Acompanhamento da doença renal crônica na atenção primária à saúde
DOI:
https://doi.org/10.23925/1984-4840.2020v22i4a9Palavras-chave:
Doença Renal Crônica, Atenção Básica, Atenção Primária à SaúdeResumo
Objetivo: Avaliar a situação da atenção médica aos portadores de doença renal crônica (DRC) e detectar as possíveis barreiras existentes para esse cuidado na atenção primária à saúde (APS). Método: Pesquisa qualitativa com questionário estruturado, aplicado a médicos da APS, abrangendo aspectos demográficos e ligados à prática do atendimento a pacientes com DRC, em dois municípios do estado de São Paulo. Os dados obtidos foram cotejados em entrevista com nefrologista da atenção secundária. Resultados: Foram obtidas 42 respostas individuais, provenientes de 28 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Os respondedores são predominantemente graduados no Brasil, do gênero masculino, com idade entre 26 e 64 anos e brancos. Atuam na APS há 9,8 anos, atendendo semanalmente menos que 10 pacientes com DRC. Respostas positivas dos profissionais referem-se a diagnóstico, educação e segurança em evitar agentes nefrotóxicos. Relatam dispor de ferramentas próprias para evitar a nefrotoxicidade e conduzir o tratamento da hipertensão arterial, mas a maioria (66,7%) não segue nenhuma diretriz para manejo da DRC. A APS não disponibiliza recursos educativos para acompanhamento de pacientes com DRC. Os principais elementos obtidos na atenção nefrológica secundária assinalam as seguintes discordâncias: referenciamento precoce, sobrecarga de agenda, prejuízo na contrarreferência e ausência de protocolos municipais. Conclusão: Para manejo dos pacientes com DRC, os profissionais da APS utilizam frequentemente recursos próprios e demonstram insegurança em aspectos específicos da doença. A APS não dispõe de ferramentas para capacitação dos profissionais e estabelecimento de protocolos locais. O matriciamento parece ser a estratégia da capacitação mais apropriada para essa situação.
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