Caracterização do tipo de comunicação materna utilizada durante interação mãe-criança

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2724.2022v34i3e56473

Palavras-chave:

Relações Mãe-Filho, Desenvolvimento da Linguagem, Comunicação

Resumo

Introdução: A mãe pode ser definida como coautora no desenvolvimento da linguagem de seu bebê. Para isso, a fala materna apresenta características próprias expressas através da função comunicativa nos diversos momentos de interação com a criança. Objetivo: identificar e analisar formas de comunicação utilizadas pela mãe no processo de interação com a criança. Métodos: Realizou-se uma revisão integrativa de literatura, selecionando artigos científicos publicados entre 2011 e 2020, nas bases de dados SciELO e LILACS, que passaram por teste de relevância. A análise de dados foi: realizar a identificação dos artigos, das principais técnicas de coleta de dados aplicadas nos estudos e das formas de comunicação utilizadas pelas mães para comunicar-se com seu bebê, sendo divididas em comunicação verbal, não verbal e manhês. Resultados: Através da comunicação oral (91%), a mãe utiliza das funções comunicativas no momento de interação recorrendo principalmente a perguntas (80%), nomeações (50%), significado/descrever objeto (40%) e afirmações (30%). Quanto aos enunciados maternos, encontrou-se em sua maioria o emprego de elogios (30%) e como forma de direcionar a atenção (50%). Na comunicação não-verbal (73%), destacou-se a realização de gestos como apontar (63%), mostrar (38%) e representativos (38%), e nas expressões faciais, a prevalência foi pelo uso de sorrisos (38%) e olhares (38%). Observou-se o uso do manhês em 45% dos artigos. Conclusão: Conclui-se que por meio do processo de interação, de acordo com o observado nos resultados, a mãe contribuí para o desenvolvimento comunicativo-linguístico de seu filho, pois utiliza de diferentes meios para se comunicar com ele, principalmente o da comunicação verbal.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Beatriz Servilha Brocchi, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Docente Pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Pós-doutora em em Distúrbio da Comunicação Humana pela Universidade Federal de São Paulo (2017) e em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo (FAPESP-2013). Possui graduação em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2002), mestrado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2005) e doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento no pela Universidade de São Paulo (2009).

Referências

Pessoa L, Moura MLS. Características pragmáticas da fala materna em díades mãe-bebê (aos cinco e vinte meses). Arq. bras. psicol. 2008; 60 (1): 82-95.

Scheuer CI, Befi-Lopes DM, Wertzner HF. Desenvolvimento da linguagem: uma introdução. In: Limongi SCO, organizadora. Fonoaudiologia: informação para formação. Linguagem: desenvolvimento normal, alterações e distúrbios. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003. Cap. 1.

Brocchi BS. Influência da interação mãe-criança no desenvolvimento da linguagem. In: Brocchi BS, Stobäus LC, organizadoras. Importância da parentalidade para o desenvolvimento infantil. Curitiba: CRV; 2020. Cap. 2.

Vygotsky LS. Pensamento e Linguagem. 1994. 3ª ed. São Paulo, Martins Fontes (Original publicado em 1962).

Brocchi BS, Leme MIS. “A relação entre a interação mãe-criança no desenvolvimento da linguagem oral de recém-nascidos prematuros.” Audiology-Communication Research. 2013; 18: 321-331.

Mendes DMLF, Moura MLS. Desenvolvimento da brincadeira e linguagem em bebês de 20 meses. Psic. Teor. e Pesq. 2004; 20 (3): 215-222.

Rodrigues AJ. Produção Linguística de Crianças de Seis Anos: Estudo Comparativo do Desempenho em Situações e Classes Sociais Diferentes [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo Departamento de Linguística; 1992.

Braz FS, Salomão NMR. A fala dirigida a meninos e meninas: um estudo sobre o input materno e suas variações. Psicol. Reflex. Crit. 2002; 15 (2): 1-20.

