Transtorno do Espectro Autista
relato de mulheres que vivenciaram um diagnóstico tardio
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2024v36i3e67520Palavras-chave:
Transtorno do Espectro Autista, Diagnóstico tardio, MulheresResumo
Introdução: O diagnóstico de TEA é um assunto contemporâneo, todavia, as pesquisas estão direcionadas para diagnóstico precoce e pouco se discute sobre os relatos de diagnóstico tardios. Além disso, incluir a variável sexo feminino nesta discussão amplia a complexidade da temática. Objetivos: Detalhar o processo diagnóstico tardio de TEA em mulheres, considerando se o sexo teve impacto nesse processo e quais foram as mudanças na vida após receberem o diagnóstico. Método: Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativa e descritiva. Participaram desta pesquisa 3 mulheres que foram selecionadas a partir de páginas das redes sociais que continham relatos pessoais com a temática de seus processos de diagnóstico de TEA. As entrevistas foram realizadas via Plataforma Google Meet e presencial. Resultados: As mulheres entrevistadas tinham idade entre 20 e 33 anos. Todas relataram que o diagnóstico foi corroborado por um médico e testes neuropsicológicos. Além disso, mencionaram a variável sexo como um fator correlacionado aos seus diagnósticos tardios. A análise e interpretação dos dados foi realizada a partir de uma posição linguística-discursiva. A discussão abordou o peso do discurso médico e os efeitos nas relações e posições subjetivas e linguística-discursivas nas mulheres entrevistadas a partir de autores filiados a Clínica de Linguagem e a Psicanálise. Considerações finais: Esta pesquisa amplia as possibilidades de discussão pouco investigadas na literatura sobre o diagnóstico tardio em mulheres. Essa temática é constantemente explorada em mídias sociais e ainda merece devido refinamento teórico a partir de pesquisas que considerem a linguagem e a constituição subjetiva.
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