Análise do atendimento prestado à mãe e ao recém-nascido no momento do parto em maternidades públicas e privadas no estado do Espírito Santo – Brasil
DOI:
https://doi.org/10.23925/1984-4840.2024v26a5Palavras-chave:
Parto Humanizado, Maternidades, Recém-Nascido, Serviços de Saúde Materno-Infantil, Avaliação em SaúdeResumo
Objetivo: analisar o atendimento oferecido à mãe e ao recém-nascido no momento do parto em maternidades do Espírito Santo, segundo o tipo de serviço prestado, avaliados através de indicadores baseados nas recomendações de boas práticas assistenciais preconizadas pela OMS e pelo programa Rede Cegonha. Métodos: estudo seccional aninhado a uma coorte de nascimento hospitalar multicêntrica. Entrevistas foram realizadas na maternidade, aos 7 e 27 dias. A avaliação do atendimento foi baseada nas recomendações do componente parto e nascimento, tendo como desfecho o tipo de serviço prestado: público ou privado. Para análise utilizou-se modelo hierárquico e regressão de Poisson com ajuste robusto da variância. Resultados: as maternidades públicas apontaram maior prevalência quanto à classificação do risco gestacional (RP: 3,33; IC 95%: 2,99; 3,70); exame pré-parto (RP: 2,38; IC 95%: 1,60; 3,53), uso de ocitocina (RP: 1,23; IC 95%: 1,11; 1,29) e parto vaginal (RP: 1,15; IC 95%: 1,09; 1,21) e menor prevalência quanto à presença do acompanhante (RP: 0,83; IC 95%: 0,77; 0,89), contato pele a pele na sala de parto (RP: 0,92; IC95%: 0,86; 0,98), pediatra na sala de parto (RP: 0,81; IC 95%: 0,70; 0,93), alojamento conjunto (RP: 0,92; IC 95%: 0,86 ;0,98) e orientação sobre o aleitamento materno (RP: 0,90; IC 95%: 0,84; 0,96). Conclusão: tanto as maternidades públicas quanto as privadas ainda precisam ajustar-se para garantir a realização de boas práticas, conforme definidas pela OMS e SUS, que assegurem a assistência qualificada para o binômio mãe-filho.
Downloads
Metrics
Referências
Silva F, Nucci M, Nakano AR, Teixeira L. “Parto ideal”: medicalização e construção de uma roteirização da assistência ao parto hospitalar no Brasil em meados do século XX. Saúde Soc. 2019;28(3):171-84. doi: 10.1590/S0104-12902019180819.
Victora CG, Aquino EMMLL, Leal MC, Monteiro CA, Barros FCLF, Szwarcwald CL. Saúde de mães e crianças no Brasil: progressos e desafios. Lancet. 2011;32-46. doi: 10.1016/S0140-6736(11)60138-4.
Gama SGND, Thomaz EBAF, Bittencourt SDDA. Avanços e desafios da assistência ao parto e nascimento no SUS: o papel da Rede Cegonha. Ciênc Saúde Colet. 2021;26(3):772. doi: 10.1590/1413-81232021262.41702020.
Boerma T, Ronsmans C, Melesse DY, Barros AJD, Barros FC, Juan L, et al. Global epidemiology of use of and disparities in caesarean sections. Lancet. 2018;392:1341-8. doi: 10.1590/1413-81232021262.41702020.
Dias BAS, Leal MDC, Esteves-Pereira AP, Nakamura-Pereira M. Variações das taxas de cesariana e cesariana recorrente no Brasil segundo idade gestacional ao nascer e tipo de hospital. Cad Saúde Pública. 2022;38(6):e00073621. doi: 10.1590/0102-311XPT073621.
Bittencourt SDDA, Vilela MEDA, Marques MCDO, Santos AMD, Silva CKRTD, Domingues RMSM, et al. Atenção ao parto e nascimento em Maternidades da Rede Cegonha/Brasil: avaliação do grau de implantação das ações. Ciênc Saúde Colet. 2021;26(3):801-821. doi: 10.1590/1413-81232021263.08102020.
World Health Organization. Appropriate technology for birth. Lancet. 1985;2(8452):436-7. doi: 10.1016/S0140-6736(85)92750-3.
World Health Organization. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience [Internet]. Geneva: WHO; 2018 [acesso em: 19 ago. 2023]. Disponível em: from: https://www.who.int/publications/i/item/9789241550215.
Santos Filho SBD, Souza KVD. Rede Cegonha e desafios metodológicos de implementação de redes no SUS. Ciênc Saúde Colet. 2021;26(3):775-80. doi: 10.1590/1413-81232021263.21462020.
Poton WL, Chen IS, Chen JWX, Pietralonga LS, Guerreiro VA, Santos AS, et al. Cohort profile: Viver Project. Rev Foco. 2023;16(7):e2561. doi:10.54751/revistafoco.v16n7-031.
