Caracterização dos atendimentos de emissões otoacústicas realizados em estágio de graduação hospitalar
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2024v36i3e66335Palavras-chave:
Triagem Neonatal, Perda Auditiva, Audição, Recém-nascidoResumo
Introdução: Emissões Otoacústicas (EOA) é uma avaliação sensorial auditiva simples e rápida, tendo como principal aplicação clínica a triagem auditiva neonatal (TAN). Em 2012, o Ministério da Saúde (MS) elaborou as Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal, com o objetivo de oferecer orientações às equipes multiprofissionais para o cuidado da saúde auditiva na infância, em especial à TAN. Objetivo: Caracterizar os exames de EOA realizados nos neonatos, durante estágio de graduação hospitalar com relação às orientações gerais das diretrizes. Método: Estudo descritivo, retrospectivo e transversal, com itens tabulados dos exames realizados. A tabulação continha os seguintes dados: data e local da realização do teste e/ou reteste; data de nascimento, sexo e peso do bebê; idade da mãe; tipo de parto; idade gestacional; existência e tipo de indicadores de risco de deficiência auditiva (IRDA); resultados; encaminhamentos para reteste, para exame do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (Peate) e monitoramento auditivo. Resultados: Foram realizados 72 exames, 76,39% passaram e 23,71% falharam. Destas falhas, 58,82% passaram no reteste, 23,53% falharam e foram encaminhados ao Peate, 11,77% não compareceram ao reteste e 5,88% apresentaram IRDA sendo encaminhados direto para o Peate. Dos 16,67% de indicadores de risco encontrados, 50% foram por sífilis. Conclusão: O estudo concluiu que as atividades do estágio seguiram parcialmente as orientações das diretrizes do MS, contudo para o recém-nascido de risco, pela falta do equipamento Peate no serviço, foi realizado EOA como primeira testagem e encaminhamento para o potencial auditivo evocado em outra unidade de saúde.
Downloads
Metrics
Referências
Brasil. Lei Federal n° 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm
Ortolan DS, Santos MFC dos. Desenvolvimento auditivo de lactentes com indicadores de risco para perda auditiva. Distúrb Comun. 2020; 32(1): 87–95. http://dx.doi.org/10.23925/2176-2724.2020v32i1p87-95
Avila ATV, Teixeira AR, Vernier LS, Silveira AL. Programa universal de triagem auditiva neonatal em um hospital universitário: uma análise por meio de indicadores de qualidade. Rev. CEFAC. 2021; 23(4): e4421 https://doi.org/10.1590/1982-0216/20212344421
Sanfins MD, Hein TAD, Ubiali T, Santos MFC. Emissões Otoacústicas Transientes e por Produto de Distorção. In: Menezes PL, Sanfins MD, Capra D, Andrade KCL, Frizzo ACF. Manual de eletrofisiologia e eletroacústica: um guia para clínicos. Ribeirão Preto: Book Toy; 2022. p. 69-82.
Organização Mundial da Saúde. Prevention of deafness and hearing loss: Report by the Secretariat [Internet]. Geneva: OMS; [citado em 2021]. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/world-report-on-hearing
Brasil. Lei Federal n° 12.303, de 2 de agosto de 2010. Dispõe sobre a obrigatoriedade de realização do exame denominado Emissões Otoacústicas Evocadas. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 2 ago 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12303.htm.
JCIH: Joint Committee on Infant Hearing. Year 2019 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. J Early Hearing Detect Interv. 2019; 4(2): 1–44. Disponível em:https://digitalcommons.usu.edu/jehdi/vol4/iss2/1/
Lewis DR, Marone SAM, Mendes BCA, Cruz OLM, Nobrega M. Comitê multiprofissional em saúde auditiva: COMUSA. Braz J Otorhinolaryngol. 2010; 76(1): 121-8. https://doi.org/10.1590/S1808-86942010000100020
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à saúde. Dep. de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal. 2012 [Internet]. 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_triagem_auditiva_neonatal.pdf
Galvão MB, Fichino SN, Lewis DR. Processo do diagnóstico audiológico de bebês após a falha na triagem auditiva neonatal. Distúrb Comun. 2021; 33(3): 416-27. https://doi.org/10.23925/2176-2724.2021v33i3p416-427
Lewis DR, Chapchap MJ. Triagem auditiva neonatal universal: boas práticas atuais. In: Marchesan IQ, Silva HJ, Tomé MC, organizadores. Tratado das especialidades em fonoaudiologia. São Paulo: Guanabara Koogan; 2014. p. 860.
