Percepção da equipe interprofissional sobre o uso da telemedicina em unidades de terapia intensiva durante a pandemia do COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.23925/1984-4840.2025v27a25Palavras-chave:
Percepção, Telemedicina, COVID-19, Unidades de Terapia Intensiva, Equipe de Assistência ao PacienteResumo
A pandemia de COVID-19 impulsionou o uso da telemedicina como meio de comunicação e compartilhamento de conhecimentos. Objetivo: compreender as experiências do mundo real, sob múltiplas facetas de interação interprofissional, acerca da efetividade da telemedicina na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Métodos: realizou-se um estudo transversal, quali-quantitativo e de caráter exploratório, com uso de questionários e entrevistas em grupos focais com a equipe da UTI de Itapetininga (SP, Brasil), que teve contato com a telemedicina durante o período pandêmico. Para a análise das respostas quantitativas, utilizou-se o software SPSS Statistics 21. A análise de conteúdo foi do tipo temática, com construção das categorias não a priori, conforme Bardin. Após a análise, os dados foram agrupados e, para a análise final, estruturados sob os insights da teoria das representações sociais de Moscovici. Resultados: observou-se satisfação da equipe com o uso da telemedicina, sendo a consistência o maior obstáculo a ser superado e a integração o principal facilitador de sua implantação. Conclusão: o estudo apresenta contribuição significativa para o setor da saúde e oferece um panorama do uso da telemedicina sob a ótica de seus principais atores, revelando fatores potencialmente modificáveis que poderão sustentar o melhor uso dessa tecnologia.
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Orientações para manejo de pacientes com COVID-19 [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2021 [acesso em 10 abr. 2024]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/covid-19/publicacoes-tecnicas/recomendacoes/orientacoes-para-manejo-de-pacientes-com-covid-19
Conselho Federal de Medicina. Pandemia aumenta em 45% número de leitos de UTI, mas distribuição ainda é marcada pela desigualdade [Internet]. São Paulo: Sociedade Brasileira de Clínica Médica; [2022] [acesso em 10 abr. 2024]. Disponível em: https://www.sbcm.org.br/v2/index.php/not%C3%ADcias/4090-pandemia-aumenta-em-45-n%C3%BAmero-de-leitos-de-uti,-mas-distribui%C3%A7%C3%A3o-ainda-%C3%A9-marcada-pela-desigualdade
Associação de Medicina Intensiva Brasileira. AMIB apresenta dados atualizados sobre leitos de UTI no Brasil [Internet]. São Paulo: AMIB; mar. 2020 [acesso em 14 jan. 2024]. Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/files/dados_uti_amib%281%29.pdf
Associação de Medicina Intensiva Brasileira. COVID-19 Evolução de leitos de UTI no Brasil [Internet]. São Paulo: AMIB; 2021 [acesso em 14 jan. 2024]. Disponível em: https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib_Atualizacao_Graficos_AGO_2021_H__2_.pdf
Pronovost PJ, Angus DC, Dorman T, Robinson KA, Dremsizov TT, Young TL. Physician staffing patterns and clinical outcomes in critically ill patients: a systematic review. JAMA. 2002;288(17):2151-62. doi: 10.1001/jama.288.17.2151.
Arabi YM, Azoulay E, Al-Dorzi HM, Phua J, Salluh J, Binnie A, et al. How the COVID-19 pandemic will change the future of critical care. Intensive Care Med. 2021;47:282–91. Available from: doi:10.1007/s00134-021-06352-y.
Vranas KC, Slatore CG, Kerlin MP. Telemedicine coverage of intensive care units: a narrative review. Ann Am Thorac Soc. 2018;15(11):1256-64. doi: 10.1513/AnnalsATS.201804-225CME.
Noritomi DT, Ranzani OT, Ferraz LJR, Santos MC, Cordioli E, Albaladejo R, et al; TELESCOPE Trial Investigators. TELE-critical Care verSus usual Care On ICU PErformance (TELESCOPE): protocol for a cluster-randomised clinical trial on adult general ICUs in Brazil. BMJ Open. 2021;11(6):e042302. doi: 10.1136/bmjopen-2020-042302.
Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM no 2.314, de 20 de abril de 2022. Diário Of União 05 maio 2022:84(seção 1):227.
Chen J, Sun D, Yang W, Liu M, Zhang S, Peng J, et al. Clinical and economic outcomes of telemedicine programs in the intensive care unit: a systematic review and meta-analysis. J Intensive Care Med. 2018;33(7):383-93. doi: 10.1177/0885066617726942.
Young LB, Chan PS, Lu X, Nallamothu BK, Sasson C, Cram PM. Impact of telemedicine intensive care unit coverage on patient outcomes: a systematic review and meta-analysis. Arch Intern Med. 2011;171(6):498-506. doi: 10.1001/archinternmed.2011.61.
