O Dossiê Inteligência Artificial: questões éticas e estéticas - Parte 2, está online
Abrindo o dossiê, Elen Nas, pós doutora pelo Instituto de Estudos Avançados da USP e integrante da ELA IA - Estratégia Latino-Americana para a Inteligência Artificial, apresenta seu artigo-ensaio "O Manifesto das Coisas: apontamentos para liberalização das vozes suprimidas", no qual realiza uma crítica ética, política, filosófica, social e histórica de como a tecnologia "quer falar o que pensa" e sobre "o que ouve seus interlocutores".
O pesquisador e artista experimental Fábio Oliveira Nunes em seu artigo "Mentiras de artista com Inteligência Artificial: Mitômato e outras criações" analisa alguns trabalhos artísticos contemporâneos realizados com IA em que o objetivo é enganar a audiência e apresenta seu próprio trabalho denominado Mitômato.
Laura Trachtenberg Hauser, doutoranda em Comunicação e Semiótica na PUC-SP, e Andressa Michelotti, doutoranda em Ciência Política da UFMG, no artigo "Big Tech Way of Life: Inteligência Artificial e Solucionismo Tecnológico para a sociedade e subjetividade neoliberal", refletem sobre os discursos solucionistas que permeiam as IAs provenientes das Big Techs, enquanto manifestação da racionalidade subjetiva neoliberal.
Em "Inteligência Artificial como ferramenta Publicitária: automação, concorrência, tarefas e insights sobre o mercado", a professora do curso de Comunicação Social da UEMG Divinópolis, Eliane Soares Schneider Raslan, e os estudantes Eduarda da Rocha Santos e Vinícius Soares Xavier, tratam de como as IAs permitem que profissionais da área da publicidade se concentrem em tarefas estratégicas que resultam em campanhas impactantes e direcionadas, além de capacitar os publicitários a obterem insights valiosos sobre o mercado, contribuindo com a tomada de decisões embasadas em dados.
Em " Criação e cultura livre na era da inteligência artificial generativa", Leonardo F. Folleto, jornalista e pesquisador em comunicação e tecnologias, discute as implicações estéticas e filosóficas na criação e na cultura a partir da popularização da IA generativa em 2023, a partir do debate precedente em torno do conhecimento, da cultura livre e do status remix da criação com a ascensão das tecnologias digitais e da internet desde os anos 2000.
Marta de Aguiar Bergamin, professora de sociologia do trabalho e sociologia urbana da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em seu artigo "Trabalho e inteligência artificial: consequências psicossociais das transformações sociotécnicas do trabalho", analisa as radicais mudanças no trabalho pelo incremento da IA, com o esgarçamento das solidariedades sociais e agravamento das desigualdades.
Na sessão de artigos de nosso fluxo contínuo, o professor da PUC-SP e pesquisador do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política (NEAMP) da mesma universidade, Rafael de Paula Aguiar Araújo, intitulado "Currículo em movimento: a construção do Novo Ensino Médio no Colégio São Luís", aborda as atualizações curriculares do ensino médio em decorrência do avanço tecnológico, analisando as estratégias para a concretização de um currículo em movimento e para o desenvolvimento de competências no processo de ensino e aprendizagem.
Boa leitura!