Singularidades na apropriação da escrita ou diagnóstico de dislexia?
Palavras-chave:
linguagem, competência em informação, comunicação.Resumo
Este artigo, fundamentado em uma perspectiva sócio-histórica da linguagem, investiga manifestações de escrita avaliadas como sinais de dislexia, buscando estabelecer diferenciações entre abordagens que consideram tais manifestações como sintomas de uma suposta patologia, daquelas que analisam a escrita das crianças adotando como referência as estratégias que fazem parte do processo de apropriação da escrita, os vestígios singulares da relação estabelecida entre o aprendiz e a linguagem, bem como, as distintas condições envolvidas com os processos de ensino/aprendizagem da leitura e escrita. Com tal objetivo, neste estudo foi analisada a produção textual de uma criança de oito anos diagnosticada como disléxica. A partir de tal análise pode-se avaliar que a criança em questão, contrariando o diagnóstico que lhe foi atribuído, foi capaz de construir um texto a partir do uso de estratégias cognitivas, sociointeracionais e textuais, bem como de hipóteses sobre os aspectos gráficos do objeto escrito, pertinentes ao processo de apropriação da linguagem escrita. Enfim, as formas de operar sob tal modalidade de linguagem, produzidas pela criança sujeito desta pesquisa, apontam processos considerados pertinentes, linguística e cognitivamente, e indicam, portanto, uma criança capaz de construir conhecimentos acerca da leitura e escrita. Para que equívocos dessa natureza não ocorram, tal estudo reitera a necessidade dos profissionais responsáveis pela avaliação e tratamento de sujeitos com queixas de leitura e escrita possuírem uma formação teórico-prática consistente, que lhes permita a apreensão e articulação das diferentes dimensões - linguística, educacional, orgânica, cultural, econômica - envolvidas com as condições e com os processos de apropriação da linguagem escrita.
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Copyright (c) 2012 Giselle Massi, Ana Paula Berberian, Fernanda Carvalho
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