Camargo JF. Os gestos na comunicação mãe-bebê: um estudo longitudinal [dissertação]. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba; 2013.

Fernandes I, Barroso I, Ferreira A, Branco M, Ladeiras A, Veloso C, et al. Estudo comparativo acerca do comportamento e comunicação materna e paterna em atividade conjunta com os seus filhos de idade pré-escolar. Análise Psicológica. 2018; 36(3): 295-310.

Aquino FSB, Salomão NMR. Habilidades sociocomunicativas de bebês no primeiro ano de vida: um estudo longitudinal. Paidéia (Ribeirão Preto). 2011; 21(50): 335-344.

Machado AC, Bello SF. Habilidades sociocomunicativas e de atenção compartilhada em bebês típicos da primeira infância. Rev. Psicopedag. 2015; 32(98): 150-157.

Aquino FSB, Salomão NMR. Intencionalidade comunicativa e atenção conjunta: uma análise em contextos interativos mãe-bebê. Psicol. Reflex. 2011; 24(1): 107-115.

Fuertes M, Castro S, Alves MJ, Faria A, Osório T, Souza O. Interação e linguagem dirigida a crianças de quinze meses. Psicologia USP. 2017; 28(3): 346-357.

Arpini DM, Zanatta E, Marchesan RQ, Faraj SP, Ledur CS, Mozzaquatro CO. Interação mãe-bebê: um processo de descobertas. Interação Psicol. 2015; 19(1): 1-11.

Alvarenga P, Malhado SCB, Lins TCS. O impacto da responsividade materna aos oito meses da criança sobre as práticas de socialização maternas aos 18 meses. Estud. Psicol. (Natal). 2014; 19(4): 305-314.

Camargo JF, Salomão NMR, Aquino FSB, Nunes LL. Os gestos na comunicação mãe-bebê: um estudo longitudinal. Estud. Pesqui. Psicol. 2015; 15(2): 652-670.

Aquino FSB, Salomão NMR. Percepções maternas acerca das habilidades sociocomunicativas de bebês. Psicol. Cienc. Prof. 2011; 31(2): 252-267.

Santos AK, Santos LS, Bussab VSR. Método de codificação e categorias de conteúdo do discurso materno dirigido a bebês. Psic.: Teor. e Pesq. 2019; 35: 1-7.

Flores MR, Beltrami L, Souza APR. O manhês e suas implicações para a constituição do sujeito na linguagem. Distúrb. Comun. 2011; 23(2): 143-152.

Pessoa LF, Moura MLS, Oliva AD. A análise da fala materna dirigida a bebês em duas etapas do desenvolvimento. Psic.: Teor. e Pesq. 2008; 2(2): 74-86.

Hubner EP, Ardenghi LG. Input materno e aquisição da linguagem: análise das díades comunicativas entre mães e filhos. Bol. psicol. 2010; 60(132): 29-43.

Andrade FG. O papel da fala materna no processo de desenvolvimento da linguagem [dissertação]. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; 2018.

Moura MLS, Ribas AFP, Seabra KC, Pessoa LF, Junior RCR, Nogueira SE. Interações iniciais mãe-bebê. Psicol. Reflex. Crit. 2004; 17(3): 295-302.

Guevara I, Moreno-Lhanos I, Rodrígues C. (2020) The emergence of gestures in the first year of life in the Infant School Classroom. Eur J Psych Educ. 2020; 35: 265-287.

Tomasello M, Kruger AC,Ratner HH (1993). Cultural learning. Behav brain scienc. 1993; 16(3): 495-511.

Publicado

2022-12-02

Como Citar

Barbosa, A. C. ., & Brocchi, B. S. (2022). Caracterização do tipo de comunicação materna utilizada durante interação mãe-criança. Distúrbios Da Comunicação, 34(3), e56473. https://doi.org/10.23925/2176-2724.2022v34i3e56473

Edição

Seção

Artigos