Fatores de uso e cobertura de terra associados a picadas de cobra
uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.23925/1984-4840.2025v27a1Palavras-chave:
Mordeduras de Serpentes, Usos do Solo, Animais Peçonhentos, Meio Ambiente e Saúde PúblicaResumo
Objetivo: este estudo teve como objetivo identificar fatores de uso e cobertura de terra que afetam a incidência e a ocorrência de acidentes ofídicos. Métodos: foi realizada uma revisão sistemática utilizando estudos publicados nas bases ScienceDirect, Scopus, PubMed e Web of Science entre 2012 e 2022. Resultados: um total de 883 estudos foi obtido; desses, cinco publicações foram selecionadas após a leitura completa, todas realizadas no Brasil. Foram encontradas 13 variáveis diferentes, e a maioria relacionada à cobertura natural da terra. A cobertura vegetal foi a variável mais estudada, com seus efeitos dependendo das características ecológicas da serpente envolvida na picada. Variáveis relacionadas à urbanização e à densidade populacional foram identificadas como negativamente relacionadas com as picadas de cobra, enquanto a agricultura demonstrou ter uma associação positiva, assim como todas as variáveis relacionadas à atividade agrícola. Conclusão: alterações no uso e cobertura da terra têm impactos no ofidismo, no entanto, estudos retrospectivos sobre o assunto são escassos.
Downloads
Metrics
No metrics found.
Referências
Bolon I, Cantoreggi N, Simos J, Castañeda RR. [Green environments and forests in cities: benefits and risks for human health according to the “one health” approach]. Sante Publique. 2019;31:173-86. doi: 10.3917/spub.190.0173.
Kasturiratne A, Wickremasinghe AR, Silva N, Gunawardena NK, Pathmeswaran A, Premaratna R, et al. The global burden of snakebite: a literature analysis and modelling based on regional estimates of envenoming and deaths. PLoS Med. 2008;5(11):e218. doi: 10.1371/journal.pmed.0050218.
The Lancet. Snakebite—emerging from the shadows of neglect. Lancet. 2019;393(10187):2175. doi: 10.1016/S0140-6736(19)31232-2.
Chippaux JP. Snakebite envenomation turns again into a neglected tropical disease! J Venom Anim Toxins Incl Trop Dis. 2017;23(1):38. doi: 10.1186/s40409-017-0127-6.
Hand E. Snakebites, a globally neglected killer, get a ‘transformational’ injection of research funds. Science [Internet]. 2019 May 15 [acesso em 12 abr. 2024]. Disponível em: https://www.sciencemag.org/news/2019/05/snakebites-globally-neglected-killer-get-transformational-injection-research-funds
Zeng Z, Zhan J, Chen L, Chen H, Cheng S. Global, regional, and national dengue burden from 1990 to 2017: a systematic analysis based on the global burden of disease study 2017. EClinicalMedicine. 2021;32:100712. doi: 10.1016/j.eclinm.2020.100712.
Gutiérrez JM. Snakebite envenoming from an Ecohealth perspective. Toxicon X. 2020;7:100043. doi: 10.1016/j.toxcx.2020.100043.
Martín G, Yáñez-Arenas C, Rangel-Camacho R, Murray KA, Goldstein E, Iwamura T, et al. Implications of global environmental change for the burden of snakebite. Toxicon X. 2021;9–10. doi: 10.1016/j.toxcx.2021.100069.
Feitosa SB, Mise YF, Mota ELA. Ofidismo no Tocantins: análise ecológica de determinantes e áreas de risco, 2007-2015. Epidemiol Serv Saúde. 2020;29(4). doi: 10.5123/S1679-49742020000400016.
Mise YF, Lira-da-Silva RM, Carvalho FM. Fatal snakebite envenoming and agricultural work in Brazil: a case–control study. Am J Trop Med Hyg. 2019;100(1):150–4. doi: 10.4269/ajtmh.18-0579.
Mise YF, Lira-da-Silva RM, Carvalho FM. Agriculture and snakebite in Bahia, Brazil - An ecological study. Ann Agric Environ Med. 2016;23(3):416–9. doi: 10.5604/12321966.1219179.
Bravo-Vega C, Santos-Vega M, Cordovez JM. Disentangling snakebite dynamics in Colombia: How does rainfall and temperature drive snakebite temporal patterns? PLOS Negl Trop Dis. 2022;16(3):e0010270. doi: 10.1371/journal.pntd.0010270.
Phillips C, Lipman GS, Gugelmann H, Doering K, Lung D. Snakebites and climate change in California, 1997–2017. Clin Toxicol. 2019;57(3):168–74.
Araújo SCM, Ceron K, Guedes TB. Use of geospatial analyses to address snakebite hotspots in mid-northern Brazil: a direction to health planning in shortfall biodiversity knowledge areas. Toxicon. 2022;213:43–51. doi: 10.1016/j.toxicon.2022.03.012.
Williams DJ, Faiz MA, Abela-Ridder B, Ainsworth S, Bulfone TC, Nickerson AD, et al. Strategy for a globally coordinated response to a priority neglected tropical disease: snakebite envenoming. PLOS Negl Trop Dis. 2019;13(2):e0007059. doi: 10.1371/journal.pntd.0007059.
