Em defesa do espírito de criação
DOI:
https://doi.org/10.23925/2763-700X.2022n4.60281Palavras-chave:
création, fabrication, médiation, pratique vs utilisation, production, règle, régularitéResumo
O artigo elabora a distinção entre “fabricação” e “criação” entendidas como dois tipos de práticas produtivas. Ambas implicam um material a transformar, um produtor-transformador e certas regras de transformação (por exemplo receitas). Sob o regime da fabricação, o produtor atua unilateralmente sobre a matéria conforme algum programa transformador regulamentado em função do tipo de objeto a obter ; salvo acidente, isso exclui a aparição de elementos inovadores. A criação, ao contrário, supõe um “ultrapassar” das regras, o que significa observá-las (e não as transgredir), mas de um modo tal que elas acabem dando mais do que elas prescrevem. Para tal, é necessária uma relação direta e dinâmica, dita de “ajustamento”, entre o produtor e a matéria a transformar. O próprio curso da interação entre eles — ao longo do qual a regra aparece não mais como constrangedora mas como fonte de formas potenciais novas — determina a modalidade da sua confrontação assim como seus resultados possivelmente criativos.
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