Análise do conhecimento de fonoaudiólogos brasileiros sobre a bateria Evaluation of Auditory Responses to Speech

Autores

  • Cilmara Cristina Alves da Costa Levy Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo https://orcid.org/0000-0002-3519-8331
  • Thais Talarico Rodrigues Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2724.2023v35i4e62835

Palavras-chave:

Perda auditiva, Implantes cocleares, Auxiliares de audição, Protocolos

Resumo

Introdução: O avanço das tecnologias auditivas tem ajudado crianças com deficiência auditiva a ouvir, mas é necessário acompanhar o desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem oral. Objetivo: O objetivo deste artigo é analisar o conhecimento de fonoaudiólogos brasileiros sobre a bateria EARS, que apresenta nove protocolos de avaliação do desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem oral. Método: Trata-se de um estudo quantitativo e qualitativo, transversal descritivo. A coleta de dados foi realizada por meio do formulário Google Forms em ambiente digital. O questionário foi composto por 13 questões, sendo quatro sobre o perfil do profissional e nove sobre seu conhecimento e/ou uso de protocolos dos propostos pela bateria EARS. Responderam a este estudo 67 participantes. Resultados: Desse total, 70% atuam diretamente na terapia fonoaudiológica ,41% atendem tanto em serviço privado como público. 97% consideram importante o uso de protocolos de avaliação e monitoramento das habilidades auditivas e de linguagem oral e 92% sentem falta de protocolos validados. Com relação ao uso dos protocolos da bateria EARS, constatou-se que os mais comuns são o MUSS, o MAIS, o GASP e o MTP. Conclusão: Os testes que os fonoaudiólogos brasileiros mais adotam são o MUSS, o MAIS, o GASP e o MPT. A maioria usa mais de um protocolo na avaliação, no monitoramento e mesmo na reabilitação. No entanto, nota-se que ainda há carência de protocolos validados para contemplar as etapas de desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem oral de crianças com deficiência auditiva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Referências

Romeo RR, Leonard JA, Robinson ST, West MR, Mackey AL, Rowe ML, et al. Beyond the 30-million-word gap: Children’s conversational exposure is associated with language-related brain function. Psychol Sci. 2018; 29(5): 700–10. doi: 10.1177/0956797617742725

Zhao, T. C., Corrigan, N. M., Yarnykh, V. L., Kuhl, P. K. (2022). Development of executive function-relevant skills is related to both neural structure and function in infants. Developmental Science, 25, e13323. https://doi.org/10.1111/desc.13323

Brasil. Lei nº 12.303, de 2 de agosto de 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12303.htm

Bicas RS, Guijo LM, Delgado-Pinheiro EMC. Habilidades auditivas e de comunicação oral de crianças e adolescentes deficientes auditivos e o processo de reabilitação fonoaudiológica. Rev. CEFAC. 2017; 19(4): 465–74. doi: 10.1590/1982-0216201719412516

Monshizadeh L, Vameghi R, Rahimi M, Sajedi F, Hashemi SB, Yadegari F, Kasbi F. Is There Any Association Between Language Acquisition and Cognitive Development in Cochlear-Implanted Children? J Int Adv Otol. 2021 May; 17(3): 195-199. doi: 10.5152/iao.2021.8990. PMID: 34100742; PMCID: PMC9450217.

Jiang F, Alimu D, Qin WZ, Kupper H. Long-term functional outcomes of hearing and speech rehabilitation efficacy among paediatric cochlear implant recipients in Shandong, China. Disabil Rehabil. 2021 Oct; 43(20): 2860-2865. doi: 10.1080/09638288.2020.1720317. Epub 2020 Feb 5. PMID: 32024407.

Sheikh M, Noreen H, Khalid H, Irshad A, Sultana R, Ul Ain Q. (2023). Factors Influencing Spoken Language Outcomes in Children Following Early Use of Hearing Aids. Journal of Health and Rehabilitation Research, 3(1). Retrieved from https://jhrlmc.com/index.php/home/article/view/37

Giusti E, Befi-Lopes DM. Tradução e adaptação transcultural de instrumentos estrangeiros para o Português Brasileiro (PB). Pró-Fono R Atual Cient. 2008;20(3):207–10. doi: 10.1590/S0104-56872008000300012

Allum-Mecklenburg DJ, Allum JHJ, Baumgartner W. et al. Multi-language international perceptual test battery for comparing performance of children in different countries: evaluation of auditory responses to speech (EARS). 3rd Eur Symp Pediatr Cochlear Implant, Hannover; 1996.

Alves M, Ramos D, Oliveira G, Alves H, Anderson I, Magalhães I, et al. Adaptação da bateria de testes EARS ao português europeu. Acta Med Port. 2014; 27(1): 23–32.

Allum JH, Greisiger R, Straubhaar S, Carpenter MG. Auditory perception and speech identification in children with cochlear implants tested with the EARS protocol. Br J Audiol. 2000; 34(5): 293–303. doi: 10.3109/03005364000000141

Sainz M, Skarzynski H, Allum JHJ, Helms J, Rivas A, Martin J. et al. Assessment of auditory skills in 140 cochlear implant children using the EARS protocol. ORL J Otorrinolaringol Relat Spec. 2003; 65(2): 91–6. doi: 10.1159/000070772.

