Identificação perceptiva do posicionamento da língua na produção de [s] por acadêmicos em Fonoaudiologia
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2022v34i4e58031Palavras-chave:
Língua, Fala, Distúrbios da Fala, Percepção da FalaResumo
Introdução: a identificação visual do posicionamento dos articuladores e o resultado auditivo na produção de [s] são necessários para decisões clínicas e monitoramento de tratamento. Para avaliadores não treinados esta tarefa pode ser desafiadora. Objetivo: verificar se avaliadores não treinados são capazes de identificar visualmente posições normal e alterada da língua na produção do [s] e perceber, auditivamente, produções normais e alteradas; bem como buscar quais ajustes da língua são mais difíceis de serem percebidos visualmente e quais resultados auditivos são mais facilmente identificados. Método: dez acadêmicos de Fonoaudiologia analisaram 20 amostras de fala gravadas, 10 com produção normal e 10 alterada do fone [s], sendo as respostas comparadas a uma avaliação padrão-ouro. Na análise foi utilizada a concordância Kappa, o teste Qui-quadrado, o Anova de Medidas repetidas e o teste t Student, com 5% de significância. Resultados: houve associação e concordância com a avaliação padrão-ouro para a posição da língua, com porcentagem média de 40% de respostas corretas para a posição normal, 17,5% quando a língua estava contra os dentes e 10% quando interposta. No resultado auditivo, a maioria dos avaliadores não apresentou associação e concordância com o padrão-ouro, sendo a porcentagem média de 50% de respostas corretas na ausência de distorção e com redução significativa quando presente (18,5%). Conclusão: os acadêmicos tiveram dificuldade na identificação visual da posição da língua, particularmente, quando alterada, bem como na identificação auditiva das produções normal ou alterada, sendo maior quando a distorção estava presente.
Downloads
Metrics
Referências
Haupt C. As fricativas [s], [z], e [Ʒ] do português brasileiro. Letras & Letras. 2008. Jan/jun; 24(1): 59-71.
Monteiro VR, Brescovici SM, Delgado SE. A ocorrência de ceceio em crianças de oito a 11 anos em escolas municipais. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009. Abr/jun; 14(2): 213-8.
Brunner J, Hoole P, Perrier P. Adaptation strategies in perturbed/s. Clinical linguistics & phonetics. 2011. Aug; 25(8): 705-24.
Silva TC. Fonética e Fonologia do Português Brasileiro: Roteiro de Estudos e Guia de Exercícios. 3ª ed. São Paulo: Contexto; 2003. p.32-41.
Abreu ACV, Gurgel JA, Rodrigues LL, Genaro KF, Santos D, Chagas EFB, Marino VCC. Self-perception of tongue tip constriction in alveolar fricatives produced by young women with and without normal tongue positioning. CoDAS. 2021. Sep; 33(4): e20200106.
Icht M, Ben-David BM. Sibilant production in Hebrew-speaking adults: apical versus laminal. Clinical linguistics & phonetics. 2017. Jul; 32(3); 193-212.
Coelho JDS, Vieira RC, Bianchini EMG. Interference of dentofacial deformities in the acoustic characteristics of speech sounds. Rev. CEFAC. 2019. Jul/ago; 21(4): e19118.
Lichnowska A, Kozakiewicz M. Speech disorders in dysgnathic adult patients in the field of severity of primary dysfunction. Appl. Sci. 2021. Dec;11(24):12084.
Lichnowska A, Kozakiewicz M. The logopedic evaluation of adult patients after orthognathic surgery. Appl. Sci. 2021. Dec;11(12): 5732.
Martinelli RLC, Fornaro ÉF, Oliveira CJMD, Ferreira LMDB, Rehder MIBC. Correlações entre alterações de fala, respiração oral, dentição e oclusão. Rev. CEFAC. 2011. Jan/fev; 13(1): 17-26.
Leavy KM, Cisneros GJ, Leblanc EM. Malocclusion and its relationship to speech sound production: redefining the effect of malocclusal traits on sound production. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2016. Jul; 150(1): 116-23.
Foletti JM, Antonarakis GS, Galant C, Courvoisier DS, Scolozzi P. Is atypical swallowing associated with relapse in orthognathic patients? a retrospective study of 256 patients. J. Oral Maxillofac. Surg. 2018. May; 76; 1084-90.
