Impacto do diagnóstico de Síndrome de Down em mães e suas repercussões em relação ao desenvolvimento de linguagem das crianças
Palavras-chave:
Síndrome de Down, desenvolvimento da linguagem, relações mãe-filho.Resumo
Introdução: Nos atendimentos fonoaudiológicos, as repercussões clínicas associadas ao impacto materno do diagnóstico de Síndrome de Down (SD) decorrem de questionamentos a respeito dos seus possíveis efeitos no processo de aquisição e desenvolvimento de linguagem dos filhos. Assim, é importante abordar o desenvolvimento de linguagem da criança com SD articulado ao impacto do diagnóstico sobre as expectativas e condutas maternas. Objetivo: Investigar o impacto materno do diagnóstico de SD e suas repercussões sobre o desenvolvimento de linguagem das crianças. Método: pesquisa quantitativa. Participaram 25 crianças com SD, de 1,0 a 5,0 anos de idade e suas respectivas mães. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com as mães e aplicação do Protocolo de Observação Comportamental (PROC) nas crianças (itens “Habilidades Comunicativas” e “Compreensão Verbal”). Os dados foram tabulados e submetidos a tratamento estatístico. Resultados: Na população estudada, há forte tendência das mães sofrerem impacto negativo frente ao diagnóstico de SD de seus filhos (88%). Com relação ao desenvolvimento de linguagem todas as mães relataram expectativas iniciais de atraso na aquisição da linguagem e/ou ausência de fala. No total, 12 (52,1%) modificaram tais expectativas ao longo do processo terapêutico fonoaudiológico, reconhecendo que os filhos podiam evoluir melhor do que imaginaram a princípio e 11 (47,9%) não consideraram tal possibilidade; o que configura pequena diferença estatística entre os dois grupos. Há correlação positiva entre a pontuação total obtida no PROC e idade (p =0,002) das crianças, embora ocorra diversidade de pontuações entre sujeitos de cada uma das faixas etárias estabelecidas pelo instrumento. Conclusão: Os resultados quantitativos revelaram que existe associação entre a natureza do impacto, as expectativas maternas quanto ao desenvolvimento da linguagem oral das crianças e o desempenho das mesmas quanto a esse aspecto. Mas, vale ressaltar que os processos terapêuticos fonoaudiológicos vividos com cada uma das crianças apontam para a necessidade de uma análise qualitativa, focada nas singularidades das mesmas, por meio de estudos de casos clínicos emblemáticos.
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Copyright (c) 2012 Mayra Moslavacz de Camargo, Mabile Francine Ferreira Silva, Maria Claudia Cunha
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