Síndrome da pele escaldada estafilocócica em lactente

relato de caso

Autores

  • Izilda das Eiras Tâmega Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde
  • Sofia Paula Barros Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde https://orcid.org/0000-0002-8914-9615

Palavras-chave:

síndrome da pela escaldada estafilocócica, antibacterianos, pediatria, dermatopatias

Resumo

Introdução: a síndrome de pele escaldada estafilocócica (SPEE) é uma doença dermatológica causada pelo staphylococcus aureus do grupo ii tipo 71 que acomete crianças até 5 anos de idade. as exotoxinas a/b/d produzidas pelo agente causam o desprendimento da camada granulosa da epiderme, o que resulta em exantema escalatiforme difuso, bolhas flácidas e, por último, lesões descamativas de grandes áreas da pele. o diagnóstico da SPEE é essencialmente clínico e o tratamento inclui o uso de pomada de mupirocina e de antibioticoterapia anti-estafilocócica sistêmica, usualmente a oxacilina. a corticoterapia é contraindicada na SPEE, pois pode aumentar a toxemia e as complicações. Relato do caso: paciente, sexo masculino, 7 meses de idade, sem internações anteriores. iniciou quadro de eritema perioral associado a dificuldade de lactância, com progressão para lesões eritematosas exacerbadas em tórax, região de comissura nasolabial, região inguinal e perineal, poupando palma de mãos, planta dos pés, mucosa oral, conjuntiva e nasal. as lesões evoluíram com descamação e formação de crostas em diferentes estágios pelo corpo. na internação foi iniciado antibioticoterapia, com melhora progressiva do quadro. após 5 dias recebeu alta hospitalar com manutenção da antibioticoterapia e encaminhamento para serviço de dermatologia.
Discussão: o diagnóstico diferencial da SPEE com outras doenças bolhosas, como a necrólise tóxica epidérmica, depende da anamnese, das características das lesões eritematosas e do padrão de clivagem epidérmica na biópsia. no caso do paciente, a anamnese e as características das lesões eram típicas de SPEE, o que indicou o início imediato de antibioticoterapia na internação. inicialmente foi escolhido a vancomicina, porém ela é recomendada nos casos de suspeita de superinfecção ou de alergia à penicilina, o que não se aplicava ao paciente. por conta da perda do acesso periférico e da grande extensão das lesões, optou-se por realizar terapia via oral com cefadroxila, uma cefalosporina com boa ação contra staphylococcus aureus. associada à antibioticoterapia foi feito o uso tópico de pomada de mupirocina, que possui alta eficácia contra staphylococcus aureus. Conclusão: é necessário ter a suspeita de spee diante de eritema e descamação cutânea para realizar diagnóstico e tratamento precoces, evitando infecções secundárias e outras complicações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Publicado

2023-10-13

Como Citar

1.
Tâmega I das E, Barros SP. Síndrome da pele escaldada estafilocócica em lactente: relato de caso. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 13º de outubro de 2023 [citado 13º de novembro de 2024];25(Supl.). Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/63854