Hidrocefalia obstrutiva associada à hemorragia intracraniana no intraparto e dificuldade de acesso à saúde

um relato de caso

Autores

  • Inês Maria Crespo Gutierres Pardo de Alexandre Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde
  • Mônica Ayres de Araújo Scattolin Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde
  • Gabriel Salvestro Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde
  • Fernando Ninomiya Harada Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde
  • Gabriela Davóglio Gandin Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde
  • Pedro Manfio Perales Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde

Palavras-chave:

Hidrocefalia, Hemorragia Intracraniana, Placenta Prévia, Cuidado Pré-Natal

Resumo

Introdução: Define-se por hidrocefalia o acúmulo patológico do líquor. Sua forma congênita pode ocorrer como complicação de Hemorragias Intracranianas (HIC) durante o parto, classificadas em graus de I a IV, proporcionais à intensidade da hidrocefalia. Este estudo descreve o caso de um paciente pediátrico com diagnóstico de hidrocefalia associada à HIC intraparto decorrente da condição de prematuridade ligada à PP e à gemelaridade. Relato de caso: Paciente, masculino, 5 meses. Fruto de uma gestação gemelar, apresentou ao nascimento Perímetro Cefálico (PC) de 46,5 cm com idade gestacional de 29 semanas. Mãe refere ter realizado o Pré-Natal adequadamente, iniciado no 2o mês de gestação. Foi encaminhada ao Pré-Natal de Alto Risco (PNAR) dada a gemelaridade e o quadro de PP, não sendo atendida. Após o parto, realizado por via alta e com urgência dada a PP em sangramento ativo, foi constatada HIC grau IV. O RN evoluiu com dilatação ventricular controlada por punção liquórica até que obtivesse peso suficiente para realizar Derivação Ventrículo-Peritoneal (DVP), executada sem intercorrências, com melhora do PC em 10 dias na enfermaria. Aos 5 meses, mãe notou novo aumento do PC, havendo necessidade de novo procedimento para revisão da DVP, realizado sem intercorrências, seguida da realização de TC e radiografia de crânio para controle. Discussão: A disponibilidade de recursos para evitar condições nocivas ao binômio materno-fetal é por vezes restrita ao PNAR, de baixa acessibilidade em algumas localidades do Brasil para gestantes em situação de vulnerabilidade. Esta está ligada à evitabilidade da ocorrência do caso em questão, dada a possibilidade de evitar sangramentos ativos por meio do acompanhamento adequado a gestantes de risco e, consequentemente, impedir a HIC associada à hidrocefalia. Assim, o paciente apresentar-se-ia livre de sequelas motoras que o impedem de interagir adequadamente com o meio ao seu redor, limitando seu DNPM e culminando em estresse familiar, gastos em saúde, iatrogenias e outras doenças. Conclusão: A importância do conhecimento acerca das patologias envolvidas no caso em questão, bem como a acessibilidade aos serviços pré-natais é reiterada. Mais estudos neste sentido devem ser realizados para que novos mecanismos para garantir a acessibilidade pré-natal e a reversibilidade ou evitabilidade das entidades descritas e suas complicações sejam elucidados.

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Publicado

2022-10-28

Como Citar

1.
Alexandre IMCGP de, Scattolin MA de A, Salvestro G, Harada FN, Gandin GD, Perales PM. Hidrocefalia obstrutiva associada à hemorragia intracraniana no intraparto e dificuldade de acesso à saúde: um relato de caso. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 28º de outubro de 2022 [citado 13º de novembro de 2024];24(Supl.). Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/59665