Hidrocefalia obstrutiva associada à hemorragia intracraniana no intraparto e dificuldade de acesso à saúde
um relato de caso
Palavras-chave:
Hidrocefalia, Hemorragia Intracraniana, Placenta Prévia, Cuidado Pré-NatalResumo
Introdução: Define-se por hidrocefalia o acúmulo patológico do líquor. Sua forma congênita pode ocorrer como complicação de Hemorragias Intracranianas (HIC) durante o parto, classificadas em graus de I a IV, proporcionais à intensidade da hidrocefalia. Este estudo descreve o caso de um paciente pediátrico com diagnóstico de hidrocefalia associada à HIC intraparto decorrente da condição de prematuridade ligada à PP e à gemelaridade. Relato de caso: Paciente, masculino, 5 meses. Fruto de uma gestação gemelar, apresentou ao nascimento Perímetro Cefálico (PC) de 46,5 cm com idade gestacional de 29 semanas. Mãe refere ter realizado o Pré-Natal adequadamente, iniciado no 2o mês de gestação. Foi encaminhada ao Pré-Natal de Alto Risco (PNAR) dada a gemelaridade e o quadro de PP, não sendo atendida. Após o parto, realizado por via alta e com urgência dada a PP em sangramento ativo, foi constatada HIC grau IV. O RN evoluiu com dilatação ventricular controlada por punção liquórica até que obtivesse peso suficiente para realizar Derivação Ventrículo-Peritoneal (DVP), executada sem intercorrências, com melhora do PC em 10 dias na enfermaria. Aos 5 meses, mãe notou novo aumento do PC, havendo necessidade de novo procedimento para revisão da DVP, realizado sem intercorrências, seguida da realização de TC e radiografia de crânio para controle. Discussão: A disponibilidade de recursos para evitar condições nocivas ao binômio materno-fetal é por vezes restrita ao PNAR, de baixa acessibilidade em algumas localidades do Brasil para gestantes em situação de vulnerabilidade. Esta está ligada à evitabilidade da ocorrência do caso em questão, dada a possibilidade de evitar sangramentos ativos por meio do acompanhamento adequado a gestantes de risco e, consequentemente, impedir a HIC associada à hidrocefalia. Assim, o paciente apresentar-se-ia livre de sequelas motoras que o impedem de interagir adequadamente com o meio ao seu redor, limitando seu DNPM e culminando em estresse familiar, gastos em saúde, iatrogenias e outras doenças. Conclusão: A importância do conhecimento acerca das patologias envolvidas no caso em questão, bem como a acessibilidade aos serviços pré-natais é reiterada. Mais estudos neste sentido devem ser realizados para que novos mecanismos para garantir a acessibilidade pré-natal e a reversibilidade ou evitabilidade das entidades descritas e suas complicações sejam elucidados.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores no momento da submissão transferem os direitos autorais, assim, os manuscritos publicados passam a ser propriedade da revista.
O conteúdo do periódico está licenciado sob uma Licença Creative Commons 4.0, esta licença permite o livre acesso imediato ao trabalho e que qualquer usuário leia, baixe, copie, distribua, imprima, pesquise ou vincule aos textos completos dos artigos, rastreando-os para indexação, passá-los como dados para o software, ou usá-los para qualquer outra finalidade legal.