Wilcox ME, Adhikari NK. The effect of telemedicine in critically ill patients: systematic review and meta-analysis. Crit Care. 2012;16(4):R127. doi: 10.1186/cc11429.
Thomas EJ, Lucke JF, Wueste L, Weavind L, Patel B. Association of telemedicine for remote monitoring of intensive care patients with mortality, complications, and length of stay. JAMA. 2009;302(24):2671-8. doi: 10.1001/jama.2009.1902.
Nassar BS, Vaughan-Sarrazin MS, Jiang L, Reisinger HS, Bonello R, Cram P. Impact of an intensive care unit telemedicine program on patient outcomes in an integrated health care system. JAMA Intern Med. 2014;174(7):1160-7. doi: 10.1001/jamainternmed.2014.1503.
Kahn JM, Le TQ, Barnato AE, Hravnak M, Kuza CC, Pike F, et al. ICU Telemedicine and Critical Care Mortality: A National Effectiveness Study. Med Care. 2016 Mar;54(3):319-25. doi: 10.1097/MLR.0000000000000485.
Young LB, Chan PS, Cram P. Staff acceptance of tele-ICU coverage: a systematic review. Chest. 2011;139(2):279-88. doi: 10.1378/chest.10-1795.
Shahpori R, Hebert M, Kushniruk A, Zuege D. Telemedicine in the intensive care unit environment--a survey of the attitudes and perspectives of critical care clinicians. J Crit Care. 2011;26(3):328.e9-15. doi: 10.1016/j.jcrc.2010.07.013.
Krupp A, Di Martino M, Chung W, Chaiyachati K, Agarwal AK, Huffenberger AM, Laudanski K. Communication and role clarity inform TeleICU use: a qualitative analysis of opportunities and barriers in an established program using AACN framework. BMC Health Serv Res. 2021;21(1):277. doi: 10.1186/s12913-021-06287-6.
Kahn JM, Rak KJ, Kuza CC, Ashcraft LE, Barnato AE, Fleck JC, et al. Determinants of intensive care unit telemedicine effectiveness. an ethnographic study. Am J Respir Crit Care Med. 2019;199(8):970-9. doi: 10.1164/rccm.201802-0259OC.
Weiss B, Paul N, Balzer F, Noritomi DT, Spies CD. Telemedicine in the intensive care unit: a vehicle to improve quality of care? J Crit Care. 2021;61:241-6. doi: 10.1016/j.jcrc.2020.09.036.
Kahn JM, Hill NS, Lilly CM, Angus DC, Jacobi J, Rubenfeld GD, et al. The Research Agenda in ICU Telemedicine A Statement from the Critical Care Societies Collaborative. Chest. 2011;140(1):230–8. doi: 10.1378/chest.11-0610.
IBGE. População Itapetininga [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2021 [acesso em 15 jan. 2024]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/itapetininga/panorama
Peat J, Barton B. Medical statistics: a guide to data analysis and critical appraisal. Massachusetts: Wiley; 2005.
Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Almedina; 2011.
Pope C, Mays, N. Pesquisa qualitativa na atenção à saúde. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2008.
Moscovici S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar; 1978.
Moscovici S. Social representations: explorations in social psychology. Cambridge: Polity Press; 2000.
Doximity study finds telemedicine will account for $29 billion in healthcare services in 2020 [Internet]. San Francisco: Doximity; 16 sept. 2020 [acesso em 15 jan. 2024]. Disponível em: https://press.doximity.com/articles/doximity-study-finds-telemedicine-will-account-for-29-billion-in-healthcare-services-in-2020
Intensive care unit nurses in the US [Internet]. Zippia: the career expert. [2022] [acesso em 6 dec. 2022]. Disponível em: https://www.zippia.com/intensive-care-unit-nurse-jobs/demographics/
Newitt P. Physicians’ average age by specialty. Beckers ASC Review [Internet]. Mar 11th 2022 [acesso em 6 dez. 2023]. Disponível em: https://www.beckersasc.com/asc-news/physicians-average-age-by-specialty.html
Downloads
Publicado
Como Citar
Licença
Copyright (c) 2025 Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores no momento da submissão transferem os direitos autorais, assim, os manuscritos publicados passam a ser propriedade da revista.
O conteúdo do periódico está licenciado sob uma Licença Creative Commons 4.0, esta licença permite o livre acesso imediato ao trabalho e que qualquer usuário leia, baixe, copie, distribua, imprima, pesquise ou vincule aos textos completos dos artigos, rastreando-os para indexação, passá-los como dados para o software, ou usá-los para qualquer outra finalidade legal.
Este obra está licenciada com uma Licença