Análise histomorfológica do fígado de ratas e de seus fetos expostos ao álcool durante a gestação

Resumo

Objetivos: o presente trabalho teve como objetivo relacionar o uso de álcool durante a prenhez às alterações morfológicas hepáticas, tanto na mãe quanto nos fetos, através da análise microscópica de cortes histológicos por técnicas rotineiras. Métodos: foram utilizadas 15 ratas Wistar prenhes divididas em três grupos: Álcool, Água e Controle. Foi administrado álcool etílico e água destilada às fêmeas dos grupos Álcool e Água, respectivamente, nos 7o, 8o e 9o dias de gestação. No momento da coleta dos fetos, estes foram medidos e pesados; em seguida, os fígados destes e de suas mães foram processados e analisados em lâminas com método de coloração de hematoxilina e eosina para ambos, e tricômio de Masson para a mãe. Resultados: não houve diferença estatisticamente significativa no número de fetos e no número de megacariócitos entre os três grupos (p > 0,05). Entretanto, com relação ao peso fetal, as comparações Controle versus Água e Água versus Álcool diferiram significativamente (p < 0,001). Além disso, notou-se significância nas comparações entre os comprimentos crânio-caudais fetais dos grupos Controle versus Álcool (p < 0,05). Com a análise qualitativa dos fígados das mães, observou-se a presença de infiltrado inflamatório, padrão normal dos cordões de hepatócitos, da tríade portal e da distribuição das fibras de colágeno e ausência de esteatose nos três grupos estudados. Conclusões: o álcool é reconhecidamente um agente teratogênico, no entanto, neste estudo a dose utilizada e o tempo de exposição a este agente não foram suficientes para gerar alterações morfológicas nos fígados dos fetos e das mães, resultando apenas em comprometimento dos parâmetros morfométricos fetais (peso e comprimento crânio-caudal).