O encaminhamento de pacientes com dor musculoesquelética para o reumatologista é realizado corretamente?

Autores

  • José Eduardo Martinez Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil. http://orcid.org/0000-0002-3864-6822
  • Caíque Moreira Campos Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil. http://orcid.org/0000-0002-5650-8386
  • Caíque Souza Jorge Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil. http://orcid.org/0000-0002-6556-5737

DOI:

https://doi.org/10.23925/1984-4840.2020v22i1a6

Palavras-chave:

dor crônica, reumatologia, atenção primária de saúde, encaminhamento e consulta.

Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo foi determinar se o encaminhamento de pacientes com dor musculoesquelética crônica para o reumatologista é realizado corretamente. Método: Foram revistas as fichas de encaminhamento para reumatologia do Centro de Saúde Escola de Sorocaba (CSE). Apuraram-se os dados demográficos, clínicos e terapêuticos, os motivos de encaminhamento e a qualidade dos dados. Foram analisados se houve registro das variáveis mencionadas, o tempo de espera para consulta e a qualidade do preenchimento da ficha de encaminhamento. Resultados: Foram analisados 63 guias de referência e respectivos prontuários. A maioria deles é de pacientes do sexo feminino e da faixa etária entre 50 e 70 anos. Em relação às hipóteses diagnósticas, a maior prevalência nas mulheres foi de osteoartrite seguida de fibromialgia, e fibromialgia e artrite reumatoide entre os homens. Dezesseis pacientes não tinham hipótese registrada. A maior parte queixava-se de dor generalizada. Observou-se que um número importante de fichas de referência e prontuários não registrava os medicamentos nem as medidas não medicamentosas. Chamou a atenção o fato de que não houve nenhuma ficha ou prontuário considerado completo. Conclusão: O encaminhamento de pacientes com dor musculoesquelética crônica do setor primário para a especialidade reumatologia tem falhas importantes. 

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Biografia do Autor

José Eduardo Martinez, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.

Concluiu o doutorado em Reumatologia pela Universidade Federal de São Paulo em 1993. Atualmente é professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e reumatologista da Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São Paulo lotado no Conjunto Hospitalar de Sorocaba. Na PUCSP exerceu a chefia do Departamento de Medicina entre agosto de 2001 a julho de 2009, foi diretor da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde e é atualmente vice-reitor. Publicou 56 artigos em periódicos especializados, sendo 8 internacionais e 53 trabalhos em anais de eventos. Desde 1983 é membro titular da Sociedade Brasileira de Reumatologia sendo membro da Comissão de Dor, Fibromialgia e outros Reumatismos de Partes Moles e Secretário Geral na gestão 2014-2016.. Participa também da Academia Brasileira de Reumatologia. Possui 16 capítulos de livros e 3 livros publicados. Participou de 65 eventos no Brasil e 14 no exterior. Orientou 53 alunos de iniciação científica e 3 de mestrado profissionalizante Coordena o projeto da PUC-SP "Dicas Reumatológicas" no Twitter. Atua na área de Medicina, com ênfase em Reumatologia. Em seu currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Fibromialgia, Qualidade de Vida, Osteoporose, Dor crônica e Lupus Eritematoso Sistêmico.

Caíque Moreira Campos, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.

Estudante de medicina

Caíque Souza Jorge, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – Sorocaba (SP), Brasil.

Estudante de Medicina

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Publicado

2021-01-28

Como Citar

1.
Martinez JE, Campos CM, Jorge CS. O encaminhamento de pacientes com dor musculoesquelética para o reumatologista é realizado corretamente?. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 28º de janeiro de 2021 [citado 19º de novembro de 2024];22(1):27-30. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/42847

Edição

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Artigo Original