Relação entre estresse, ambiente de trabalho e voz em professores do Ensino Infantil e Ensino Fundamental I
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2020v32i4p626-637Palavras-chave:
Voz, Docentes, Estresse Ocupacional, DisfoniaResumo
Introdução: A voz é o principal instrumento de trabalho do professor, por isso eles estão mais propensos a desenvolverem problemas vocais. O estresse é considerado um fator de risco importante relacionado ao distúrbio de voz. No entanto, há poucos estudos com instrumentos voltados à identificação dos estressores a partir do diagnóstico organizacional. Objetivo: Verificar a relação entre estresse, ambiente de trabalho e voz, em professores do Ensino Infantil e Fundamental I da Rede Municipal de Ensino. Métodos: Estudo observacional, transversal, de abordagem quantitativa, com 36 professores da rede pública do município de Maceió. Foram aplicados o Protocolo Condição de Produção Vocal do Professor-CPV-P, o questionário Escala de Estresse no Trabalho, bem como foi realizado o registro de voz dos professores para análise perceptivo-auditiva. Os dados foram analisados de forma descritiva e inferencial, utilizando o software SPSS 25.0, assim como foram realizados o teste Qui-quadrado e o Coeficiente de Correlação de Pearson. Resultados: O ambiente de trabalho estressante atuou como um desencadeador de alteração vocal e pode-se observar que o ruído colabora para a presença de estresse. Além disso, os docentes que relataram apresentar queixas de alterações vocais são os que possuem índice de estresse global médio. Houve correlação positiva entre o tempo de profissão e o nível de estresse, com valor de p = 0,02, mostrando significância estatística. Conclusão: Este estudo demonstrou que há relação discreta entre o ambiente de trabalho ruidoso, o estresse ocupacional e a alteração vocal nos professores estudados.
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