiol. 2008;11(4):633-47.

Nedel FB, Facchini LA, Mateo MM, Vieira LAS, Thumé E. Programa Saúde da Família e condições sensíveis à atenção primária, Bagé (RS). Rev Saúde Pública. 2008;42(6):1041-52.

Rizza P, Bianco A, Pavia M, Angelillo F. Preventable hospitalization and access to primary health care in an area of Southern Italy. BMC Health Serv Res. 2007;(7):134.

Mendes EV. As redes de atenção à saúde. 2ª ed. Brasília: OPAS; 2011.

Maia JX, Sousa LA, Marcolino MS, Cardoso CS, Silva JL, Alkmim MB, et al. The impact of a clinical decision support system in diabetes primary care patients in a developing country. Diabetes Technol Ther. 2016;18(4):258-63.

Minas Gerais. Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais. Atenção à saúde do adulto: conteúdo técnico da linha-guia de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e doença renal crônica. 3ª ed. Belo Horizonte: SES-MG; 2013.

Levey AS, Stevens LA, Schmid CH, Zhang YL, Castro AF 3rd, Feldman HI, et al. A new equation to estimate glomerular filtration rate. Ann Intern Med. 2009;150:604-12.

D’Agostino RB, Vasan RS, Pencina MJ, Wolf PA, Cobain M, Massaro JM, et al. General cardiovascular risk profile for use in primary care: The Framingham Heart Study. Circulation. 2008;117:743-53.

Yashkin AP, Picone G, Sloan F. Causes of the change in the rates of mortality and severe complications of diabetes mellitus: 1992-2012. Med Care. 2015;53:268-75.

Barkoudah E, Skali H, Uno H, Solomon SD, Pfeffer MA. Mortality rates in trials of subjects with type 2 diabetes. J Am Heart Assoc. 2012;1:8-15.

Chew BH, Ghazali SS, Ismail M, Haniff J, Bujang MA. Age ≥ 60 years was an independent risk factor for diabetes-related complications despite good control of cardiovascular risk factors in patients with type 2 diabetes mellitus. Exp Gerontol. 2013;48:485-91.

Sosale B, Sosale AR, Mohan AR, Kumar PM, Saboo B, Kandula S. Cardiovascular risk factors, micro and macrovascular complications at diagnosis in patients with young onset type 2 diabetes in India: CINDI 2. Indian J Endocrinol Metab. 2016;20:114-8.

Winston GJ, Barr RG, Carrasquillo O, Bertoni AG, Shea S. Sex and racial/ethnic differences in cardiovascular disease risk factor treatment and control among individuals with diabetes in the Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA). Diabetes Care. 2009;32:1467-9.

Winkley K, Thomas SM, Sivaprasad S, Chamley M, Stahl D, Ismail K, et al. The clinical characteristics at diagnosis of type 2 diabetes in a multi-ethnic population: the South London Diabetes cohort (SOUL-D). Diabetologia. 2013;56:1272-81.

Hendriks SH, van Hateren KJJ, Groenier KH, Houweling ST, Maas AHEM, Kleefstra N, et al. Sex Differences in the quality of diabetes care in the Netherlands (ZODIAC-45). PLoS One. 2015;10:e0145907.

Ferrara A, Mangione CM, Kim C, Marrero DG, Curb D, Stevens M, et al. Sex disparities in control and treatment of modifiable cardiovascular disease risk factors among patients with diabetes: Translating Research Into Action for Diabetes (TRIAD) Study. Diabetes Care. 2008;31:69-74.

Penno G, Solini A, Bonora E, Fondelli C, Orsi E, Zerbini G, et al. Gender differences in cardiovascular disease risk factors, treatments and complications in patients with type 2 diabetes: the RIACE Italian multicentre study. J Intern Med. 2013;274:176-91.