Análise do conhecimento de fonoaudiólogos brasileiros sobre a bateria Evaluation of Auditory Responses to Speech
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2023v35i4e62835Palavras-chave:
Perda auditiva, Implantes cocleares, Auxiliares de audição, ProtocolosResumo
Introdução: O avanço das tecnologias auditivas tem ajudado crianças com deficiência auditiva a ouvir, mas é necessário acompanhar o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem oral. Objetivo: O objetivo deste artigo é analisar o conhecimento de fonoaudiólogos brasileiros sobre a bateria EARS, que apresenta nove protocolos de avaliação do desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem oral. Método: Trata-se de um estudo quantitativo e qualitativo, transversal descritivo. A coleta de dados foi realizada por meio do formulário Google Forms em ambiente digital. O questionário foi composto por 13 questões, sendo quatro sobre o perfil do profissional e nove sobre seu conhecimento e/ou uso de protocolos dos propostos pela bateria EARS. Responderam a este estudo 67 participantes. Resultados: Desse total, 70% atuam diretamente na terapia fonoaudiológica ,41% atendem tanto em serviço privado como público. 97% consideram importante o uso de protocolos de avaliação e monitoramento das habilidades auditivas e de linguagem oral e 92% sentem falta de protocolos validados. Com relação ao uso dos protocolos da bateria EARS, constatou-se que os mais comuns são o MUSS, o MAIS, o GASP e o MTP. Conclusão: Os testes que os fonoaudiólogos brasileiros mais adotam são o MUSS, o MAIS, o GASP e o MPT. A maioria usa mais de um protocolo na avaliação, no monitoramento e mesmo na reabilitação. No entanto, nota-se que ainda há carência de protocolos validados para contemplar as etapas de desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem oral de crianças com deficiência auditiva.
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