Fatores associados ao sucesso na extubação de recém-nascidos prematuros submetidos ao teste de respiração espontânea
DOI:
https://doi.org/10.23925/1984-1840.2024v26a31Palavras-chave:
Recém-Nascido Prematuro, Testes de Função Respiratória, Respiração Artificial, Desmame do Respirador, Unidades de Terapia Intensiva NeonatalResumo
Muitos fatores podem influenciar na extubação de recém-nascidos prematuros, não sendo seguro utilizar apenas o teste de respiração espontânea como parâmetro para garantia de sucesso. Objetivo: conectar fatores cardíacos, neurológicos e pulmonares que influenciam no sucesso da extubação de recém-nascidos prematuros (RNPTs) submetidos ao Teste de Respiração Espontânea (TRE) de 5 minutos. Métodos: a amostra foi composta por 27 RNPTs que passaram pelo protocolo de desmame até a elegibilidade para extubação. Os RNPTs foram acompanhados diariamente desde o nascimento até o período de pós-extubação. O protocolo/checklist de extubação foi composto por condições clínicas e neurológicas, fatores pulmonares e cardíacos, medicação, suporte ventilatório pós-extubação, variáveis fisiológicas, parâmetros ventilatórios e TRE com Boletim de Silverman Andersen. Foram realizadas análises descritivas das variáveis quantitativas e testes estatísticos de Mann-Whitney. Resultados: os parâmetros ventilatórios que apresentaram diferenças estatísticas significativas entre os grupos sucesso e falha foram pressão de platô e volume corrente. A idade gestacional (IG) pelo método Capurro, a IG corrigida e o peso ao nascer foram maiores no grupo sucesso (0,02; 0,003; e 0,0). O uso da cafeína pode ter contribuído para o sucesso da extubação (p = 0,03). O suporte pós-extubação que apresentou significância estatística foi a ventilação não invasiva, sendo essa a pressão positiva intermitente (VNIPP) (0,01). Conclusão: o estudo apontou variáveis importantes que contribuíram para o sucesso da extubação, como os parâmetros ventilatórios, a estabilidade clínica e o uso de cafeína para o processo de desmame.
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