Arte Negativa e Sequestros Dialéticos na Obra de Antonio Dias
DOI:
https://doi.org/10.23925/1982-6672.2020v13i38p50-69Palavras-chave:
Antonio Dias, futurismo, desenvolvimento desigual e combinadoResumo
Desde os trabalhos de Winckelmann (1717-1768) e Herder (1744-1803) em meados do século 18, o universalismo, por um lado, e o nacionalismo, por outro, reivindicam a superioridade dos seus valores artísticos ante os do oponente.
Embora remonte à era do Esclarecimento, a querelase desdobra ainda hoje pois em parte – de modo insciente e a despeito de seus próprios termos – reflete os ritmos e as consequências desiguais do processo de desenvolvimento sistêmico e globalmente combinado da modernização capitalista, em curso desde o mercantilismo. Assim, para aferir a persistência da querela, basta recordar da polêmica do pós-modernismo e do multiculturalismo contra a concepção do crítico de arte formalista norte-americano Clement Greenberg (1909-94) acerca do modernismo.
Apesar do caráter acre e acirrado do confronto entre "universalistas" e "localistas," ambos os lados têm muito em comum e compartem por exemplo a noção de autonomia estética, fundada na crença da imunidade da forma estética ante a materialidade do processo histórico geral. Este trabalho não entrará nessa disputa, cujos argumentos são marcadamente anti-dialéticos de ambos os lados.