Disfagia no pós-operatório de endarterectomia de carótida em unidades de terapia intensiva
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2025v37i1e69642Palavras-chave:
Endarterectomia das Carótidas, Anormalidades Cardiovasculares, Terapia Intensiva Cirúrgica, Transtorno de deglutição, FonoaudiologiaResumo
Introdução: A endarterectomia de carótida é um procedimento cirúrgico realizado em pacientes com estenose de carótida, sintomáticos ou não, com o objetivo de prevenir acidentes vasculares encefálicos. Objetivo: Identificar a prevalência e o grau da disfagia de indivíduos submetidos à endarterectomia de carótida em duas unidades gerais de terapia intensiva. Métodos: Estudo transversal e retrospectivo com indivíduos de idade superior a 18 anos, de ambos os sexos, submetidos à EC e internados em duas unidades de terapia intensiva geral do Hospital São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (HSP Unifesp) no período de maio de 2018 a agosto de 2021. Os pacientes foram localizados por meio do banco de dados do Serviço de Fonoaudiologia e a coleta de dados foi realizada nos prontuários eletrônicos. A classificação da deglutição foi estabelecida considerando-se os achados da avaliação clínica e escala ASHA NOMS. Resultados: Foram identificados 50 pacientes, sendo 31 elegíveis para este estudo. Observou-se prevalência de indivíduos do sexo feminino, idosos com múltiplas comorbidades, sendo que 80% eram hipertensos, 48% tabagistas ou ex-tabagistas, 35% dislipidêmicos e 35% diabéticos. Em relação à deglutição foram encontrados oito pacientes disfágicos (25,8%) e vinte e três com deglutição normal (74,2%). Dentre os pacientes disfágicos, foram observadas alterações de deglutição leves (n=6; 19,35%) e moderadas (n=2; 6,45%). Conclusão: A prevalência de disfagia em pacientes submetidos à endarterectomia de carótida em duas unidades de terapia intensiva no pós-operatório imediato foi de 25,8% dos pacientes e variou de leve a moderada.
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