Educação linguística crítica para a transformação social radical: discussões sobre letramentos, criticidade e afeto em tempos de barbárie
DOI:
https://doi.org/10.1590/1678-460X202440157244Keywords:
educação linguística crítica, multiletramentos, afeto, transformação socialAbstract
Our proposal in this article is to discuss the idea of critical linguistic education aiming at radical social transformation – considering that this will only occur if critical and affective practices are integrated to the learning process. In order to achieve this objetive, we revisit the concept of critical literacy and then reflect on its connection with affectivity. After a brief review of the concept of criticality and its pedagogical appropriation by the theoretical strands named critical thinking, critical pedagogy and critical literacy, we align ourselves with the perspective of criticality as problematizing practice and engagement with differences and we argue in favor of a linguistic education which is based on a critical-affective posture, in chaotic times, so that the educational process undertakes the freirean philosophy and, thus, prove to be transformative and peace-oriented. Finally, we present a brief rereading of the pedagogy of multiliteracies, in order to instigate possibilities of pedagogical implementations that may contribute to actual radical social transformation.
References
Abrahão, A.L., Merhy, E. E., Gomes, M. P. C., Tallemberg, C., Chagas, M. S., Rocha, C. H., M., Santos, N. L. P., Silva, E., & Vianna, L. (2014). O pesquisador in-mundo e o processo de produção de outras formas de investigação em saúde. In M. P. C. Gomes, & E. E. Merhy. (Eds.), Pesquisadores in- mundo: um estudo da produção do acesso e barreira em saúde mental. Coleção Micropolítica do Trabalho e o Cuidado em Saúde. Rede Unida.
Ahmed, S. (2010). Happy objects. In G. J. Seigworth, & M. Gregg (Eds.), The affect theory reader (pp. 29-51). Duke University Press.
Anwaruddin, S. M. (2016). Why critical literacy should turn to ‘the affective turn’: making a case for critical affective literacy. Discourse: Studies in the Cultural Politics of Education, 37(3), 381−396. https://doi.org/10.1080/01596306.2015.1042429
Aragão, R. C. (2011). Beliefs and emotions in foreign language learning. System, 39(3), 302−313. https://doi.org/10.1016/j.system.2011.07.003
Araújo, V. R. (2017). Saber quem se é: uma proposta pedagógica decolonial e sentipensante. Sures, 9, 71-84. https://revistas.unila.edu.br/sures/article/view/647/523 (acessado 23 de janeiro, 2024).
Bakhtin, M. (2015[1934-35]). Teoria do romance I: a estilística. Tradução, prefácio, notas e glossário de Paulo Bezerra; organização da edição russa de Serguei Botcharov e Vadim Kójinov. Editora 34.
Barcelos, A. M. F., Coelho, H. S. H. (Eds.). (2010). Emoções, reflexões e (trans)formações de alunos, professores e formadores de professores de línguas. Pontes.
Benesch, S. (2012). Considering emotions in critical English language teaching. Routledge.
Brait, B. (2006). Análise e teoria do discurso. In B. Brait (Ed.), Bakhtin: outros conceitos-chave (pp. 09−31). Contexto.
Brum, E. (2019). Brasil construtor de ruínas: um olhar sobre o Brasil de Lula a Bolsonaro. Arquipélogo Editorial.
Cara, D. (2019). Contra a barbárie, o direito à educação. In F. Cássio, (Ed.), Educação contra a barbárie: por escolas democráticas e pela liberdade de ensinar (pp. 21−28). Boitempo.
Cássio, F. (2019). Apresentação: Desbarbarizar a educação. In F. Cássio (Ed.), Educação contra a barbárie: por escolas democráticas e pela liberdade de ensinar (pp. 12−19). Boitempo.
Clark, R., & Ivanic, R. (1997). The politics of writing. Routledge.
Chun, C. (2017). The discourses of capitalism: everyday economists and the production of common sense. Routledge.
Clough, P.T. (Ed.). (2007). The affective turn: theorizing the social. Duke University Press.
Deleuze, G., & Guatarri, F. (2011 [1995]). Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. 2 ed. Editora 34.
Escobar, A. (2014). Sentipensar con la tierra: nuevas lecturas sobre desarrollo, territorio y diferencia. Ediciones UNAULA.
Espinosa, B. (2009). Ética. Trad. Tomaz Tadeu. 2 ed. Autêntica.
Fiorin, J. L. (2007). Linguagem e ideologia [edição revista e atualizada]. Ática.
Foucault, M. (1972). The archeology of knowledge. Harper and Row.
Freire, A. M. A. (2014[1992]). Notas explicativas. In P. Freire (Ed.), Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido (pp. 273−333). Paz e Terra.
Freire, P. (1987 [1970]). Pedagogia do oprimido. 17 ed. Paz e Terra.
Freire, P. (2003). Educação como prática da liberdade. 27 ed. Paz e Terra.
Freire, P. (2004 [1996]). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 2 ed. Paz e Terra.
Freire, P. 2013 [1995]. Pedagogia da tolerância. Paz e Terra.
Freire, P. 2014 [1992]. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido . Paz e Terra.
