O trotskista Mário Pedrosa e a crise do Modernismo brasileiro

Autores

  • Edson Luiz Oliveira Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.23925/1982-6672.2020v13i38p70-93

Palavras-chave:

Trotskismo, Surrealismo, Trotsky, André Breton, Mário Pedrosa,

Resumo

 

O artigo busca demonstrar as afinidades entre Mário Pedrosa, Leon Trotsky, o criador do Exército Vermelho e o líder do movimento surrealista, André Breton. Uma análise de suas biografias aponta para trajetórias muito diversas, mas a convergência de ideais. Trotsky e Breton reuniram-se no México, em 1938, para escrever o “Manifesto Por uma Arte Revolucionária Independente”, onde se proclamava o princípio de total liberdade em arte, permanecendo sempre fiel à revolução socialista. Enquanto Pedrosa iniciou o seu compromisso com a função social da arte na conferência “As tendências sociais da arte e Käthe Kollwitz”, onde conectou a natureza política da arte moderna à dinâmica social num momento em que o Modernismo brasileiro passava por profunda crise ideológica. Pedrosa e Trotsky jamais se encontraram pessoalmente, apesar do brasileiro ter participado ativamente na fundação da IV Internacional. Assim, Pedrosa permaneceu fiel por toda vida ao ideal trotskista de “toda licença em arte”.

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Biografia do Autor

Edson Luiz Oliveira, Universidade de São Paulo

Possui graduação em Cinema pela Universidade de São Paulo (1981), mestrado em Artes pela Universidade de São Paulo (1991) e doutorado em Letras (Língua e Literatura Alemã) pela Universidade de São Paulo (1996). Participou da Cooperação Internacional entre o Brasil e o Timor-Leste. Tem experiência na área de Letras, principalmente no campo da Literatura Comparada, em seus aspectos pós-coloniais, atuando também na área de Cinema e História da Arte, com Doutorado na área de Artes Visuais intitulado Orpheu e Klaxon: contexto modernista Portugal-Brasil.

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Publicado

2020-11-25