Schneider MC, Min K duk, Hamrick PN, Montebello LR, Ranieri TM, Mardini L, et al. Overview of snakebite in Brazil: possible drivers and a tool for risk mapping. PLOS Negl Trop Dis. 2021;15(1):e0009044.
Alcântara JA, Bernarde PS, Sachett J, Silva AM, Valente SF, Peixoto HM, et al. Stepping into a dangerous quagmire: Macroecological determinants of Bothrops envenomings, Brazilian Amazon. PLoS ONE. 2018;13(12). doi: 10.1371/journal.pone.0208532.
Santos HLR, Sousa JDB, Alcântara JA, Sachett JAG, Boas TSV, Saraiva I, et al. Rattlesnakes bites in the Brazilian Amazon: clinical epidemiology, spatial distribution and ecological determinants. Acta Trop. 2019;191:69-76. doi: 10.1016/j.actatropica.2018.12.030.
Ceron K, Vieira C, Carvalho PS, Carrillo JFC, Alonso J, Santana DJ. Epidemiology of snake envenomation from Mato Grosso do Sul, Brazil. PLOS Negl Trop Dis. 2021;15(9):e0009737. doi: 10.1371/journal.pntd.0009737.
Jucá TL, Oliveira Normando LR, Ibrahim AB, Chapeaurouge A, Monteiro-Moreira CO, Mackessy SP. Drought, desertification and poverty: a geospatial analysis of snakebite envenoming in the Caatinga biome of Brazil. Int J Health Plann Manag. 2021;36(5):1685-96. doi: 10.1002/hpm.3180.
Bisneto PF, Araújo BS, Pereira HS, Mendonça da Silva I, Sachett JAG, Bernarde PS, et al. Envenomations by coral snakes in an Amazonian metropolis: ecological, epidemiological and clinical aspects. Toxicon. 2020;185:193–202. doi: 10.1016/j.toxicon.2020.07.009.
Costa HC, Guedes TB, Bérnils RS. Lista de Répteis do Brasil: padrões e tendências [Internet]. 2021 [acesso em 10 dez. 2022]; Disponível em: https://zenodo.org/record/5838950
Guedes TB, Sawaya RJ, Zizka A, Laffan S, Faurby S, Pyron RA, et al. Patterns, biases and prospects in the distribution and diversity of Neotropical snakes. Global Ecol Biogeogr. 2018;27(1):14–21. doi: 10.1111/geb.12679.
Matos RR, Ignotti E. Incidência de acidentes ofídicos por gêneros de serpentes nos biomas brasileiros. Ciênc Saúde Coletiva. 2020;25(7):2837–46. doi: 10.1590/1413-81232020257.31462018.
Silva Junior CHL, Pessôa ACM, Carvalho NS, Reis JBC, Anderson LO, Aragão LEOC. The Brazilian Amazon deforestation rate in 2020 is the greatest of the decade. Nat Ecol Evol. 2020;5(2):144–5. doi: 10.1038/s41559-020-01368-x.
Fraga R, Magnusson WE, Abrahão CR, Sanaiotti T, Lima AP. Habitat selection by Bothrops atrox (Serpentes: Viperidae) in Central Amazonia, Brazil. Copeia. 2013;2013(4):684–90. doi: 10.1643/CE-11-098.
Guerra GFC, Vale MM, Tardin R, Fernandes DS. Global change explains the neotropical rattlesnake Crotalus durissus (Serpentes: Viperidae) range expansion in South America. Perspect Ecol Conserv. 2023;21(3):200-8. doi: 10.1016/j.pecon.2023.06.003.
Doherty TS, Balouch S, Bell K, Burns TJ, Feldman A, Fist C, et al. Reptile responses to anthropogenic habitat modification: A global meta‐analysis. Glob Ecol Biogeogr. 2020;29(7):1265–79. doi: 10.1111/geb.13091.
Alcoba G, Sharma SK, Bolon I, Ochoa C, Babo Martins S, Subedi M, et al. Snakebite epidemiology in humans and domestic animals across the Terai region in Nepal: a multicluster random survey. Lancet Glob Health. 2022;10(3):e398–408. doi: 10.1016/S2214-109X(22)00028-6.
Schneider MC, Vuckovic M, Montebello L, Sarpy C, Huang Q, Galan DI, et al. Snakebites in rural areas of Brazil by race: indigenous the most exposed group. Int J Environ Res Public Health. 2021;18(17):9365. doi: 10.3390/ijerph18179365.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os autores no momento da submissão transferem os direitos autorais, assim, os manuscritos publicados passam a ser propriedade da revista.
O conteúdo do periódico está licenciado sob uma Licença Creative Commons 4.0, esta licença permite o livre acesso imediato ao trabalho e que qualquer usuário leia, baixe, copie, distribua, imprima, pesquise ou vincule aos textos completos dos artigos, rastreando-os para indexação, passá-los como dados para o software, ou usá-los para qualquer outra finalidade legal.