Manejo clínico de lactente com escabiose crostosa após uso de corticoterapia
Palavras-chave:
Escabiose, Glucocorticoides, Terapia de ImunossupressãoResumo
Introdução: A escabiose tem como agente etiológico o ácaro Sarcoptes scabiei var. hominis e pode apresentar uma variação denominada escabiose crostosa, também conhecida como Sarna Norueguesa. Essa é uma condição incomum, frequentemente relacionada à imunossupressão, caracterizada por hiperinfestação acarina no hospedeiro, presença de lesões crostosas descamativas hiperceratóticas e aumento do risco de infecção bacteriana secundária grave. Relato de caso: Lactente, feminino, apresentou escabiose crostosa e infecção secundária após quadro prolongado de lesões cutâneas tratadas com o uso de corticoides. Manifestou máculas hiperemiadas, lesões crostosas pruriginosas hiperceratóticas, fácies cushingóide e monilíase oral com histórico de acometimento familiar concomitante. Foram consultados diversos profissionais sem resolução do quadro, quando foi indicada internação de urgência, em que foi feito o diagnóstico de escabiose crostosa e instituído o tratamento. Após 28 dias de internação, paciente recebe alta com melhora nas lesões cutâneas; Discussão: O diagnóstico tardio e o uso de esteroides são fatores de risco para evolução da escabiose para sua forma crostosa, demonstrados no caso pelo uso de corticoterapia por aproximadamente dois meses antes do diagnóstico. Apesar da lactente ter sido consultada por diferentes profissionais, somente foi aventada a hipótese de escabiose crostosa quando já estava clinicamente evoluída. O manejo dessa patologia envolve ações para erradicação acarina e controle da transmissão. Deve ser feita a associação terapêutica de medicamentos de uso sistêmico, tópico e queratolíticos. O manejo da paciente requisitou intensa interação multidisciplinar e houve dificuldade de conduta pela falta de diretrizes bem estabelecidas para escabiose crostosa; Conclusão: A instituição do diagnóstico e do tratamento adequado e precoce evita não só a piora da condição clínica como também um grande estresse emocional que pode ser gerado pela piora progressiva e repetida mudança na terapêutica instituída sem gerar resultado. Mais estudos são necessários para estabelecer uma terapêutica adequada para a forma crostosa da escabiose, considerando suas particularidades e a adequação do tratamento para faixa pediátrica.
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