Esser-Leyding B, Anderson I. EARS® (Evaluation of Auditory Responses to Speech): an internationally validated assessment tool for children provided with cochlear implants. ORL J Otorhinolaryngol Relat Spec. 2012; 74(1): 42–51. doi: 10.1159/000335054

Popov TM, Stancheva I, Kachakova D, Rangachev J, Konov D, Varbanova V, et al. Auditory outcome after cochlear implantation in patients with congenital nonsyndromic hearing loss: influence of the GJB2 status. Otol Neurotol. 2014; 35(8): 1361–5. doi: 10.1097/MAO.0000000000000348

AlSanosi A, Hassan SM. The effect of age at cochlear implantation outcomes in Saudi children. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2014; 78(2): 272–6. doi: 10.1016/j.ijporl.2013.11.021

Nandurkar A, Susmitha CG. Listening skill progress in children with cochlear implants in the first three months after implantation, Int J Otorhinolaryngol Head Neck Surg. 2017; 3(3): 632–8. doi: 10.18203/issn.2454-5929.ijohns20173038

Nikolopoulos TP, Wells P, Archbold SM. Using Listening Progress Profile (LiP) to assess early functional auditory performance in young implanted children. Deafness Education Int. 2000; 2(3): 142–51. doi:10.1179/146431500790561125

Ngui LX, Tang IP, Rajan P, Prepageran N. Bilateral simultaneous cochlear implant in children and adults—a literature review and clinical experience. Curr Otorhinolaryngol Rep. 2017; 5: 304–14. doi: 10.1007/s40136-017-0165-1

Silva BCS, Moret AL, Silva LTN, Costa AO, Alvarenga KF, Silva-Comerlatto MP. Glendonald Auditory Screening Procedure (GASP): marcadores clínicos de desenvolvimento das habilidades de reconhecimento e compreensão auditiva em crianças usuárias de implante coclear. CoDAS. 2019; 31(4): e20180142 doi: 10.1590/2317-1782/20192018142

Rawes C, Ngaage LM, Mackenzie R, Martin J, Cordingley A, Raine C. A review of the outcomes of children with designated additional needs receiving cochlear implantation for severe to profound hearing loss. Cochlear Implants Int. 2021; 22(6): 338–44. doi: 10.1080/14670100.2021.1944519.

Ferreira AA. A relação entre estilos parentais e desenvolvimento auditivo em crianças usuárias de implante coclear. Dissertação, UFMG; 2021.

Lee M, Cho S. The changes of auditory performance after cochlear implantation in child with KID syndrome. Audiol. 2011; 7(1): 84–8 doi: 10.21848/audiol.2011.7.1.84

Melo ME, Levy CCAC. Abordagem centrada na família de serviços fonoaudiológicos para bebês e crianças pequenas surdas. In: Levy CCAC. Manual de audiologia pediátrica. 2a edição. Ed Manole; 2022. p.165–75.

Nascimento LT. Uma proposta de avaliação da linguagem oral [monografia]. Bauru: Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais, 1997. Adaptado de: Robins AM, Osberger MJ. Meaningful use of speech scales. Indianápolis: University of Indiana School of Medicine; 1990.

Estima NF, Miguel JHS, Azevedo MF, Gil D. Categorias auditivas e de linguagem em crianças usuárias de Implante Coclear. Distúrb Comum. 2022; 34(3): e5556. doi: 10.23925/2176-2724.2022v34i3e55560

Bevilacqua MC, Tech EA. Elaboração de um procedimento de avaliação de percepção de fala em crianças deficientes auditivas profundas a partir de cinco anos de idade. In: Tópicos em Fonoaudiologia 1996. São Paulo: Lovise; 1996.

Erber NP. Auditory communication for deaf children. Australia: aCER press; 2011.

May-Mederake B; Shechata-Dieler W. A case study assessing the auditory and speech development of four children implanted with cochlear implants by the chronological age of 12 months. Case Rep Otolaryngol. 2013; 2013: 359218. doi: 10.1155/2013/359218

Orlandi AC, Bevilacqua MC. Deficiência auditiva profunda nos primeiros anos de vida: procedimento para a avaliação da percepção da fala. Pró-Fono. 1998; 10(2): 87–91.

Wertzner HF. Fonologia (Parte A). In: Andrade CRF, Befi-Lopes DM, Fernandes FDM, Wertzner HF. ABFW: Teste de linguagem infantil: nas áreas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. Carapicuíba: Pró-Fono; 2000. Cap 1. p. 5–40.

Publicado

2024-02-27

Como Citar

Levy, C. C. A. da C., & Rodrigues, T. T. (2024). Análise do conhecimento de fonoaudiólogos brasileiros sobre a bateria Evaluation of Auditory Responses to Speech. Distúrbios Da Comunicação, 35(4), e62835. https://doi.org/10.23925/2176-2724.2023v35i4e62835

Edição

Seção

Artigos