Reflexões sobre a eugenia à luz da história e do direito

Autores

Palavras-chave:

Eugenia, Influência global , Direitos Humanos

Resumo

O presente artigo propõe examinar o surgimento e desenvolvimento da eugenia durante a história, demonstrando-se a evolução de sua tutela pelo Direito através de uma visão crítica e ampla sobre seus impactos na realidade social. O objetivo consiste em apresentar como os episódios eugênicos, vistos sob o prisma de um processo social complexo, foram compactuados por diversas vezes ao longo da história da humanidade, inclusive, à nível global. Ainda, buscou-se destacar as influências eugênicas na realidade brasileira traduzidas no direito pátrio, em confronto ao paradigma constitucional contemporâneo fundado no princípio da Dignidade da Pessoa Humana, incompatível com qualquer método de melhoramento de características genéticas dos indivíduos. Para tanto, foi empregado o exame de bibliografia teórica e doutrinária colecionada ao exame de modificações promovidas em diversos textos legislativos, juntamente da análise de decisões judiciais e descrição de casos nacionais e internacionais, além de fontes primárias referentes às épocas de estudo. Concluindo então com a introdução dos aparentes novos paradigmas eugenistas no contexto atual de inovações tecnológicas, em especial, mecanismos de alteração genética.

Referências

ALADIM, Débora. A teoria da eugenia - Ciência Nazista 1 (Débora Aladim). 20/08/2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KKpo9LFXvJI>. Acesso em 11 de abril de 2021.

ALBUQUERQUE, Ulysses Paulino de. Algumas observações sobre a influência do conceito de evolução biológica em outras ciências. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 1997.

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro, Pólen, 2019.

ALMEIDA, Renata de Barbosa, RODRIGUES, Walsir Edson Júnior. Direito Civil: Família. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2012.

ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

BITTLES, Alan. Consanguinity in Context. Cambridge University Press, 2012.

BLACK, Edwin. A guerra contra os fracos. Tradução T. Magalhães. São Paulo: A Girafa, 2003.

BOLSANELLO, Maria Augusta. Darwinismo social, eugenia e racismo “científico”: sua repercussão na sociedade e na educação brasileiras. Curitiba: Educar, 1996.

BURRIN, Philippe. Hitler e os Judeus – Gênese de um genocídio. (trad. Ana Maria Capovilla). Porto Alegre: L&PM, 1990.

CASTRO, Celso. Textos Básicos de Antropologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1ª edição, 2016.

COWAN, Ruth Schwartz. Francis Galton's statistical ideas: the influence of eugenics. Isis, 63, 4, p. 509-28, 1972.

DA SILVA, Jessielane Jarder Coelho. SOUZA, Raul Damasceno Ferreira e. MELO, Caio Monteiro. Eugenia e História do Direito no Brasil. Disponível em: . Acesso em 29 agosto de 2020.

DE SOUZA, Filipe Marcel Brito. Eugenia negativa no Brasil: Renato Kehl e suas lições de eugenia. Disponível:<http://www.humanas.ufpr.br/portal/historia/files/2013/08/filipe_marcel_brito_souza.pdf>. Acesso em 10 de outubro de 2020.

DE SOUZA, Vanderlei Sebastião. Por uma nação eugênica: higiene, raça e identidade nacional no movimento eugênico brasileiro dos anos 1910 e 1920. Disponível em: <https://www.sbhc.org.br/arquivo/download?ID_ARQUIVO=74>. Acesso em 15 de outubro de 2020.

DE OLIVEIRA, Simone Born. Manipulação genética e dignidade humana: da bioética ao direito. Disponível:<https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/79645/179234.pdf?sequence=1&isAllowed=y> . Acesso em 10 de outubro de 2020.

DOS SANTOS, Ricardo Augusto. Os Intelectuais Eugenistas. Da Abundância de Nomes a Escassez de Investigação. (1917-1937). Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31532/000297021.pdf?sequence=1>. Acesso em 29 de agosto de 2020.

DEL CONTE, Valedeir. Francis Galton: eugenia e hereditariedade. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-31662008000200004&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em 25 agosto de 2020.

FRANCO, Alberto. “Genética Humana e Direito,” Bioética 4, nº 1, 1996.

GIOPPO, Christiane. Eugenia: a higiene como estratégia de segregação. Educ. rev. no.12 Curitiba Jan./Dec. 1996. Disponível em: . Acesso em 30 de agosto de 2021.

GLAD, John. Future Human Evolution: Eugenics in the Twenty First Century. Hermitage Publishers, 2007.

GÓES, Weber Lopes. Racismo, eugenia no pensamento conservador brasileiro: a proposta de povo em Renato Kehl. Marília, 2015. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/124368/000837627.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 15/10/2020.

JANZ, Dones Cláudio . O valor da eugenia: eugenia e higienismo no discurso médico curitibano no início do século XX. Disponível em: <http://www4.pucsp.br/revistacordis/downloads/numero7/Revista%20Cordis%207%20-%20Artigo%20-%20Dones%20Janz.pdf>. Acesso em 10 de outubro de 2020.

