O DESEJO DO ANALISTA COMO O NOME DE UM AMOR MAIS DIGNO QUE A SOLIDARIEDADE SOCIAL*

Authors

  • Paula de Paula

DOI:

https://doi.org/10.5546/peste.v3i1.22082

Abstract

Resumo: Este artigo analisa o risco que os psicólogos que trabalham nas
políticas públicas e no Terceiro Setor correm de manter as desigualdades
sociais, cristalizando posições subjetivas de submissão e carência diante
do Outro. Apresenta as consequências do neoliberalismo globalizado
ao transformar o Terceiro Setor em campo do empreendedorismo
social, inaugurando uma nova forma de relação do Estado com o capital
privado através das Parcerias Público-Privadas (PPP’s). Apresenta
diferentes signi/cados para o conceito de solidariedade vindos da
/loso/a, da sociologia e da psicanálise para apontar a condição
paradoxal de a solidariedade ser moralmente equivalente aos interesses
pessoais e de grupo. Traz a contribuição da psicanálise freudo-lacaniana
para advertir que a vontade de ajudar os outros, valorizada como um
elemento constitutivo da cidadania responsável, esconde algo de
dominação e obscenidade. Apresenta uma arqueologia do amor na
obra de Lacan, relacionando-a com a noção de gozo para escapar da
idealização de um amor puro para o analista. Como nossa pesquisa
não se destina apenas a ser um dito para ser entendido, apresentamos
um escrito que segue a fórmula do discurso do analista para mostrar
que a operação analítica produz um “novo amor” em uma dimensão
ético-política distinta de solidariedade social . O texto pretende apontar
uma interpretação política do “desejo do analista”, como o nome de
um amor “mais digno” que a solidariedade social. Essa política torna
possível o surgimento de algo novo dentro das coordenadas do sistema
capitalista que tem a solidariedade social com objetivo de minimizar
os danos sociais causados pelo sistema. Neste ponto, a política da
psicanálise pode interessar à política da cidade.
Palavras-chave: solidariedade; amor; política; desejo do analista;
psicanálise lacaniana.

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How to Cite

de Paula, P. (2015). O DESEJO DO ANALISTA COMO O NOME DE UM AMOR MAIS DIGNO QUE A SOLIDARIEDADE SOCIAL*. A PESTE: Revista De Psicanálise E Sociedade E Filosofia., 3(1). https://doi.org/10.5546/peste.v3i1.22082

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