O uso excessivo de metilfenidato na infância e os falsos diagnósticos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

Autores

  • Sandro Blasi Esposito
  • Valquíria Neves Perin
  • João Pedro Franco Leal de Oliveira

Palavras-chave:

transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, metilfenidato, criança

Resumo

INTRODUÇÃO: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica que afeta grande parte da população – sobretudo a pediátrica –, tendo como característica um padrão de redução sustentada no nível de atenção e uma intensificação na impulsividade ou hiperatividade. O desenvolvimento desta pesquisa foi motivado pela existência marcante de overdiagnosis e overtreatment no que tange ao TDAH, sendo necessário conhecer os reais impactos do uso de Metilfenidato, principal droga para o tratamento. METODOLOGIA: Como metodologia, realizou-se um estudo longitudinal de modo a acompanhar crianças entre seis e doze anos, durante o seu tratamento para o TDAH por um período de um ano no ambulatório de neuropediatria do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). Foram aplicados bimensalmente os questionários “The Behavior Problems Inventory” e “SNAP IV” aos pacientes no intuito de avaliar a evolução de seus respectivos transtornos. RESULTADOS: Assim sendo, observou-se um total de 17 pacientes, dos quais 11 faziam uso de Metilfenidato (grupo A) e 6 não utilizavam tal medicamento (grupo B). De todas as crianças analisadas, 76,5 % faziam acompanhamento regular com psicoterapia (72,7 % do grupo A e 83,3 % do grupo B) e 64,7 % praticavam regularmente atividades físicas (81,8 % do grupo A e 33,3 % do grupo B). Ademais, foi constatada acentuada melhora dos sintomas (diminuição da frequência e severidade de comportamentos agressivos, estereotipados, hiperativos e desatentos) do TDAH no grupo A, em comparação ao grupo B (sintomas se mantiveram em 100% dos indivíduos observados). Dessa forma, foi consensual, tanto pelos relatórios escolares, quanto pela impressão pessoal dos pacientes e familiares, que a utilização do Metilfenidato acarretou maiores benefícios do que malefícios sobre a qualidade de vida diária de cada criança e, especialmente, no rendimento escolar. É válido ressaltar a importância de uma abordagem multidisciplinar em relação ao diagnóstico e seguimento do paciente com TDAH.

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Publicado

2019-12-02

Como Citar

1.
Esposito SB, Perin VN, Oliveira JPFL de. O uso excessivo de metilfenidato na infância e os falsos diagnósticos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 2º de dezembro de 2019 [citado 19º de novembro de 2024];21(Supl.). Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/46256