Leal MDC, Bittencourt SDA, Esteves-Pereira AP, Ayres BVDS, Silva LBRADA, Thomaz EBAF, et al. Avanços na assistência ao parto no Brasil: resultados preliminares de dois estudos avaliativos. Cad Saúde Pública. 2019;35(7):e00223018. doi: 10.1590/0102-311X00223018.
Ayres LFA, Cnossen RE, Passos CMD, Lima VD, Prado MRMCD, Beirigo BA. Fatores associados ao contato pele a pele imediato em uma maternidade. Esc Anna Nery. 2020;25(2): e20200116. doi: 10.1590/2177-9465-EAN-2020-0116.
Gomes MADSM, Esteves-Pereira AP, Bittencourt SDDA, Augusto LCR, Lamy-Filho F, Lamy ZC, et al. Atenção hospitalar ao recém-nascido saudável no Brasil: estamos avançando na garantia das boas práticas? Ciênc Saúde Colet. 2021;26(3):859-74. doi: 10.1590/1413-81232021263.26032020.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Neonatologia. Nascimento seguro. Documento Científico [Internet]. 2018 [acesso em: 20 ago. 2023];(3):1-16. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Neonatologia_-_20880b-DC_-_Nascimento_seguro__003_.pdf
Ledo BC, Góes FGB, Santos ASTD, Pereira-Ávila FMV, Silva ACSSD, Bastos MPDC. Fatores associados às práticas assistenciais ao recém-nascido na sala de parto. Esc Anna Nery. 2020;25(1),e20200102. doi: 10.1590/2177-9465-EAN-2020-0102.
Silva MMD, Pereira SDS, Gomes-Sponholz FA, Monteiro JCDS. Fatores que implicam no processo do contato precoce e aleitamento materno na sala de parto. Cad Saúde Colet. 2020;28 (4):529-36. doi: 10.1590/1414-462X202028040409.
Horta BL, Mola CL, Victoria CG. Breastfeeding and intelligence: a systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr. 2015;104(Supl. 467):14-9. doi: 10.1111/apa.13139.
Pérez-Escamilla R, Tomori C, Hernández-Cordero S, Baker P, Barros AJ, Bégin F, Richter L. Breastfeeding: crucially important, but increasingly challenged in a market-driven world. Lancet. 2023;401(10375):472-85. doi: 10.1016/S0140-6736(22)01932-8.
Silva LBRADA, Angulo-Tuesta A, Massari MTR, Augusto LCR, Gonçalves LLM, Silva CKRTD, et al. Avaliação da Rede Cegonha: devolutiva dos resultados para as maternidades no Brasil. Ciênc Saúde Colet. 2021;26(3):931-40. doi: 10.1590/1413-81232021263.25782020.
Medina ET, Mouta RJO, Carmo CND, Filha MMT, Leal MDC, Gama SGND. Boas práticas, intervenções e resultados: um estudo comparativo entre uma casa de parto e hospitais do Sistema Único de Saúde da Região Sudeste, Brasil. Cad Saúde Pública. 2023:39(4):e00160822. doi: 10.1590/0102-311XPT160822.
Gama SGND, Viellas EF, Medina ET, Angulo-Tuesta A, Silva CKRTD, Silva SDD, et al. Atenção ao parto por enfermeira obstétrica em maternidades vinculadas à Rede Cegonha, Brasil–2017. Ciênc Saúde Colet. 2021;26(3):919-29. doi: 10.1590/1413-81232021263.28482020.
Carvalho EMPD, Amorim FF, Santana LA, Göttems LBD. Avaliação das boas práticas de atenção ao parto por profissionais dos hospitais públicos do Distrito Federal, Brasil. Ciênc Saúde Colet. 2019;24(6):2135-45. doi: 10.1590/1413-81232018246.08412019.
Nicolotti CA, Lacerda JTD. Avaliação da organização e práticas de assistência ao parto e nascimento em três hospitais de Santa Catarina, Brasil. Cad Saúde Pública. 2022;38(10): e00052922. doi: 10.1590/0102-311XPT052922.
Oliveira CDF, Bortoli MCD, Setti C, Luquine Júnior CD, Toma TS. Apoio contínuo na assistência ao parto para redução das cirurgias cesarianas: síntese de evidências para políticas. Ciênc Saúde Colet. 2022;27(2):427-39. doi: 10.1590/1413-81232022272.41572020.
Silva TPRD, Dumont-Pena É, Sousa AMM, Amorim T, Tavares LC, Nascimento DCDP, et al. Enfermagem obstétrica nas boas práticas da assistência ao parto e nascimento. Rev Bras Enferm. 2019;72(suppl 3):235-42. doi: 10.1590/0034-7167-2018-0561.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores no momento da submissão transferem os direitos autorais, assim, os manuscritos publicados passam a ser propriedade da revista.
O conteúdo do periódico está licenciado sob uma Licença Creative Commons 4.0, esta licença permite o livre acesso imediato ao trabalho e que qualquer usuário leia, baixe, copie, distribua, imprima, pesquise ou vincule aos textos completos dos artigos, rastreando-os para indexação, passá-los como dados para o software, ou usá-los para qualquer outra finalidade legal.