Freire, P. (2015 [1994]). Cartas a Cristina: reflexões sobre minha vida e minha práxis. Paz e Terra.
Freire, P. (2017 [1993]). Professora, sim; Tia, não. Cartas a quem ousa ensinar. 27 ed. Paz e Terra.
Gleizer, M. A. 2005. Espinosa & a afetividade humana. Zahar.
Gramsci, A. (1971). Selections form the prison notebooks. International Publishers.
Guerrero Arias, P. (2010). Corazonar: una antropología comprometida con la vida. Fondec.
Hardt, M., & Negri, A. (2016). Bem-estar comum. Record.
Hall, S. (1996). Signification, representation, ideology: Althusser and the post-structuralist debates. In J. Curran, D. Morley, & V. Walkerdine (Eds.), Cultural studies and communications (p. 11−34). Arnold.
Holanda, F. U. X. (2021). Crise Civilizacional e Pensamento Decolonial. Editora Dialética.
Hooks, B. (2020). Ensinando pensamento crítico: sabedoria prática. Tradução de Bhuvi Libanio. Elefante.
Hooks, B. (2021). Tudo sobre o amor: novas perspectivas. Tradução de Stephanie Borges. Elefante.
Jordão, C. M. (2019). O lugar da emoção na criticidade do letramento. In D. Ferraz, & C. J. Kawachi-Furlan (Eds.), Bate-papo com educadores linguísticos: letramentos, formação docente e criticidade (pp. 71-78). Pimenta Cultural.
Kahmann, A. P., & Silveira, E. S. (2018). Sabedoria ou epistemologia: perspectivismo, corazonar e estar: questões para pensar a educação ameríndia. Cadernos de Pesquisa, 25(3), 87−104. https://doi.org/10.18764/2178-2229.v25n3p87-104
Kalantzis, M., & Cope, B. (2012). Literacies. Cambridge University Press.
Kawachi, G., Rocha, C. H., & Maciel, R. F. (2022). Letramento crítico e afeto na educação linguística contemporânea: Reflexões sobre propostas educativas na universidade. Signum: Estudos da Linguagem, 25(2), 36-52, https://doi.org/10.5433/2237-4876.2022v25n2p36
Keating, A. (2007). Teaching transformation: transcultural classroom dialogues. Palgrave Macmillan.
Keating, A. (2013). Transformation now! Toward a Post-Oppositional Politics of Change. University of Illinois Press.
Kern, R. (2012). Literacy-based teaching. In J. Richards, & A. Burns (Eds.), The Cambridge guide to pedagogy and practice in second language teaching. Cambridge University Press.
Kohan, W. (2019). Paulo Freire, mais do que nunca: uma biografia filosófica. Vestígio.
Leroy, H. R. (2021). Dos sertões para as fronteiras, das fronteiras para os sertões. Edunila.
Lin, C. K. (2014). Frameworks for Understanding LGBTQ-inclusive Environments. https://center.uoregon.edu/NCTE/uploads/2014NCTEANNUAL/HANDOUTS/KEY_2013462/frameworksforUnderstandingLGBTQinclusiveenvironments.pdf (acessado 23 de janeiro, 2024)
Luke, A. (1997). Critical approaches to literacy. In V. Edwards, & D. Corson (Eds.), Encyclopedia of language and education, vol. 2: Literacy (pp. 143-51). Kluwer Academic Publishers.
Luke, A. (2012). Critical Literacy: Foundational Notes. Theory Into Practice. 51, 4−11. https://doi.org/10.1080/00405841.2012.636324
Luke, A., & Freebody, P. (1997). Critical literacy and the question of normativity: an introduction. In S. Muspratt, A. Luke, & P. Freebody (Eds.), Constructing critical literacies: teaching and learning textual practice (pp. 1−18). Allen & Unwin.
Maldonato-Torres, N. (2018). Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. In J. Bernardino-Costa, N. Maldonato-Torres, & R. Grosfoguel (Eds.), Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico (pp. 27-54). Autêntica.
Marx, K. (2010 [1844]). Manuscritos econômico-filosóficos. Boitempo.
Marx, K. (2007[1846]). A ideologia alemã. Boitempo.
Massumi, B. (2015). Politics of affect. Polity Press.
Maturana, H. (1998). Emoções e linguagem na educação e na política. Editora da UFMG.
Maturana, H. (1999). A ontologia da realidade. Editora da UFMG.
Mbembe, A. (2016). Necropolítica. Arte & Ensaios, 32, 123−151. https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/8993/7169 (acessado em 24 de janeiro, 2024).
McKinney, C. (2017). Language and power in post-colonial schooling: ideologies in practice. Routledge.
Mignolo, W. (2017). Desafios decoloniais hoje. Epistemologias do Sul, 1(1), 12−32. https://revistas.unila.edu.br/epistemologiasdosul/article/view/772 (acessado em 23 de janeiro, 2024).
Mills, K. A. (2017). Literacy theories for the digital age: social, critical, multimodal, spatial, material e sensorial lenses. Multilingual Matters. https://doi.org/10.21832/9781783094639
Miskolci, R. (2016 [2012]). Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. 2. ed. Autêntica.
