Práticas de investigação do Terapeuta da Fala em Portugal:
Necessidades, barreiras e facilitadores
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2021v33i3p375-387Palavras-chave:
Investigação, Fonoaudiologia, Fonoterapia (Terapia da fala), Patologia da fala e linguagem, Prática clínica baseada em evidênciasResumo
Introdução: A necessidade e o interesse na investigação pelos Terapeutas da Fala (TFs) tem sido crescente. Objetivos: (i) caracterizar o nível de autonomia atual dos TFs em Portugal em investigação científica; (ii) caracterizar o nível de autonomia desejado dos TFs em Portugal em investigação científica; (iii) caracterizar as necessidades de formação assim como identificar as barreiras e facilitadores de práticas de investigação dos TFs em Portugal. Métodos: 86 TFs preencheram um questionário validado por um painel de peritos. A recolha de dados incidiu sobre: (i) nível de autonomia atual e desejado para a prática de investigação; (ii) barreiras e facilitadores inerentes à prática da investigação. Resultados: Os níveis de autonomia foram significativamente inferiores aos níveis desejados (p<0,001). A autonomia atual para a tarefa de criação de uma ideia de investigação foi significativamente inferior quando comparada com as tarefas de definição de metodologia (p<0,05), análise de dados (p<0,001), processamento de dados (p<0,001) e síntese de resultados (p<0,001). Não houve diferenças de autonomia entre a tarefa de comunicação em conferências e a tarefa de criação de uma ideia de investigação (p<0,05). A maioria reportou a necessidade de formação adicional para conseguir integrar a investigação na sua prática clínica. A principal barreira para a realização de investigação foi a ausência de tempo (64,5%). O principal facilitador foi o tempo disponível (27,7%). Conclusão: Os TFs possuem o desejo de maior autonomia no processo de investigação. A identificação de barreiras e facilitadores encontrados poderão permitir uma resposta mais adequada às capacidades e necessidades dos TFs.
Downloads
Metrics
Referências
Diário da República. Despacho no 7051/2017. (2.a série — N.o 155). 2017.
Mendes AP, Moreira M, Guerreiro D, Nascimento D, Tello Rodrigues I, de Aguiar, V. Práticas e competências de investigação do Terapeuta da Fala em Portugal. Rev. Port. Ter. da Fala. 2020; 10: 25–34.
Batista JS. O perfil do terapeuta da fala em Portugal [Tese]. Aveiro: Universidade de Aveiro - UA; 2011.
Finch E, Cornwell P, Ward EC, McPhail SM. Factors influencing research engagement: Research interest, confidence and experience in an Australian speech-language pathology workforce. BMC Health Serv. Res. 2013,13:144.
Schubert A. What speech therapists, occupational therapists and physical therapist need to know to become evidence-based practitioners: A cross-sectional study. Z. Evid. Fortbild. Qual. Gesundhwes. 2019; 140: 43–51.
Mendes AP, Martins P, Alarcão I, Melo E, Pereira JC, Rua M, Brandão P, Costa R, Sancho L. Clinical education reflective ecological model for health science majors. Distúrb. comun. 2007; 293–303.
Albarqouni L, Hoffmann T, Straus S, Olsen NR, Young T, Ilic D, Shaneyfelt T, Haynes RB, Guyatt G, Glasziou P. Core Competencies in Evidence-Based Practice for Health Professionals: Consensus Statement Based on a Systematic Review and Delphi Survey. JAMA Netw Open. 2018; 1(2):e180281.
Black AT, Balneaves LG, Garossino C, Puyat JH, Qian H. Promoting Evidence-Based Practice Through a Research Training Program for Point-of-Care Clinicians. JONA J. Nurs. 2015; 45(1): 14-20.
Gerrish K, Ashworth P, Lacey A, Bailey J. Developing evidence-based practice: experiences of senior and junior clinical nurses. J Adv Nurs. 2008; 62(1): 62-73.
Association American Speech and Hearing. Evidence-Based Practice (EBP). [cited 2020 august 4] Available from: https://www.asha.org/Research/EBP/Evidence-Based-Practice/
Melnyk BM, Gallagher-Ford L, Long LE, Fineout-Overholt E. The establishment of evidence-based practice competencies for practicing registered nurses and advanced practice nurses in real-world clinical settings: proficiencies to improve healthcare quality, reliability, patient outcomes, and costs. Worldviews Evid Based Nurs. 2014;11(1): 5-15.
Melnyk BM, Fineout-Overholt E, Gallagher-Ford L, Kaplan, L. The state of evidence-based practice in US nurses: critical implications for nurse leaders and educators. J Nurs Adm. 2012; 42(9): 410-7.
Holmqvist R, Philips B, Barkham M. Developing practice-based evidence: Benefits, challenges, and tensions. Psychother. Res. 2015; 25: 20–31.
Roddam H, Skeat J. Embedding evidence-based practice in speech and language therapy: International examples. 1ª edição,Wiley-Blackwell; 2010.
Cristo S. Regulação da satisfação de necessidades psicológicas ao longo do processo psicoterapêutico: um caso clínico de prática baseada na evidência a gerar evidência baseada na prática [Tese]. Lisboa: Universidade de Lisboa - UL; 2013.
Clarisse AL. Prática baseada na evidência em terapia da fala [Tese]. Lisboa: Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa; 2013.
Greenwell T, Walsh B. Evidence-Based Practice in Speech-Language Pathology: Where Are We Now? Am. J. speech-language Pathol. 2021; 30: 186-198.
Alhaidary, A. Evidence-Based Practice Patterns Among Speech-Language Pathologists and Audiologists in Saudi Arabia. Commun. Disord. Q. 2020; 41: 242–249.
Dodd B. Evidence-based practice and speech-language pathology: Strengths, weaknesses, opportunities and threats. Folia Phoniatr. Logop. 2007; (59): 118–29.
R Core Team. R: A Language and Environment for Statistical Computing. [cited 2020 Aug 7]. Available from: https://www.R-project.org/
Mansuri, Tohidast SA, Zareei M. Knowledge, attitude, and practice of iranian speech and language pathologists toward evidence-based practice. Middle East J. Rehabil. Heal. 2020; 7: 1–6.
Currey J, Considine J, Khaw. Clinical nurse research consultant: a clinical and academic role to advance practice and the discipline of nursing. J. Adv. Nurs. 2011; 67: 2275–2283.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Ana P. Mendes, Miriam Moreira, David Guerreiro, David Nascimento, Inês Tello Rodrigues, Vânia de Aguiar
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.