Correção cirúrgica da assimetria torácica na Síndrome de Poland

Autores

  • Décio Luís Portella
  • Vitor Pelogi Arienzo
  • Lucas Martins Ferreira

Palavras-chave:

Sindrome de Poland, sindactilia, braquidactilia, assimetria torácica, malformação congênita

Resumo

INTRODUÇÃO: A Síndrome de Poland (SP) é uma anomalia congênita rara, afeta aproximadamente 1/30mil nascidos vivos, mais frequente no sexo masculino, acometendo normalmente o lado direito do hemitórax. É caracterizada pela combinação de aplasia ou hipoplasia do músculo peitoral maior com ou sem ipsilateral sindactilia ou braquissindactilia. Dados epidemiológicos sobre a síndrome são imprecisos, uma vez que é uma patologia pouco diagnosticada e notificada. OBJETIVO: Análise acerca da assimetria torácica na Síndrome de Poland, baseando-se na intervenção cirúrgica como fator de correção estético-funcional-emocional. METODOLOGIA: Levantamento de dados clínicos através da análise de prontuário do paciente, atrelado a variáveis quantitativas e qualitativas. RELATO: GLV, 17, masculino, referenciado para o serviço de Cirurgia Plástica do Conjunto Hospitalar de Sorocaba para correção estética e funcional de um quadro de agenesia do músculo peitoral maior, hipotrofias do peitoral menor e do gradil costal acometendo o lado direito. Apesar de antecedentes de convulsões febris, depressão, síndrome do pânico, seu humor e autoestima foram melhorados após satisfação do resultado. DISCUSSÃO: O conhecimento dos sinais clínicos da SP é de extrema importância para o diagnóstico e tratamento. Apresenta etiopatogenia multifatorial, baseando-se no hipofluxo da artéria subclávia durante a embriogênese levando à deformidade torácica encontrada neste caso. A identificação das manifestações da síndrome se deu através de caráter clínico. Assim, as condições operatórias foram definidas, realizando processo cirúrgico em múltiplas etapas. Inicialmente, realizou-se estabilização do gradil costal com materiais aloplásticos, seguindo-se o retalho do latíssimo do dorso com preservação do pedículo vásculo-nervoso, descrito por Tanzini, e instalado expansor por baixo da camada muscular. Em segundo tempo, o expansor foi removido e ocorreu a colocação de um implante mamário bilateralmente, sendo próteses de 230ml sob o peitoral esquerdo e 300ml sob o peitoral direito. A reconstrução da deformidade torácica foi realizada com sucesso, não houve complicações pós operatórias e foram observadas melhoras da qualidade de vida do paciente. CONCLUSÃO: A SP representa a anomalia de músculo peitoral mais frequente relatada na literatura. No entanto, o reconhecimento das peculiaridades cirúrgicas e correção da assimetria torácica na SP facilitam o manejo clínico e melhoram a qualidade de vida dos pacientes.

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Publicado

2019-12-02

Como Citar

1.
Portella DL, Arienzo VP, Ferreira LM. Correção cirúrgica da assimetria torácica na Síndrome de Poland. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 2º de dezembro de 2019 [citado 21º de dezembro de 2024];21(Supl.). Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/46244