Moita Lopes, L. P. (2006). Introdução. In L. P. Moita Lopes (Ed.), Por uma linguística aplicada indisciplinar. Parábola Editorial.
Moita Lopes, L. P. (2009). Linguística Aplicada como lugar de construir verdades contingentes: sexualidades, ética e política. Gragoatá 27, 33-50. https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/33105 (acessado em 23 de janeiro, 2024).
Moore, B., & Parker, R. (2009). Critical thinking. 9. ed. McGraw-Hill.
Moraes, M. C., & De La Torre, S. (2018). Sentipensar: fundamentos e estratégias para reencantar a educação. Rio de Janeiro.
Morgan, B. (2009). Fostering transformative practitioners for critical EAP: possibilities and challenges. Journal of English for academic purposes, 8, p. 86-99. https://doi.org/10.1016/j.jeap.2008.09.001
Morgan, B., Rocha, C. H., & Maciel, R. F. (2021). Literacies in times of crisis: a trioethnography on affective and transgressive practices, Revista Brasileira de Linguística Aplicada. 21(2), 333−369. http://dx.doi.org/10.1590/1984-6398202118068
Nascimento, E. L. (2009) Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. Selo Negro.
Oxford, R. L. (2015). Expanded perspectives on autonomous learners, Innovation in Language Learning and Teaching, 9(1), 58-71. https://doi.org/10.1080/17501229.2014.995765
Paro, C. A., Ventura, M., & Kurokawa e Silva , N. E. (2020). Paulo Freire e o inédito viável: esperança, utopia e transformação na saúde. Trabalho, Educação e Saúde, 18(1). http://dx.doi.org/10.1590/1981-7746-sol00227
Pennycook, A. (2001). Critical applied linguistics: a critical introduction. Erlbaum.
Pennycook, A. (2004). Critical Applied Linguistics. In A. Davies, & C. Elder (Eds.), The handbook of Applied Linguistics. Blackwell.
Pennycook, A. (2006). Uma linguística aplicada transgressiva. In L. P. Moita Lopes (Ed.), Por uma linguística aplicada indisciplinar . Parábola Editorial
Pennycook, A. (2021). Critical applied linguistics: a critical introduction . 2 ed. Routledge.
Pinheiro-Machado, R. (2019). Amanhã vai ser maior: o que aconteceu com o Brasil e possíveis rotas de fuga para a crise atual. Planeta do Brasil.
Poster, M. (1989). Critical theory and poststructuralism: in search of a context. Cornell University Press.
Ratier, R. (2019). Escola e afetos: um elogio da raiva e da revolta. In F. Cássio (Ed.), Educação contra a barbárie: por escolas democráticas e pela liberdade de ensinar (pp. 148−154). Boitempo.
Rojo, R. H. R., & Moita Lopes, L. P. (2004). Linguagens, códigos e suas tecnologias. In Brasil. Orientações Curriculares para o Ensino Médio (pp. 14-59). Ministério da Educação.
Rufino, L. (2021). Vence-Demanda: educação e descolonização. Mórula Editorial.
Safatle, V. (2020). O circuito dos afetos: corpos políticos, desamparo e o fim do indivíduo. Autêntica.
Salles Filho, N. A. (2019). Cultura de paz e educação para a paz. Papirus Editora.
Soligo, A. (2018). Prefácio. In S. Leite (Ed.), Afetividade: as marcas do professor inesquecível (pp. 9−16). Mercado de Letras.
Sousa Santos, B. (2013 [1997]). Pela mão de Alice: o social e o político na transição pós-moderna. 14. ed. Cortez.
Sousa Santos, B. (2016 [2014]). Epistemologies of the South: justice against epistemicide. Routledge.
Tilio, R. (2017). Ensino crítico de língua: afinal, o que é ensinar criticamente? In D. M. Jesus, F. Zolin-Vesz, & D. Carbonieri (Eds.), Perspectivas críticas no ensino de línguas: novos sentidos para a escola (p. 19−31). Pontes.
Tilio, R. (2019). Uma pedagogia de letramento sociointeracional crítico como proposta para o ensino de línguas na contemporaneidade por meio de uma abordagem temática. In K. Finardi, M. Scherre, & L. Vidon (Eds.), Língua, discurso e política: desafios contemporâneos (p. 187−210). Pontes.
Tilio, R. (2021). (Re)interpretando e implementando criticamente a Pedagogia dos Multiletramentos. Revista Linguagem em Foco, 13(2), 33-42. https://doi.org/10.46230/2674-8266-13-5569
Volóchinov, V. (2017 [1929]). Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Editora 34.
Walsh, C. (2019). Gritos, gretas e semeaduras de vida: entreteceres do pedagógico e do colonial. In S. R. M. Souza, & L. C. Santos (Eds.), Entre-linhas: educação, fenomenologia e insurgência popular (pp. 93−120). EDUFBA.
Weninger, C. (2020). From Language Skills to Literacy: Broadening the Scope of English Language Education Through Media Literacy. Routledge.