Determinantes sociais da saúde no acidente vascular encefálico isquêmico em um município do Nordeste brasileiro

Autores

  • Lydia Maria Tavares Universidade Regional do Cariri
  • Manoel Mateus Xavier do Nascimento Universidade Regional do Cariri
  • Sara Teixeira Braga Universidade Regional do Cariri
  • Eglídia Carla Figueiredo Vidal Universidade Regional do Cariri
  • Luis Rafael Leite Sampaio Universidade Regional do Cariri
  • Isaac de Sousa Araújo Centro Universitário Doutor Leão Sampaio
  • Marco Akerman Universidade de São Paulo
  • João Marcos Ferreira de Lima Silva Centro Universitário Doutor Leão Sampaio
  • Amanda Ramos da Cunha Universidade de São Paulo
  • Woneska Rodrigues Pinheiro Universidade Regional do Cariri

DOI:

https://doi.org/10.23925/1984-4840.2025v27a17

Palavras-chave:

Determinantes Sociais da Saúde, AVC Isquêmico, Incidência, Fatores de Risco, Política Pública

Resumo

Objetivo: analisar as relações dos determinantes sociais da saúde na incidência do acidente vascular encefálico em um município do Nordeste brasileiro. Método: trata-se de um estudo exploratório, descritivo e transversal, com abordagem quantitativa, realizado nos setores de Emergência, Clínica Intermediária I, Unidade de AVC e Unidade de Cuidados Especiais (UCE) de um hospital da rede pública do Ceará. A população do estudo foi composta por 60 pacientes, com média de idade de 69,6 anos. Resultados: observou-se a predominância do sexo masculino, com 36 participantes (60%), e da raça autodeclarada não branca, com 46 participantes (76,7%). Entre os fatores de risco modificáveis, constatou-se a predominância da baixa escolaridade (menos de oito anos de instrução), totalizando 49 participantes (81,7%). Em relação ao ambiente laboral, embora 97% tenham declarado satisfação favorável, cabe destacar que um terço dos participantes (68,3%) não adotavam medidas de proteção à saúde. Observou-se predominância de insuficiência nos componentes relacionados à infraestrutura das residências, especialmente quanto à pavimentação, à rede de esgoto e às condições de moradia  em áreas urbanas. Conclusão: em suma, pode-se inferir que os fatores sociais necessitam de cuidadosa atenção de modo intersetorial, além da ambiência da saúde, e que os fatores de risco devem ser prioridade para as políticas públicas.

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Publicado

2025-08-04

Como Citar

Tavares, L. M., Nascimento, M. M. X. do, Braga, S. T., Vidal, E. C. F. ., Sampaio, L. R. L. ., Araújo, I. de S. ., … Pinheiro, W. R. . (2025). Determinantes sociais da saúde no acidente vascular encefálico isquêmico em um município do Nordeste brasileiro. Revista Da Faculdade De Ciências Médicas De Sorocaba, 27(Fluxo contínuo), e69030. https://doi.org/10.23925/1984-4840.2025v27a17

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