Mania secundária a Schwanoma do trigêmeo
Palavras-chave:
mania, Schwanoma, neoplasia cerebralResumo
Introdução: A maioria dos tumores cerebrais apresenta-se clinicamente com sinais neurológicos devido ao efeito de massa que provocam. Entretanto, em casos raros podem abrir o quadro clínico com sintomas psiquiátricos. Na literatura, os casos de mania secundários à neoplasia cerebral estão mais associados com lesões no lobo frontal direito, e os pacientes apresentam características clínicas como euforia e redução do insight sobre a sua doença. Objetivos: Relatar o caso de mania secundária a schwanoma do trigêmeo. Metodologia: As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com o paciente e revisão da literatura. Relato de caso: Mulher de 65 anos apresenta cefaléias recorrentes, hipoacusia a direita, ataxia e vertigem, e alteração em seu padrão de comportamento; desinibida, expansiva e logorreica. Ao exame, constatou-se hemiparestesia nos ramos V2 e V3 à direita, alteração de equilíbrio estático e dinâmico, hipertenaz, inquieta, escuta seletiva, discurso arborizado, delírios de religiosidade, hipertímica com afeto congruente ao humor, insight comprometido. Discutido com colaterais, afirmam humor eufórico prévio, mas que extrapolou nos últimos três meses e piorou após internação, negam antecedentes pessoais e familiares. Hipóteses diagnósticas: Transtorno Afetivo Bipolar e Demência Frontotemporal. A ressonância nuclear magnética revelou um tumor de 4,2x3,0cm, em cisterna pré-pontina na fossa posterior a direita, comprimindo ponte, pedúnculo cerebelar e quarto ventrículo, com dilatação ventricular supratentorial. Evoluiu com melhora nítida da expansividade comportamental, sem oscilação da consciência, orientada, discurso linear, coerente e ausência de delírios, apenas com paresia do VI nervo craniano a direita. Conclusão: Na literatura são descritos dois casos de mania secundária a schwanoma do trigêmeo, condição mórbida e rara. Embora este tumor seja infratentorial, da região do ângulo cerebelopontino, parece provocar alterações comportamentais, embora os estudos de imagem em neuropsiquatria apontem estruturas mais superiores do encéfalo envolvidas na mania. Porém, não se descarta a possibilidade de que a paciente já apresentasse uma submania prévia ao tumor, com agravo posterior.Downloads
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