Pinto JD, Ferreira L, Temp DA, Dias V, Rohers DE, Biaggio EPV. Evasão do reteste da Triagem Auditiva Neonatal: relação com fatores de risco para deficiência auditiva. Rev. CEFAC. 2019; 21(4): e2519. https://doi.org/10.1590/1982-0216/20192142519
Marinho ACA, Pereira ECS, Torres KKC, Miranda AM e Ledesma ALL. Avaliação de um programa de triagem auditiva neonatal. Rev Saude Publica. 2020; 54: 44. http://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054001643
Vernier LS, Cazella SC, Levandowski DC. Triagem Auditiva Neonatal: protocolos, obstáculos e perspectivas de fonoaudiólogos no Brasil - 10 anos da Lei Federal Brasileira 12.303/2010. CoDAS 2022; 34(2): e20200331 https://doi.org/10.1590/2317-1782/20212020331
Araújo ES, Lima FC, Alvarenga KF. Monitoramento de crianças com indicadores de risco para a deficiência auditiva. Rev. CEFAC. 2013; 15(2): 305-13. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462012005000077
Temp DA, Ferreira L, Biaggio EPV. Monitoramento audiológico de lactentes em diferentes programas de triagem auditiva neonatal: uma revisão sistemática. Audiol Commun Res. 2022; 27: e2643 https://doi.org/10.1590/2317-6431-2022-2643pt
Botasso KC, Lima MCPM, Correa CRS. Associação entre falha nas emissões otoacústicas e indicador de risco para perda auditiva. Rev. CEFAC. 2021; 23(1): e10620. https://doi.org/10.1590/1982-0216/202123110620
Dutra MRP, Cavalcanti HG, Ferreira MAF. Programas de triagem auditiva neonatal: indicadores de qualidade e acesso aos serviços de saúde. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., 2022 22 (3): 601-7. https://doi.org/10.1590/1806-9304202200030009
Silva DPC, Lopez OS, Montovani JC. Influência dos indicadores de risco nas diferentes etapas da Triagem Auditiva Neonatal. Audiol Commun Res. 2016; 21: e1614 https://doi.org/10.1590/2317-6431-2015-1614
Botelho JBL, Carvalho DM, Santos-Melo GZ, Neto JC, Nascimento SM, Figueiredo WLD et al. Seguimento de crianças com diagnóstico de surdez em programa de triagem auditiva neonatal em Manaus. Rev Saude Publica. 2022; 56: 120. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2022056004207
Galvão M, Lewis D. Diagnóstico audiológico de lactentes após falha na triagem auditiva neonatal universal. Audiol Commun Res. 2023; 28: e2657. https://doi.org/10.1590/2317-6431-2022-2657pt
Inpuz FAE, Bretones CS , Jiménez MAG , Cueto EM, Aranda AMT, Sotos JM. Detecção Precoce por meio de emissões otoacústicas e potencial evocado de tronco auditivo ao longo de 10 anos de experiência. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2019;127: 109647. https://doi:10.1016/j.ijporl.2019.109647
Boletim epidemiológico de Santos. 2022, n.4, atualizado em 2022 agosto 31; Disponível em: https://www.santos.sp.gov.br/static/files_www/files/portal_files/SMS/boletim_epidemiologico_4-2022.fim_1set.pdf)
Barbosa LNF. Indicadores de qualidade de um programa de triagem auditiva neonatal seletiva. [Dissertação Mestrado]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Programa de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia. 2011.
Botasso KC, Lima MCMP, Correa CRS. Análise de um programa de saúde auditiva infantil ambulatorial: da triagem ao encaminhamento para reabilitação. CoDAS 2022; 34(4): e20200403. https://doi.org/10.1590/2317-1782/20212020403
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 MILENE VALENTE LOPES, Elizabeth Ana Bandeira Arias, Maysa Tibério Ubrig
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.