Caracterização clínica e laboratorial da hipertensão arterial em pacientes com gota

Autores

  • Gisela Tan-Oh CCMB/PUC-SP
  • Hélvia Ribeiro Freire da Silva CCMB/PUC-SP
  • Ilana Maeda Yamakami CCMB/PUC-SP
  • Cristiano B. Campanholo CCMB/PUC-SP
  • Luciano Mesquita Simão CCMB/PUC-SP
  • Gilberto Santos Novaes CCMB/PUC-SP

Palavras-chave:

gota, hipertensão, hiperurecemia

Resumo

Introdução: hipertensão arterial (HA) e doenças cardiovasculares são associações comumente observadas em pacientes com gota. Objetivo: caracterizar clínica e laboratorialmente a HA em pacientes com gota. Pacientes e Métodos: vinte e um pacientes com gota e HA foram estudados. Idade, sexo, duração da gota, obesidade, tofos, tabagismo, diabetes, antecedente familial de doenças cardiovasculares, medida da pressão arterial, ácido úrico (AUS), colesterol, HDL, LDL, triglicérides, glicose, uréia, creatinina, ECG, radiografia de tórax e exame fundoscópico de retinopatia hipertensiva e ateroesclerótica (classificação de Gans) foram avaliados. Os pacientes foram analisados quanto a fatores de risco cardiovascular (FRC) e lesões em órgãos-alvo (LOA). Foi determinado o risco individual de cada paciente e estratificado em grupo A: sem FRC e sem LOA, grupo B: com FRC (excluído diabetes) e sem LOA e grupo C: com LOA e doença cardiovascular clinicamente detectável e/ou diabetes. A análise dos resultados foi descritiva. Resultados: a média de idade dos pacientes foi de 56,8 anos (34 a 89), sendo 20 do sexo masculino e 1 do feminino. A duração da gota foi em média de 10,6 anos (2 a 24 anos). Dezenove dos pacientes eram obesos. Nove tinham tofos. Tabagismo em três pacientes. Sete pacientes eram diabéticos e sete com antecedentes familiais de doença cardiovascular. A pressão arterial foi limítrofe em três (14,2%), HA leve (estádio 1) em um (4,7%), HA moderada (estádio 2) em seis (28,5%), HA grave (estádio 3) em sete (33,3%) e HA sistólica isolada em quatro (19%) pacientes. Todos os pacientes estavam em tratamento anti-hipertensivo. AUS foi em média 7,890,6 mg/dl, colesterol >200mg/dl em dez pacientes, HDL <35 em três, LDL >130 em cinco, triglicérides >300mg/dl em três pacientes. Uréia ou creatinina foi elevada em sete pacientes. Em um (4,7%) paciente foi detectado 1 FRC, em nove (42,8%) dois, em seis (28,5%) três e em cinco (23,8%) pacientes quatro. Quatro (19%) pacientes não apresentaram LOA, dez (47,6%) uma, seis (28,5%) duas e um (4,7%) paciente três LOA. Quanto à retinopatia (Gans), nove (42,8%) pacientes tinham H0A0, dois (9,5%) H1A0, três (14,2%) H0A1 e sete (33,3%) pacientes H1A1. Verificou-se na estratificação em grupos de risco nenhum paciente no grupo A, três (14,2%) no grupo B e dezoito (85,7%) pacientes classificados como de maior risco (grupo C). Conclusão: nossos resultados indicam que a HA em pacientes com gota caracteriza-se por expressivo risco de doença cardiovascular e presença de lesões em órgãos-alvo.

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Biografia do Autor

Gisela Tan-Oh, CCMB/PUC-SP

Acadêmica do curso de Medicina CCMB/PUC-SP

Hélvia Ribeiro Freire da Silva, CCMB/PUC-SP

Acadêmica do curso de Medicina CCMB/PUC-SP

Ilana Maeda Yamakami, CCMB/PUC-SP

Acadêmica do curso de Medicina CCMB/PUC-SP

Cristiano B. Campanholo, CCMB/PUC-SP

Residente em Clínica Médica CCMB/PUC-SP

Luciano Mesquita Simão, CCMB/PUC-SP

Residente em Oftalmologia CCMB/PUC-SP

Gilberto Santos Novaes, CCMB/PUC-SP

Professor do Depto. de Medicina CCMB/PUC-SP

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Como Citar

1.
Tan-Oh G, Silva HRF da, Yamakami IM, Campanholo CB, Simão LM, Novaes GS. Caracterização clínica e laboratorial da hipertensão arterial em pacientes com gota. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 2º de janeiro de 2008 [citado 21º de dezembro de 2024];9(4):9-14. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/447

Edição

Seção

Artigo Original