O impacto da pandemia de COVID-19 em crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista e seus cuidadores

Autores

  • José Evaldo Leandro Júnior Universidade Federal do Ceará (UFC). Faculdade de Medicina. Departamento de Fisiologia e Farmacologia. Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos (NPDM/UFC)
  • Kelly Rose Tavares Neves Universidade Federal do Ceará (UFC). Faculdade de Medicina. Departamento de Fisiologia e Farmacologia. Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos (NPDM/UFC)
  • Isabella Martins Camelo Universidade Federal do Ceará (UFC). Centro de Ciências da Saúde
  • Lucas da Silva Moreira Universidade Federal do Ceará (UFC). Centro de Ciências da Saúde
  • Nathalia de Oliveira Pires Universidade Federal do Ceará (UFC). Centro de Ciências da Saúde
  • Gislei Frota Aragão Universidade Federal do Ceará (UFC). Centro de Ciências da Saúde

DOI:

https://doi.org/10.23925/1984-4840.2024v26a20

Palavras-chave:

COVID-19, Pandemia, Transtorno do Espectro do Autismo, Cuidadores, Crianças, Adolescentes

Resumo

Objetivo: analisar o impacto da pandemia de COVID-19 e do distanciamento social em crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista e seus cuidadores. Métodos: estudo observacional, descritivo e transversal realizado com pais/cuidadores de crianças com TEA através de um questionário on-line com 39 questões. Os dados foram coletados de outubro de 2020 a janeiro de 2021, referindo-se ao período crítico da pandemia no Ceará de março a junho de 2020. Resultados: dos 122 participantes da pesquisa (crianças/adolescentes de 2 a 18 anos, média de 6,7 anos), 87,7% interromperam tratamentos multidisciplinares durante o isolamento. A maioria dos cuidadores (86,8%) teve mais dificuldades em gerenciar o tempo livre das crianças. Problemas de comportamento tornaram-se mais intensos para 61,5% e mais frequentes para 59,8% dos participantes. Dificuldades no manejo das refeições foram relatadas por 39,3% dos participantes, e 97,1% afirmaram que problemas na gestão da autonomia foram amplificados. Regressões comportamentais e piora dos sintomas ocorreram em 81,1% dos casos. Crianças com problemas de comportamento pré-pandemia apresentaram um aumento significativamente maior na intensidade (OR =3,87, p =0,05) e na frequência (OR =3,42, p =0,05) dos problemas comportamentais. Em contraste, ser filho único mostrou-se um fator protetor contra os impactos negativos do isolamento, com redução significativa na intensificação (OR =0,16, p <0,05) e na frequência (OR =0,08, p <0,01) dos problemas comportamentais. Conclusão: a pandemia de COVID-19 e o distanciamento social alteraram negativamente os padrões de comportamento, alimentação e autocuidado em crianças e adolescentes com TEA, tornando esse período mais desafiador para seus cuidadores.

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Publicado

2024-11-13

Como Citar

1.
Leandro Júnior JE, Neves KRT, Camelo IM, Moreira L da S, Pires N de O, Aragão GF. O impacto da pandemia de COVID-19 em crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista e seus cuidadores. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 13º de novembro de 2024 [citado 19º de novembro de 2024];26(Fluxo contínuo):e63693. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/63693

Edição

Seção

Artigo Original