Estudo retrospectivo de biomarcadores de instabilidade cromossômica em células de nódulos mamários em aspirado por agulha fina
Resumo
Introdução: O câncer de mama é a malignidade não-cutânea mais diagnosticada em mulheres. A gênese deste carcinoma assemelha-se aos acontecimentos iniciais de todas as neoplasias malignas. As alterações genéticas do controle do ciclo celular configuram-se como eventos principais responsáveis pela carcinogênese. Essas mutações conferem habilidades às células tumorais para proliferarem, metastizarem e escaparem da apoptose e/ou resposta imune na instalação do processo neoplásico. A instabilidade cromossômica (CIN) e, consequentemente, a micronucleação e as atipias celulares (ponte nucleoplasmática, broto e tamanho nuclear) são importantes marcadores citogenéticos da oncogênese. Os micronúcleos (MN) podem se originar por ocorrência de um dos mecanismos que fundamentam a CIN, a geração de ciclos de quebra-fusão-ponte, dissociando fragmentos cromossômicos (clastogênese), mas também por não-disjunção de um cromossomo inteiro (aneugênese). Podem ser, por fim, englobados por envoltório nuclear, apresentando-se morfologicamente similares ao núcleo principal, exceto por seu tamanho menor. A frequência de micronucleação e de outras atipias nucleares é bioindicador sensível na avaliação do processo neoplásico. Objetivos e Métodos: A fim de avaliar a instabilidade genômica em células de nódulos mamários benignos e malignos, utilizamos amostras de lâminas gentilmente fornecidas pelo Laboratório ColPat do município de Sorocaba-SP de 41 pacientes que realizaram punção aspirativa com agulha fina (PAAF) na investigação citológica, mediante Termo de Confidencialidade. A principal finalidade desta pesquisa, foi, além de adaptar a metodologia de preparação e análise microscópica de Thomas et al. ( 2009) e de Bolognesi et al., (2013) respectivamente, investigar a frequência dos biomarcadores da instabilidade cromossômica bem como das atipias nucleares em nódulos mamários benignos e malignos entre 41 pacientes de nossa casuística. Resultados: Por meio da observação microscópica com auxílio da objetiva de imersão, analisamos 1000 células por paciente que demonstraram: aumento da frequência com índice de significância (p<0,05) para micronucleação e núcleos de tamanho aumentados como indicativos de genotoxicidade e aumento da frequência com índice de significância (p<0,05) para células binucleadas e picnóticas, como indicativos de citotoxicidade, quando comparamos as principais ocorrências citogenéticas entre os nódulos benignos e malignos. Conclusão: Os resultados preliminares obtidos em nossa investigação indicam que a frequência de micronucleação e das atipias nucleares observadas poderão contribuir para aumento da sensibilidade dos parâmetros utilizados no diagnóstico laboratorial diferencial entre nódulos benignos e malignos.Downloads
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