Visibilidade, estigmatização e territorialização: percepções acerca da vulnerabilidade na Atenção Básica à Saúde
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2017v29i1p158-171Palavras-chave:
Saúde Pública, Atenção Básica à Saúde, Vulnerabilidade, Promoção da Saúde, Sistema Único de SaúdeResumo
A noção de Vulnerabilidade vem sendo adotada no Brasil pelo Ministério da Saúde como um dos objetos de intervenção fundamentais da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) (2006), produzindo mudanças profundas no modo de definir, identificar, intervir e priorizar a população a ser atendida, e provocando efeitos diversos nas práticas dos trabalhadores e dos usuários de serviços de Saúde Pública no país. O objetivo deste estudo é analisar percepções de trabalhadores da Atenção Básica à Saúde acerca da vulnerabilidade. Enfocamos trabalhadores que atuam na zona norte da cidade de São Paulo, mais especificamente na região da Freguesia do Ó / Brasilândia, local ao qual são atribuídos altos índices de vulnerabilidade, buscando compreender o modo como reconhecem pessoas e situações de vulnerabilidade e o modo como percebem suas estratégias de promoção da saúde e redução de vulnerabilidades. Foram entrevistados 14 profissionais pertencentes à Coordenação de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, e à Supervisão Técnica de Saúde da Freguesia do Ó / Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo. Neste estudo, destacamos três dimensões da noção abordadas pelos profissionais entrevistados: a visibilidade da população, os perigos da estigmatização e a relação com a territorialização. Conclui-se que a noção de vulnerabilidade coloca-se como potencial instrumento para a transformação das práticas de saúde se exercitar a participação ativa da população na análise e no equacionamento de problemas e necessidades de saúde, interrogando permanentemente os efeitos estigmatizantes e colonizadores destas mesmas práticas.
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