Genealogia da velhice
Resumo
Pretende-se, neste estudo, problematizar um modo de velhice na atualidade que se pauta numa subjetividade flexível que caracteriza a sociedade de controle - descrita por Gilles Deleuze -, cuja instância de formatação da verdade é o mercado. Destaca-se, neste contexto, o conceito de velhice ativa que orienta a conduta tanto individual como de grupos, sejam de jovens, sejam de velhos, com vistas à gestão de si. Baseia-se esta subjetividade num assujeitamento ao consumo de saúde, lazer, exercícios físicos, estética de rejuvenescimento, etc. que alimentam um mercado altamente lucrativo. Este estudo se orienta pelo problema da potência da velhice e persiste na pergunta pela emergência de existências resistentes e singulares. Assim, procurou-se, neste trabalho, a construção de uma genealogia da velhice estabelecendo distinções e descontinuidades dos modos de envelhecer e da subjetividade da velhice nos períodos helenístico e romano (séculos I e II), da época moderna e da contemporânea. Como resultados, apontamos para as implicações políticas dos distintos modos de subjetividade.
Palavras-chave: velhice, corpo, subjetividade, sociedade de controle.
A elderliness genealogy
Abstract: This essay intends to problematize one of the forms elderliness has assumed based on a flexible subjectivity whose formatting instance of truth is the market in a period described by Gilles Deleuze as the society of control. In this context it is noteworthy the concept of active elderliness which orients the conducts both of individual and of the groups aiming the government of oneself without discerning if they are youngsters or elders. This subjectivity is based on a subjectivation related to the consumption of health, leisure, exercises, rejuvenations aesthetics etc which feeds a highly lucrative business. This research is interested in analyzing the problem of the elderliness potency and it insists on the questioning about the emergence of singular and resistant existences. Hence, this article proposes a genealogy of elderliness establishing distinctions and descontinualities of the possible forms of getting old and of the subjectivity of the elders between the Hellenistic and Roman periods (centuries I and II), the Modern and the contemporary eras. As a result, we suggest the political implications of the distinctive forms of subjectivity.
Keywords: elderliness, body, subjectivity, society of control.