Do sertão ao mar: destinos em Deus e o Diabo na terra do sol e Abril despedaçado
Palavras-chave:
psicologia (arte), cinema, psicanálise.Resumo
Este artigo insere-se no campo da Psicologia da Arte e propõe uma leitura comparativa entre os filmes Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, e Abril Despedaçado, de Walter Salles, atentando sobretudo para a questão da temporalidade com que cada filme trabalha os destinos do sertanejo. As leituras estão assentadas sobre a relação entre obra e espectador e valem-se de referenciais históricos, estéticos e psicológicos. Conquanto haja paralelos entre os dois filmes, observou-se que em Deus e o Diabo, marcado pela lógica da profecia e afinado à crítica ideológica marxista, a violência é o meio para a libertação. Já em Abril Despedaçado, a violência é alvo da crítica e o filme parece se alinhar à crítica ideológica adorniana.