JOHN, Robert. Ethnocentrism, Ethnopreference, Xenophobia Peace in Race Relations - A New Understanding. Agosto de 2002.

KEHL, Renato. Aparas Eugênicas. Sexo e Civilização. Novas Diretrizes. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1933.

LANG-STANTON, Peter; JACKSON, Steven. Eugenia: como movimento para criar seres humanos 'melhores' nos EUA influenciou Hitler. BBC, 27 de abril de 2017. Disponível em: . Acesso em 30 de agosto de 2021.

MARTINS, Regina Célia de Carvalho; DA SILVEIRA, Daniel Barile. A importância da bioética no uso da eugenia para a efetivação dos novos direitos fundamentais. Civilistica.com. Rio de Janeiro, a. 7, n.3, 2018. Disponível em: <http://civilistica.com/a-importancia-da-bioetica/>. Acesso em 30 de agosto de 2021.

MACIEL, Maria Eunice. A eugenia no Brasil. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/31532/000297021.pdf?sequence=1>. Acesso de 10 de outubro de 2020.

MAI, Lilian; ANGERAMI, Emília Luigia. Eugenia Positiva e Negativa: Significados e Contradições. Revista Latino-Americana de Enfermagem 14, nº 2, 2006.

MENESES, Paulo. Etnocentrismo e relativismo cultural: algumas reflexões. Revista Symposium, Ano 3, dezembro de 1999.

MACKELLAR, Calum; BECHTEL, Christopher. The Ethics of the New Eugenics. Berghahn Books, 2014.

MEURER, Quétlin Nicole. A eugenia sob a visão ética e jurídica da dignidade da pessoa humana. Editora PUC RS. Disponível em: <https://editora.pucrs.br/anais/semanadefilosofia/XIII/19.pdf>. Acesso em 30 de agosto de 2021.

PINHEIRO, Lara. Nobel de Química 2020 vai para Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna pelo desenvolvimento do Crispr,método de edição do genoma. 07/10/2020. Disponível em: . Acesso em 7 de outubro de 2020.

ROCHA, Simone. Educação Eugênica na Constituição Brasileira de 1934. Disponível em: <http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/1305-1.pdf>. Acesso em 29 de agosto de 2020.

SANTOS, Maria Celeste Cordeiro Leite dos Santos. Bioética. Enciclopédia Jurídica da PUC-SP. 1ª Ed. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017.

STEPAN, Nancy Leys. Eugenia no Brasil. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/7bzx4/pdf/hochman-9788575413111-11.pdf>. Acesso em 10 de outubro de 2020.

STEPAN, Nancy . The hour of eugenics: race, gender, and nation in Latin América. Ithaca/London: Cornell University Press, 1991.

STEPAN, NL. Eugenia no Brasil, 1917-1940. In: HOCHMAN, G., and ARMUS, D., orgs. Cuidar, controlar, curar: ensaios históricos sobre saúde e doença na América Latina e Caribe. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2004. pp. 330-391.

SOARES, Rosana de Lima. De palavras e imagens: estigmas sociais em discursos audiovisuais. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós Graduação em Comunicação. Brasília: 2009.

STRITOF, Sheri. What Are the Cousin Marriage Laws in Your State?. The Spruce, 15/12/2020. Disponível em: <https://www.thespruce.com/cousin-marriage-laws-listed-by-state-2300731>. Acesso em 23 de dezembro de 2020.

TEIXEIRA, Izabel Mello e SILVA, Edson Pereira. História da eugenia e ensino da genética. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/hcensino/article/viewFile/28063/22596>. Acesso em 10 de outubro de 2020.

TEO, Thomas. Ethnocentrism as Form of Intuition in Psychology. Sage Publications, V. 13, 2003.

TORRES, Lilian de Lucca. Reflexões sobre raça e eugenia no Brasil a partir do documentário "Homo sapiens 1900" de Peter Cohen. Pontourbe (revista do núcleo de antropologia urbana da USP), 2008. Disponível em: <https://journals.openedition.org/pontourbe/1914>. Acesso em 30 de agosto de 2021.

WILLIE, José. O professor Newton Freire-Maia foi o pioneiro das pesquisas científicas da UFPR. Paraná Portal, Memória Paranaense. 17 de março de 2019. Disponível em: <https://paranaportal.uol.com.br/colunas/memoria-paranaense/o-professor-newton-freire-maia-e-considerado-o-pioneiro-das-pesquisas-cientificas-da-ufpr/>. Acesso em 14 de outubro de 2020.

Downloads

Publicado

2021-12-23

Como Citar

Garcia, I., Berezovsky, P. F., Oliveira, L. L. de, Silva , N. S. da, Akl, C. S., Gonçalves, E. S. ., Ambrozino, C. B., Olivati, J. V. ., Ito, H., & Chapaval, A. B. (2021). Reflexões sobre a eugenia à luz da história e do direito. Revista Fronteiras Interdisciplinares Do Direito, 1(1). Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/fid/article/view/55603

Edição

Seção

Artigos