Estudo anatomopatológico dos pólipos endometriais diagnosticados por histeroscopia

Autores

  • Maria Cecília Ferro Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil. https://orcid.org/0000-0002-8005-9082
  • Douglas Alexandre Espírito Santo Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – Ribeirão Preto (SP), Brasil. http://orcid.org/0000-0002-4844-778X
  • Ruan Célio Martins Costa Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil. http://orcid.org/0000-0002-5694-7290

DOI:

https://doi.org/10.23925/1984-4840.2019v21i4a8

Palavras-chave:

endométrio, pólipos, neoplasias do endométrio, hemorragia uterina, doenças uterinas, histeroscopia

Resumo

A incidência de malignidade em formações polipoides do endométrio tem sido estudada recentemente em diversos países, encontrando-se entre 0 e 4,8% na maioria dos trabalhos. A crescente utilização da ultrassonografia transvaginal mesmo em mulheres assintomáticas aumentou a frequência desse diagnóstico em nosso meio. Diversos estudos recomendam a exérese e a avaliação histológica de toda a lesão polipoide visualizada no exame histeroscópico para exclusão de malignidade, porém essa abordagem não é consensual, sobretudo quando as pacientes são jovens ou assintomáticas. O presente estudo avaliou 458 resultados de exames anatomopatológicos de pacientes com diagnóstico histeroscópico de pólipo endometrial, admitidas em laboratório de patologia geral. O diagnóstico histeroscópico confirmou-se em 79,9% dos casos (76,0–83,3%, IC95%) e a prevalência do adenocarcinoma foi de 5,25% (3,7–7,9%, IC95%) em todos os exames. As atipias celulares foram identificadas em hiperplasias glandulares simples ou complexas em 1,9% do total de pólipos endometriais (0,9–3,8%, IC95%). A idade maior ou igual a 51 anos comportou-se como variável fortemente associada à maior prevalência de lesões malignas e pré-malignas, que nesse grupo etário representou 12,2% dos diagnósticos. Comparando-se ao grupo de pacientes com idade entre 41 e 50 anos, a razão de prevalência foi de 2,96, com odds ratio de 3,23. A prevalência de 6,99% de lesões pré-malignas e malignas encontrada na população geral do estudo em pauta justifica a preconização da exérese histeroscópica e o exame histopatológico de todo achado na cavidade endometrial, independentemente do tamanho ou do aspecto macroscópico benigno que o pólipo possa aparentar.

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Biografia do Autor

Maria Cecília Ferro, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.

Professora Titular do Departamento de Morfologia e Patologia da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP. 

ƚ In memoriam

Douglas Alexandre Espírito Santo, Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – Ribeirão Preto (SP), Brasil.

Médico formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Residente no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto pela Universidade de São Paulo (USP)

Ruan Célio Martins Costa, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.

Graduando do 6 ano do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP

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Publicado

2020-05-29

Como Citar

1.
Ferro MC, Espírito Santo DA, Costa RCM. Estudo anatomopatológico dos pólipos endometriais diagnosticados por histeroscopia. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 29º de maio de 2020 [citado 26º de abril de 2024];21(4):183-7. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/38823

Edição

Seção

Artigo Original