Krueger BI. Eligibility and Speech Sound Disorders: Assessment of Social Impact. Perspectives of the ASHA Special Interest Groups. 2019. Feb; 4: 85-90.
Machado KC, Portalete CR, Hermes L, Keske-Soares M. Ultrasonography of tongue movements in the assessment and therapy of anterior lisp: a case study. Disturb. Comum. 2021. Dec; 33(4): 729-40.
Thijs Z, Bruneel L, De Pauw G, Van Lierde KM. Oral Myofunctional and Articulation Disorders in Children with Malocclusions: A Systematic Review. Folia Phoniatr. Logop. 2021. Jun; 74(1): 1–16.
Marchesan IQ, Martinelli RLC. Fala: Reflexões sobre a prática clínica. In: Silva HJ, Tessitore A, Motta AR, Cunha DA, Berretin-Felix G, Marchesan IQ. (Org.) Tratado de Motricidade Orofacial. São José dos Campos: Pulso Editorial, 2019. p. 547-59.
Barberena LS, et al. Electropalatography and its correlation to tongue movement ultrasonography in speech analysis. CoDAS. 2017. Mar/apr; 29(2): e2016010.
Bressmann T, Thind P, Uy C, Bollig C, Gilbert RW, Irish JC. Quantitative three-dimensional ultrasound analysis of tongue protrusion, grooving and symmetry: data from 12 normal speakers and a partial glossectomee. Clin Linguist Phon. 2005. Sep/nov; 19(6-7): 573-88.
Wertzner HF, Francisco DT, Pagan-Neves LO. Contorno de língua dos sons /s/ e /ʃ/ em crianças com transtorno fonológico. CoDAS. 2014. Jun; 26(3): 248- 51.
Pamplona M, Oliveira AM de. Ultrasonographic analysis of coronal fricative phonemes: perceptual and visual appraisal. J Speech Sci. 2021.10(00): e021002.
Lima FLCN, Silva CEE, Silva LM, Vassoler AMO, Fabbron EMG, Berti LC. Ultrasonographic analysis of lateral liquids and coronal fricatives: judgment of experienced and non-experienced judges. Rev. CEFAC. 2018.Jul/aug; 20(4): 422-31.
Francisco DT, Wertzner HF. Differences between the production of [s] and [ʃ] in the speech of adults, typically developing children, and children with speech sound disorders: an ultrasound study. Clin Linguist Phon. 2017. Jan; 31(5): 375-90.
Lathrop-Marshall H, et al. Orthognathic speech pathology: impacts of Class III malocclusion on speech. Eur J Orthod. 2022. May; 44(3): 340-51.
Fraundorf EC, Araújo E, Ueno H, Schneider PP, Kim KB. Speech performance in adult patients undergoing Invisalign treatment. Angle Orthod. 2022. Jan; 92(1): 80-6.
Silva LM, Vassoler AMO, Marino VCC, Berti LC. Análise ultrassonográfica quantitativa do movimento da língua em 14 fonemas do Português Brasileiro. CoDAS. 2017. Jul/ago; 29(4): e20160211.
Zharkova N. Ultrasound and acoustic analysis of sibilant fricatives in preadolescents and adults. J Acoust Soc Am. 2016. May; 139(5): 2342-51.
Lima FLCN, Berti LC, Marino VCC, Fabbron EMG, Julgamento perceptivo-auditivo e perceptivo-visual na identificação de produções gradientes em fricativas. CoDAS. 2021: Set/out;33(5): e20200197.
Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data. Biometrics. 1977. Mar;33(1): 159-74.
Borox T, Leite APD, Bagarollo MF, Alencar BLF, Czlusniak GR. Speech production assessment of mouth breathing children with hypertrophy of palatines and/or pharyngeal tonsils. Rev. CEFAC. 2018. Jul/ago; 20(4): 468-76.
Bruneel L, Danhieux A, Van Lierde K. Training speech pathology students in the perceptual evaluation of speech in patients with cleft palate: reliability results and the students’ perspective. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2022. Jun;157: 111145.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Beatriz Campanine Geremias, Ana Clara Varella Abreu, Julio de Araujo Gurgel, Katia Flores Genaro, Eduardo Federighi Baisi Chagas, Viviane Cristina de Castro Marino
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.