Da disfagia à restrição alimentar
efeitos das dificuldades de adaptação parental à filha com cegueira congênita
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2021v33i4p686-694Palavras-chave:
Prematuridade, Disfagia, Cegueira, Adaptação Psicológica, Equipe Interdisciplinar de SaúdeResumo
Introdução: O nascimento de um filho com deficiência pode alterar rotinas e influenciar no processo de adaptação dos pais, por se caracterizar como um acontecimento não esperado. Ainda pode produzir nos progenitores sentimentos semelhantes aos vivenciados em um processo de luto. Objetivo: Analisar a relação entre a adaptação parental à filha com cegueira congênita e disfagia, relacionadas à prematuridade extrema, e seu possível impacto no processo de adesão às orientações terapêuticas sobre a alimentação da criança. Método: Trata-se de um estudo de caso de cunho qualitativo. Foi realizada uma análise da adaptação parental à deficiência, e avaliações fonoaudiológicas da linguagem e da disfagia. Resultados: A avaliação fonoaudiológica evidenciou disfagia para líquidos finos e ausência de alterações de linguagem. A restrição alimentar tornou-se evidente a partir da dificuldade parental em aceitar e seguir as orientações quanto à consistência alimentar. A análise dos dados de adaptação parental à deficiência da filha sugere que essa dificuldade esteve relacionada à aceitação da cegueira e da disfagia. A emergência de restrição alimentar esteve relacionada às dificuldades na aceitação das orientações fonoaudiológicas por parte dos pais, considerando a disfagia para líquidos finos. Essas dificuldades encontram um correlato na análise da adaptação parental do pai e da mãe. Conclusão: Evidencia-se a importância do acompanhamento por uma equipe interdisciplinar.
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