Gestação e apendicite
Palavras-chave:
apendicite, abdome agudo, gestaçãoResumo
Introdução: A apendicite aguda é a causa mais prevalente de abdome agudo em gestantes, com incidência de 1/500 a 2000 casos. Afecção de difícil diagnóstico, uma vez que dor abdominal, náuseas, vômitos e leucocitose também estão presentes na gravidez. A sensibilidade reduzida ao ultrassom (US) e a variação anatômica do apêndice na gestação postergam o diagnóstico, ocasionando perfuração e aumento da morbiletalidade maternofetal. Objetivo: Advertir os obstetras sobre a importância de cogitar o diagnóstico de abdome agudo em presença de dores pélvicas na gestação. Relato: V.A.S., 30 anos, G3P1A1, prenhez ectópica anterior, 32 semanas, múltiplas malformações fetais (agenesia de vermis cerebelar, hipoplasia pulmonar à esquerda, hérnia diafragmática à direita, polidactilia). Admitida na Santa Casa com dor leve em fossa ilíaca direita, sem outros sintomas, foi medicada com analgésico e dispensada. Retorna oito horas após, com piora substancial do quadro, dispneia e distensão abdominal. Realizou-se ultrassom com diagnóstico de cálculo renal, com hidratação e sintomáticos. Após 48 horas houve piora progressiva do quadro, sendo transferida ao serviço terciário. Apresentou-se em mau estado geral, afebril, abdome distendido com ruídos hidroaéreos ausentes. Ao exame obstétrico: dinâmica uterina presente, feto ativo, e ao toque, 8 cm de dilatação e apresentação pélvica. US e RX constataram abdome agudo, com cesárea imediata e diagnóstico de apendicite supurada, realizando-se apendicectomia. RN nasceu anoxiado, 1420g, múltiplas malformações, com óbito após 12 horas. Puérpera encaminhada à enfermaria, com alta no sétimo dia. Conclusão: O adiamento do diagnóstico de apendicite na gestação aumenta a probabilidade de complicações , sendo fator decisivo na piora do desfecho materno-fetal.Downloads
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