Em defesa do espírito de criação

Autores

  • Eric Landowski Paris, C.N.R.S. — São Paulo, C.P.S.

DOI:

https://doi.org/10.23925/2763-700X.2022n4.60281

Palavras-chave:

création, fabrication, médiation, pratique vs utilisation, production, règle, régularité

Resumo

O artigo elabora a distinção entre “fabricação” e “criação” entendidas como dois tipos de práticas produtivas. Ambas implicam um material a transformar, um produtor-transformador e certas regras de transformação (por exemplo receitas). Sob o regime da fabricação, o produtor atua unilateralmente sobre a matéria conforme algum programa transformador regulamentado em função do tipo de objeto a obter ; salvo acidente, isso exclui a aparição de elementos inovadores. A criação, ao contrário, supõe um “ultrapassar” das regras, o que significa observá-las (e não as transgredir), mas de um modo tal que elas acabem dando mais do que elas prescrevem. Para tal, é necessária uma relação direta e dinâmica, dita de “ajustamento”, entre o produtor e a matéria a transformar. O próprio curso da interação entre eles — ao longo do qual a regra aparece não mais como constrangedora mas como fonte de formas potenciais novas — determina a modalidade da sua confrontação assim como seus resultados possivelmente criativos.

Referências

Calame, Claude, “L’homme en société et ses relations techniques avec l’environnement : ni nature ni Gaïa”, Les Possibles, 26, 15 décembbre 2020.

Geninasca, Jacques, “Pages inédites”, in E. Landowski (éd.), A la mémoire de Jacques Geninasca, Actes Sémiotiques, 115, 2012.

Greimas, Algirdas J., “Analyse sémiotique d’un discours juridique”, Sémiotique et sciences sociales, Paris, Seuil, 1976 ; trad. A. Lorencini e S. Nitrini, Semiótica e Ciências sociais, São Paulo, Cultrix, 1981.

— “Des accidents dans les sciences dites humaines”, in A.J. Greimas et E. Landowski (orgs.), Introduction à l’analyse du discours en sciences sociales, Paris, Hachette, 1979 ; trad. C.T. Pais, Introdução à análise do discurso em ciências sociais, São Paulo, Global,1986.

— “La soupe au pistou ou la construction d’un objet de valeur”, Actes Sémiotiques-Documents, I, 5, 1979 ; reed. in Du sens II, Paris, Seuil, 1983 ; trad. D. Ferreira da Cruz, in Do sentido II, São Paulo, EDUSP-Nanquim, 2014.

— De l’Imperfection, Périgueux, Fanlac, 1987 ; trad. A.C. de Oliveira, Da Imperfeição, São Paulo, Estação das Letras e Cores - Editora do CPS, 2ed. 2017.

— “Le beau geste”, Recherches sémiotiques / Semiotic Inquiry, 13,1-2, 1993.

Grignaffini, Giorgio, “Appunti per una sociosemiotica del giardinaggio”, Acta Semiotica, I, 1, 2021.

Landowski, Eric, “Unità del senso, pluralità di regimi”, in G. Marrone, N. Dusi, G. Le Feudo (orgs.), Narrazione ed esperienza. Intorno a una semiotica della vita quotidiana, Roma, Meltemi, 2007.

— “Avoir prise, donner prise”, Actes Sémiotiques, 112, 2009 ; trad. L. Silva, M. Scoz, Y. Fechine, “Antes da interação, a ligação”, São Paulo, CPS, 2019.

— “Voiture et peinture : de l’utilisation à la pratique”, Galáxia, 12, 2, 2012.

— “Jacques-le-Juste”, in A la mémoire de Jacques Geninasca, Actes Sémiotiques, 115, 2012.

— Com Greimas, São Paulo, Estação das Letras e Cores - Editora do CPS, 2017.

Lévi-Strauss, Claude, “A un jeune peintre”, Le regard éloigné, Paris, Plon, 1983 ; trad. port., Lisboa, Edições 70, 1986.

Marsciani, Francesco, “La fiamma della candela in Bachelard”, in G. Marrone (éd.), Sensi e discorso, Bologne, Esculapio, 1995.

Nastopka, Kestutis, “Le risque du sens dans la sémiotique de Lotman et celle de l’école de Greimas”, in N. Kersyte (org.), En quête de Greimas, Actes Sémiotiques, 112, 2009.

Scóz, Murilo, “Por uma abordagem sociossemiótica do design de interação”, Actes Sémiotiques, 121, 2018.

Downloads

Publicado

2022-12-26

Como Citar

Landowski, E. . (2022). Em defesa do espírito de criação. Revista Acta Semiotica, 2(4). https://doi.org/10.23925/2763-700X.2022n4.60281

Edição

Seção

Dossier : Règles, régularités et création