Visibilidade, estigmatização e territorialização: percepções acerca da vulnerabilidade na Atenção Básica à Saúde

Autores

  • Saulo Tavares Mota Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
  • Maria Cristina Gonçalves Vicentin Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Pós Graduação em Psicologia Social

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2724.2017v29i1p158-171

Palavras-chave:

Saúde Pública, Atenção Básica à Saúde, Vulnerabilidade, Promoção da Saúde, Sistema Único de Saúde

Resumo

A noção de Vulnerabilidade vem sendo adotada no Brasil pelo Ministério da Saúde como um dos objetos de intervenção fundamentais da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) (2006), produzindo mudanças profundas no modo de definir, identificar, intervir e priorizar a população a ser atendida, e provocando efeitos diversos nas práticas dos trabalhadores e dos usuários de serviços de Saúde Pública no país. O objetivo deste estudo é analisar percepções de trabalhadores da Atenção Básica à Saúde acerca da vulnerabilidade. Enfocamos trabalhadores que atuam na zona norte da cidade de São Paulo, mais especificamente na região da Freguesia do Ó / Brasilândia, local ao qual são atribuídos altos índices de vulnerabilidade, buscando compreender o modo como reconhecem pessoas e situações de vulnerabilidade e o modo como percebem suas estratégias de promoção da saúde e redução de vulnerabilidades. Foram entrevistados 14 profissionais pertencentes à Coordenação de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, e à Supervisão Técnica de Saúde da Freguesia do Ó / Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo. Neste estudo, destacamos três dimensões da noção abordadas pelos profissionais entrevistados: a visibilidade da população, os perigos da estigmatização e a relação com a territorialização. Conclui-se que a noção de vulnerabilidade coloca-se como potencial instrumento para a transformação das práticas de saúde se exercitar a participação ativa da população na análise e no equacionamento de problemas e necessidades de saúde, interrogando permanentemente os efeitos estigmatizantes e colonizadores destas mesmas práticas.

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Biografia do Autor

Saulo Tavares Mota, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social

Doutorando em Psicologia Social pela PUC SP, possui mestrado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2008). Dedica-se às áreas de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social e Saúde Coletiva. Atualmente trabalha com os seguintes temas: Saúde Pública; Promoção da Saúde; Biopolíticas; Processos de Subjetivação; Análise Institucional.

Maria Cristina Gonçalves Vicentin, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Pós Graduação em Psicologia Social

Graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1983), Mestrado em Psicologia Social (1991) e Doutorado em Psicologia Clínica (2002) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É Professora Doutora do Programa de Pós Graduação em Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde coordena o Núcleo de Lógicas Institucionais e Coletivas Tem experiência em Psicologia, com ênfase em Análise Institucional, atuando principalmente nos âmbitos da Reforma em Saúde Mental e dos Direitos da Infância e da adolescência.

Publicado

2017-03-27

Como Citar

Mota, S. T., & Vicentin, M. C. G. (2017). Visibilidade, estigmatização e territorialização: percepções acerca da vulnerabilidade na Atenção Básica à Saúde. Distúrbios Da Comunicação, 29(1), 158–171. https://doi.org/10.23925/2176-2724.2017v29i1p158-171

Edição

Seção

Artigos